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Saúde

Lacen-ES adota nova tecnologia para identificar carga viral de HPV em mulheres

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 260 novos casos da doença devem surgir, por ano, no Espírito Santo

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Freepik
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O Espírito Santo é o estado com a maior taxa de mortalidade de mulheres com câncer de colo de útero da região sudeste. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que a média é de 5,12 óbitos em 100 mil habitantes, sendo a taxa do Brasil de 4,51.

Além disso, a estimativa é de que 260 novos casos da doença devem surgir, por ano, até 2025. 

Para aumentar as chances de diagnósticos mais ágeis do problema, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen/ES) começou a implementação de uma nova tecnologia ao SUS capixaba. 

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Segundo a secretaria de estado da Saúde (Sesa), o principal objetivo é ampliar o rastreamento doença, otimizando a prevenção por meio de uma identificação precoce do vírus.

O exame vai ajudar a detectar a carga viral do Papilomavírus Humano (HPV). O vírus está associado ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero, ainda de acordo com informações da pasta. O processo acontece por meio de testes moleculares para a detecção de HPV oncogênico pelo exame PCR.

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Médica patologista do Laboratório Central, Ana Maria Gonçalves Cruz faz um importante alerta para a alta taxa de mortalidade no estado quando comparada à região sudeste e à média nacional.

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Ana Maria destacou que os dados chamaram a atenção dos profissionais do laboratório. Responsável pela pesquisa, conta que eles motivaram os trabalhos para a utilização da nova tecnologia. 

“Acredito que o uso de PCR em tempo real para detecção do HPV, junto com a citologia, pode melhorar a acuidade do rastreio do câncer do colo uterino e, consequentemente, a prevenção da doença e o tratamento precoce”, disse.

Pesquisas

As pesquisas começaram há mais de uma ano, em fevereiro de 2023, na Unidade de Monitoramento Externo da Qualidade em Colpocitologia, do Laboratório Central. Os trabalhos acontecem sob o comando de Ana Maria Gonçalves juntamente com as biólogas Débora Dalvi e Pamela Ribeiro. 

“A partir disso, passamos a nos reunir com a Vigilância, a Atenção Primária e demais setores da Sesa para discutirmos estratégias para redução e prevenção. Em dezembro apresentamos a proposta oficial para a implementação do uso do PCR como complementar às tecnologias que já usávamos”, contou.

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Após a aquisição dos kits para testagem, por parte da Sesa, o Lacen iniciou os processos em setembro. Os municípios da região sul do estado foram escolhidos estrategicamente para iniciar os testes. 

Entre as quatro regiões de saúde capixabas, é o que apresenta a maior taxa de mortalidade pelo câncer de colo de útero. A incidência é de 7,29 mortes por 100 mil habitantes.

“Já havia no Brasil projetos pilotos iniciados, como em Pernambuco e em São Paulo, mas no Espírito Santo podemos destacar o pioneirismo da utilização da nova tecnologia em uma população-alvo de mortalidade elevada, em conjunto com método de citologia”, complementou.

A tecnologia de testagem molecular para detecção do vírus HPV e rastreamento da doença foi incorporada pelo Ministério da Saúde ao (SUS) em março deste ano. O uso é previsto em todo o território nacional.

Saiba como funciona a testagem

O protocolo da testagem ainda não foi publicado pelo MS já que trata-se de uma política implementada recentemente pelo órgão federal. A efetivação aos estados brasileiros data 180 dias desde a publicação da portaria.

Segundo publicação da secretaria, esses testes são capazes de detectar a presença de DNA dos "tipos mais frequentemente encontrados no câncer do colo do útero". Mas calma. Isso não significa necessariamente que a doença vai se desenvolver.

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Porém, poderá nortear quais os cuidados que a mulher deve seguir, podendo ampliar a investigação dos casos por outros métodos complementares. A citologia ou a biopsia, por exemplo, poderão confirmar ou descartar a doença.

Região Sul de Saúde receberá o projeto primeiro no ES

Para este primeiro momento, o Lacen/ES definiu a região Sul de Saúde para receber o projeto. A escolha da região se deu devido à alta taxa de mortalidade pelo câncer de colo do útero quando comparada às demais regiões de saúde, à média estadual e também à média nacional.

A secretaria explicou também que "as testagens acontecem com apoio da Superintendência Regional Sul de Saúde e dos 26 municípios que a compõem, e atenderão em torno de 25 mil mulheres acima de 30 anos que vivem na região".

Bom Jesus do Norte, Iconha, Mimoso do Sul, Presidente Kennedy e Vargem Alta serão os primeiros cinco municípios a serem priorizados pela estratégia já que apresentam as maiores taxas de mortalidade pela doença. Mulheres de 30 a 80 anos passarão pela triagem primária e realizarão o exame citopatológico e de HPV. 

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"Os demais municípios também participarão, com triagem secundária, direcionando o exame de HPV às mulheres que tiverem o resultado do citopatológico alterado".

“Acreditamos na mudança do nosso cenário em relação ao câncer de colo de útero e na otimização dos serviços prestados à nossa população, e sabemos que a parceria com o Lacen é fundamental nesse processo”, destacou a superintendente da Regional Sul de Saúde, Samilla Figueira.

*Com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-ES)

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