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Saúde

Obesidade pode causar câncer e impotência sexual? Entenda riscos à saúde

Nos homens, a obesidade aumenta o risco de câncer e pode levar à infertilidade e a uma série de disfunções urológicas, incluindo a impotência

Redação Folha Vitória

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Foto: Anastasia Kazakova/Freepik
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A obesidade masculina aumentou de 9,6% para 22,8% entre os anos de 2003 e 2019. Nos homens, essa condição aumenta o risco de câncer e pode levar à infertilidade e a uma série de disfunções urológicas, incluindo a impotência.

Isso porque a produção de testosterona nos homens, principal hormônio responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas – e que controla a normalidade das funções e do desempenho sexual – diminui consideravelmente.

Sobre a alimentação, os homens (18,4%) consomem menos frutas e verduras do que as mulheres (27,2%), segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2019.

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De acordo com Bruno Bertoni Ferraz, andrologista no Eco Medical Center em Curitiba, a pessoa obesa apresenta um desbalanço dos hormônios, o que pode acarretar alterações no seu sistema reprodutivo.

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“Porém, a questão mais drástica está ligada especificamente à destinação desse hormônio e à forma como ele age no organismo masculino. Além disso, os pacientes obesos apresentam um aumento do estresse oxidativo, que também é responsável pela piora da qualidade seminal”, complementa.

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Segundo o especialista, a produção de testosterona é realizada por células especializadas e presentes nos testículos, mas o estímulo para essa produção vem de outros hormônios, provenientes da glândula hipófise, conforme as demandas particulares do organismo diante das diversas situações e momentos da vida de cada pessoa.

"Normalmente, uma pequena parte da testosterona é transformada em um hormônio feminino chamado estradiol, mas quando um homem está obeso, algumas enzimas atuam de forma a aumentar essa produção, o que pode causar desordem nos processos de estimulação para a formação de espermatozóides, diminuição da libido masculina e, até mesmo, dificuldade de ereção", explica Bruno.

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Já o médico urologista Vinicius Bruce afirma que além da obesidade, o excesso de gordura corporal pode causar problemas nas articulações, problemas cardiovasculares e até mesmo estar relacionado com diferentes tipos de câncer.

"A obesidade pode causar ainda metabolismo desacelerado; predisposição genética; disfunções endócrinas e influência psicológica, como a ansiedade e depressão e outras condições que desencadeiam distúrbios alimentares", explica Vinicius.

TRATAMENTO PARA OBESIDADE OU IMPOTÊNCIA SEXUAL?

É importante compreender que tratar a causa da impotência sexual, neste caso, a obesidade, é fundamental.

O ideal é que o paciente realize o tratamento para correção hormonal, dessa forma, é possível corrigir a produção de hormônios e a resistência à leptina.

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Juntamente com o tratamento hormonal, é preciso que seja realizado uma mudança no estilo de vida, incluindo novos hábitos alimentares.

Além de buscar um profissional de nutrição e a psicoterapia, para que seja possível tratar os casos de distúrbio alimentares, compondo a rotina com atividades físicas para alcançar a perda de peso.

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Se mesmo com emagrecimento, a impotência sexual persistir, pode ser necessário buscar ajuda de um médico urologista para fazer uma nova avaliação sobre o caso e orientar sobre o tratamento mais adequado.

DISFUNÇÃO ERÉTIL

Foto: Divulgação

A disfunção erétil se define pela incapacidade que afeta homens de todas as idades, impossibilitando-os de alcançar e manter uma ereção adequada para a realização satisfatória de atividades sexuais.

Não se trata de uma doença, mas sim de uma manifestação de sintomas relacionados a diversos fatores, incluindo aspectos fisiológicos e psicológicos, seja de forma isolada ou interligada.

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De acordo com o Vida Saudável, revisado por Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), a multiplicidade de causas é uma característica notável da disfunção erétil.

Elas vão desde hábitos inadequados (como tabagismo e excesso de consumo de álcool) a distúrbios hormonais, descontrole do colesterol ou da pressão arterial, problemas neurológicos e psicológicos e o uso crônico de determinados medicamentos.

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Nesse contexto, parece evidente uma crescente prevalência da disfunção erétil, com um número cada vez maior de homens relatando dificuldades relacionadas à ereção.

O especialista do Hospital Albert Einstein, cita um estudo, conduzido nos Estados Unidos no final da década de 1980, que acompanhou 1.290 indivíduos em 11 cidades estadunidenses ao longo de dois anos.

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Durante esse período, 52% dos participantes relataram episódios de disfunção erétil, sendo que 10% deles enfrentavam um grau severo do problema. Além disso, os dados indicaram um aumento na prevalência da condição com o avanço da idade.

No Brasil, estudos semelhantes produziram resultados parecidos. No Estudo do Comportamento Sexual do Brasileiro, que abrangeu 2.835 homens, 46% deles manifestaram queixas relacionadas a dificuldades de ereção.

De acordo com Marra, outra pesquisa realizada no Brasil, entre 2002 e 2003, envolvendo 2.862 homens com mais de 40 anos, revelou que 45% deles experimentaram algum grau de disfunção erétil durante esse período.

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Consequentemente, considerando as taxas de incidência que variam entre 40% e 50%, e que tendem a aumentar com o envelhecimento, é possível afirmar que milhões de homens no Brasil enfrentam essa condição.

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