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Saúde

Alongamento de cílios: todo cuidado é pouco quando se trata da visão

Médico explica que altura normal dos cílios corresponde a um terço, mais ou menos, da altura dos olhos

Redação Folha Vitória
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Foto: Pixabay
Técnica deve ser realizada em centros especializados e com garantia profissional. 
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Recentemente, a jovem inglesa Megan Rixson relatou ter perdido a visão por duas horas ao se submeter a um procedimento estético para alongar os cílios. Inchaço, dores ao redor dos olhos e perda dos fios naturais foram outros desdobramentos depois de a clínica ter usado uma cola indevida. Nos últimos dois anos essa moda conquistou até mesmo quem não vive da imagem – como artistas e modelos. São muitas as mulheres que desejam ter cílios longos, postiços ou alongados. 

Não há como negar a marcante valorização do olhar, mas também não se pode deixar de dizer que existem riscos. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, está havendo um exagero no uso dos cílios postiços. “A altura normal dos cílios corresponde a um terço, mais ou menos, da altura dos olhos. Isso permite que os cílios exerçam o papel de proteger os olhos da poluição e ainda evita a evaporação que pode levar ao ressecamento ocular. Quando alguém passa a ter o dobro do volume de pelos, não só na quantidade como também na altura, está claramente interferindo na saúde ocular”.

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Estudo realizado no Instituto de Tecnologia da Georgia (Estados Unidos) constatou que a relação do comprimento dos cílios com a altura dos olhos, entre uma pálpebra e outra, está presente em 22 espécies de mamíferos, além do homem. “A natureza é sábia. Esse comprimento permite ao olho receber ar e umidade na medida certa, sendo protegido pelos cílios do excesso de poluição/poeira, sol, e outras partículas que poderiam agredir o cristalino. Já o uso excessivo de cílios mais longos e mais fartos pode comprometer a visão, impedindo a necessária circulação de ar e promovendo o ressecamento e a irritação dos olhos”, alerta Neves.

Com relação à curvatura dos cílios, o médico explica que a genética desempenha papel fundamental. “Geralmente, as pessoas têm entre 90 e 160 cílios na base da pálpebra superior, divididos em grupos, e outros 80 na inferior. A curvatura é naturalmente programada para que eles se toquem, durante mais de 20 mil piscadas diárias, sem que um interfira no outro. Quando os cílios são obrigados a ‘suportar’ o peso dos fios artificiais, ainda que eles sejam artificialmente curvos, o peso faz com que eles se toquem de forma diferente, podendo grudar, entortar e, posteriormente, arranhar a visão. Isso sem mencionar o risco, que correm algumas pacientes, de se submeter à técnica que usa cola para fazer o prolongamento fio a fio. Nestes casos, a paciente corre risco de uma conjuntivite química e inclusive de lesões de gravidade variável”.

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