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Saúde

Quando é a hora de procurar um psicólogo para seu filho? Veja 13 sinais

Terapeuta alerta para o fato de que mais de 70% dos transtornos mentais começam ainda na infância e 50% ocorrem até os 14 anos de idade

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Freepik @Racool_studio
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A saúde mental é um aspecto fundamental para o bom desenvolvimento de crianças e adolescentes. Porém, muitas vezes, os sinais de que algo não vai bem e de que é preciso ajuda psicológica podem ser muito sutis ou até mal interpretados.

Especialistas alertam: identificar as mudanças de comportamento e emocionais o quanto antes pode fazer uma grande diferença na vida das crianças e dos adolescentes, tanto em meio aos amigos, quanto nos ambientes familiar e escolar.

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Para entender melhor esse universo e saber como e quando oferecer apoio, o Folha Vitória conversou com Kamila Vilela de Souza, Terapeuta DIR/Floortime, Orientadora Parental em Disciplina Positiva, Especialista em TEA e Desenvolvimento Infantil, Mestre e Doutoranda em Psicologia Institucional.

Para quem acha que os desafios emocionais são exclusividade do mundo adulto, engana-se profundamente.

Inclusive, estudos relatam, além da experiência clínica dos profissionais da área, que os sofrimentos têm surgido cada vez mais cedo e o pior: com cada vez mais intensidade. Kamila traz uma dado assustador. Segundo a ela, o suicídio na infância é uma realidade cada vez mais prevalente.

Pós-pandemia da covid-19 e os cuidados socioemocionais

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De fato, após a pandemia, houve um aumento na procura pelos cuidados socioemocionais das crianças, "mas esse aumento tem sido sentido e documentado de forma expressiva a cada ano". A orientação é para que as famílias e as escolas não ignorem os sinais de alerta.

Mas você, então, deve estar se perguntando quais são esses sinais. Como percebê-los e ter certeza se o momento requer ajuda profissional? Abaixo, a terapeuta pontua 13 importantes sinais que podem ajudar.

13 sinais de alerta de que é hora de procurar um psicólogo infantil

1) Retrocesso em alguns comportamentos (escape de xixi na cama ou não querer mais dormir sozinho);
2) Mau humor persistente e irritação;
3) Desatenção;
4) Agitação;
5) Apatia;
6) Dificuldade com amigos, como afastamento ou falta de interesse para estabelecer novos vínculos (e da mesma forma com familiares);
7) Mudanças nos hábitos alimentares (comer compulsivamente, comer pouco, provocar vômito)
8) Mudanças de sono (dormindo mais que o normal ou dificuldade de dormir, por ex);
9) Desenvolvimento ou piora em quadros de medo ou manias;
10) Comportamentos ritualísticos;
11) Automutilação (se cortar; puxar cabelo; se arranhar, etc.);
12) Baixa no rendimento escolar;
13) Medo de ir para escola; entre outros.

O que fazer para ajudar?

Acolher, proteger e ter escuta ativa é essencial diante de momentos de fragilidade emocional. 

"Percebemos um movimento dos adultos de olhar com mais atenção para crianças que podem externalizar sintomas na forma de agressividade e agitação, porém, as crianças que tendem a se fechar ao contato, as 'boazinhas' acabam passando despercebidas desse olhar cuidadoso", destaca Kamila.

De maneira geral e, na prática, é importante buscar ajuda psicológica ou orientação parental ao notar alterações comportamentais como as destacadas acima. 

Mas os cuidados com os pequenos não precisam se restringir a terapia. Eles podem ir além, oferecendo espaços para expressão como brincadeiras lúdicas e diálogos após filmes.

"Muitas crianças falam sobre isso, e cabe a nós adultos, escutar (e não menosprezar ou ignorar). Afinal, terapia e acolhimento nunca farão mal. E sempre lembrando que terapia infanto-juvenil envolve o tripé: criança + família + escola. É essencial que essas três vertentes estejam alinhados e envolvidos no processo terapêutico. Não existe terapia somente com a criança."
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Não há o que se contestar sobre o fato de que os impactos da saúde mental na infância vão repercutir na vida adulta, podendo comprometer o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. 

Com isso, os problemas emocionais vividos, não amparados e bem cuidados nessa época da vida podem impactar negativamente o desenvolvimento acadêmico e social, além de "aumentar consideravelmente as chances de manifestação de transtornos mentais na vida adulta".

Foto: Reprodução/Freepik @Racool_studio

70% dos transtornos mentais tem seu início na infância

Kamila lembra também que os números relacionados ao transtorno mental na infância são bastante significativos. Mais de 70% começam na infância e 50% ocorrem até os 14 anos. 

A infância é o período mais sensível para o desenvolvimento da mente e das emoções. 

"O excesso de experiências adversas e estressantes pode desencadear a produção excessiva de cortisol (resumidamente, o hormônio do estresse) e afetar sistemas neuroendócrinos (regulação hormonal) e límbicos (regula as emoções) e isso interfere nas conexões cerebrais e no desenvolvimento saudável desse cérebro", encerra.

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