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Saúde

É perigoso? Viagem longa pode dar trombose. Veja sintomas e como tratar

A trombose é uma condição vascular grave, que pode ser agravada durante esta estação, especialmente em pessoas com problemas circulatórios preexistentes

Redação Folha Vitória

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Foto: rawpixel.com/Freepik
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Com a chegada do verão e, consequentemente, o período de férias, é crucial estar ciente dos riscos de trombose ao realizar viagens mais longas de carro ou avião.

A trombose é uma condição vascular grave, que pode ser agravada durante esta estação, especialmente em pessoas com problemas circulatórios preexistentes.

Isso se deve à desidratação, que eleva o risco de formação de coágulos na circulação sanguínea. Além disso, o calor pode aumentar a viscosidade do sangue, dificultando o fluxo adequado pelo corpo.

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Essa dificuldade ocorre devido à dilatação nos vasos sanguíneos (aumento de tamanho) para que o corpo possa perder calor e não superaquecer, caso que pode levar à morte. O médico-cirurgião vascular do Eco Medical Center, Gustavo Gern Junqueira, alerta:

"A desidratação devido às temperaturas mais altas, associada ao consumo de alimentos considerados pouco saudáveis, piora os sintomas vasculares e eleva o risco de trombose. Além disso, é preciso ter cuidado com as viagens longas, que também são um fator de atenção para o desenvolvimento de trombose venosa, devido a redução da mobilidade".
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Existem diferentes tipos de trombose; entre elas, a trombose venosa superficial (TVS) e a trombose venosa profunda (TVP).

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A TVS geralmente é menos grave do que a TVP, mas ainda pode causar dor e inchaço. No entanto, a trombose venosa superficial pode ser um sinal de que o indivíduo está em maior risco de desenvolver trombose venosa profunda.

• Dados

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) apontou que mais de 489 mil brasileiros foram internados para o tratamento de trombose venosa entre janeiro de 2012 a agosto de 2023. 

Nos primeiros oito meses deste ano, mais de 39 mil pessoas foram hospitalizadas na rede pública para tratar o problema - uma média diária de cerca de 165 pacientes, e um recorde na série histórica iniciada em 2012. 

O Paraná, somente, contabilizou 44.477 internamentos neste período, de acordo com os registros no banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Com cerca de 20% a 30% mais suscetibilidade à doença, as mulheres costumam ser o grupo que mais sofre com inchaços e dores nas pernas, devido a fatores hormonais.

• Causas e Sintomas

Segundo Gustavo, são três fatores que aumentam o risco de formação de um coágulo sanguíneo (trombo) em uma veia: 

1. lesão endotelial, quando a parede interna de uma veia pode ser lesionada por uma variedade de fatores, incluindo trauma, cirurgia, inflamação ou infecção; 

2. estase sanguínea, que ocorre quando a circulação sanguínea pode ser prejudicada pela imobilidade, por exemplo, em pacientes acamados ou em viagens longas;

3. hipercoagulabilidade, ou coagulação excessiva, que são processos inflamatórios.

A coagulação sanguínea é um processo normal que ajuda a parar o sangramento. No entanto, em alguns casos, a coagulação em excesso aumenta o risco de trombose.

“Quando esses três fatores estão presentes, há um aumento da probabilidade de que as plaquetas sanguíneas se agrupem e formem um coágulo. Esse coágulo pode bloquear o fluxo sanguíneo e causar uma série de problemas, inclusive graves, que podem levar à morte", explica o médico-cirurgião vascular.

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"Assim como a covid-19 é um processo inflamatório sistêmico que, ao que tudo indica, causa mais tromboses venosas, o câncer também é um fator de hipercoagulabilidade. Por isso, é importante identificar e tratar”, alerta o especialista.

Os sintomas de trombose podem variar de acordo com a localização do coágulo. Se o coágulo se formar nas pernas, pode causar edema unilateral em uma das pernas, sensação de peso de forte intensidade, dor local, endurecimento da panturrilha, inchaço, vermelhidão e dificuldade de locomoção. Se o coágulo se forma nos pulmões, pode causar dor no peito, falta de ar e tosse.

Fatores como predisposição, idade avançada, obesidade, histórico familiar de trombose, uso de pílulas anticoncepcionais, tabagismo e sedentarismo exigem atenção especial do paciente e do médico.

• Prevenção e tratamento

Para não interromper os momentos de lazer, adotar medidas preventivas simples podem ajudar a reduzir o risco de trombose no verão. Estas incluem: manter-se hidratado, para manter a fluidez do sangue e prevenir a formação de coágulos; evitar períodos prolongados de imobilidade; fazer pausas regulares, em caso de longas viagens, e estender as pernas sempre que possível.

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“Durante voos longos, é aconselhável levantar-se e movimentar-se pelo corredor da aeronave regularmente, realizar exercícios leves e usar meias de compressão. É fundamental estar ciente dos riscos de trombose, especialmente durante o verão e viagens prolongadas", comenta o médico.

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"Também é fundamental incluir atividades físicas, mesmo que leves, na rotina diária, isso pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de trombose. O uso de roupas apertadas pode dificultar o fluxo sanguíneo, portanto, optar por roupas confortáveis, especialmente durante viagens, ajudarão a reduzir as possibilidades de trombose”, reforça Junqueira.

O tratamento da trombose venosa depende do tipo e da gravidade da doença e tem como objetivo dissolver o coágulo e prevenir a formação de novos. Enquanto o tratamento da TVP geralmente envolve o uso de anticoagulantes, o tratamento da TVS também exige compressas mornas, analgésicos e antinflamatórios.

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Junqueira destaca ainda que pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença. “Se você estiver em um grupo de risco, converse com seu médico sobre a possibilidade de tomar anticoagulantes. Consulte um profissional de saúde se notar quaisquer sintomas relacionados à trombose, e adote medidas preventivas para proteger a sua saúde vascular", alerta.

"Ao sentir algum dos sintomas de trombose, procure atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem salvar vidas”, finaliza o médico-cirurgião vascular.

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