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Saúde

Ozempic: como identificar remédio falso que levou mulher a ser internada

Falsificações já vinham sendo denunciadas, mas ganharam repercussão após uma mulher ser hospitalizada ao fazer uso do produto enganoso

Estadão Conteúdo

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Foto: Reprodução
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A farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela produção do Ozempic, confirmou que há exemplares falsos do remédio sendo vendidos ilegalmente e divulgou modos de identificar o medicamento original. As falsificações já vinham sendo denunciadas, mas ganharam repercussão após uma mulher ser hospitalizada ao fazer uso do produto enganoso.

A vítima foi internada na última quinta-feira (17), no Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. O boletim médico cita que a paciente deu entrada "na emergência do hospital Copa D'Or, apresentando um quadro clínico grave e de difícil identificação. Ela foi prontamente atendida e o quadro devidamente tratado e revertido".

"Como a paciente realiza tratamento com Ozempic, considerando a nota que o laboratório responsável pela produção do fármaco divulgou recentemente sobre possível falsificação do medicamento, houve a suspeita de que a paciente poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado", conclui o comunicado.

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A paciente teve alta no dia seguinte. Com isso, a Polícia Civil foi até a farmácia indicada pela mulher como local de compra do medicamento e apreendeu três caixas do remédio falsificado. O órgão acrescentou que o dono do estabelecimento já foi ouvido e outras diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.

Diferenças

Conforme a Novo Nordisk, "há indícios de que canetas de insulina Fiasp FlexTouch foram readesivadas com rótulos de Ozempic do lote NP5K174 possivelmente retirados indevidamente de canetas originais do medicamento". A farmacêutica acrescenta que não pode garantir que outros lotes também não tenham sido falsificados.

Além da capital fluminense, a empresa reconheceu outros casos de substituição de Ozempic por Fiasp FlexTouch em Paty do Alferes (RJ), Brasília, Anápolis (GO), Curitiba e Belo Horizonte. Atualmente, a caneta de insulina pode ser adquirida por menos de R$ 50, enquanto a de semaglutida é vendida por cerca de R$ 1 mil.

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A principal diferença no aplicador dos dois medicamentos é a cor: a caneta de Ozempic é de tom azul-claro, com o botão de aplicação cinza. Já a caneta de insulina Fiasp é de tom azul-escuro, com botão laranja.

É importante analisar também se a embalagem está rasurada ou alterada, em idioma estrangeiro, com aparência farmacêutica (apresentação) diferente da registrada e com informações incorretas sobre o produto. As versões disponíveis de Ozempic no Brasil são de 0,25 mg, 0,5 mg e 1 mg, e não há "nova fórmula": o remédio segue a mesma formulação e embalagem desde que chegou ao País, em 2019.

A Novo Nordisk destaca ainda que seus produtos seguem a tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que regulamenta o preço dos medicamentos no País. Portanto, qualquer desconto ou promoção que deixe o remédio com preço muito abaixo do mercado deve servir de alerta.

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Por fim, a farmacêutica recomenda desconfiar de "sites e canais não licenciados pela Anvisa para comercialização de medicamentos e que usam os nomes das marcas e/ou adotam aplicativos de vendas e redes sociais para ofertar os produtos".

Análise do produto

Caso você não tenha certeza sobre a origem do produto, não faça a aplicação. A recomendação é entrar em contato pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Novo Nordisk para relatar o ocorrido e, se desejar, entregar à empresa amostras da caneta para análise em seu laboratório na Dinamarca. De lá, é emitido um laudo sobre o produto.

"A Novo Nordisk já notificou a Anvisa sobre os casos, cumprindo os requisitos de farmacovigilância, e tem acompanhado atentamente todos os casos relatados em seus canais, na imprensa e em redes sociais, dentro de um plano de gerenciamento e minimização de riscos implementado pela companhia", finaliza o comunicado à imprensa.

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