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Saúde

Anvisa proíbe chip da beleza no Brasil; veja efeitos e como funciona

Essa decisão impacta a manipulação, comercialização e uso desses implantes, que são frequentemente utilizados para fins estéticos; confira os motivos

Kayra Miranda

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomou uma medida drástica ao proibir a venda e o uso dos implantes hormonais conhecidos popularmente como "chip da beleza". 

Essa decisão impacta a manipulação, comercialização e uso desses implantes, que são frequentemente utilizados para fins estéticos e no tratamento de sintomas como fadiga e menopausa. A proibição ocorre em um momento em que a eficácia e a segurança desses produtos estão sendo questionadas, especialmente considerando que não possuem registro na Anvisa.

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Os implantes hormonais são pequenos dispositivos subcutâneos, semelhantes ao tamanho de um palito de fósforo, que liberam hormônios diretamente na corrente sanguínea. 

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A popularidade desses implantes cresceu nos últimos anos, especialmente após o uso por diversas celebridades. Entretanto, a Anvisa alertou que a falta de garantias em relação à qualidade e segurança desses produtos é alarmante, uma vez que podem acarretar riscos significativos à saúde, incluindo colesterol elevado, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias cardíacas.

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O que são os chips da beleza?

Os "chips da beleza" são implantes que liberam hormônios no organismo para auxiliar em tratamentos estéticos e na mitigação de sintomas hormonais, como os da menopausa. Esses dispositivos são aplicados sob a pele e prometem ajudar na perda de peso, ganho de massa muscular e controle de outros sintomas relacionados ao desequilíbrio hormonal. Contudo, é essencial compreender como funcionam esses implantes e quais são suas implicações.

Como funcionam os implantes hormonais?

Segundo o médico especialista em ginecologia e obstetrícia, Dr. Alexandre Silva e Silva, esses implantes utilizam "combos" de hormônios para atender às necessidades das pacientes. 

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Entre os hormônios mais comuns utilizados estão o estradiol (estrogênio), a progesterona microlisada e, em algumas situações, a testosterona. Esses hormônios, normalmente, são produzidos pela indústria farmacêutica e são administrados por via oral ou transdérmica, criando um pico de concentração no sangue uma hora após a aplicação, seguido por uma rápida queda, que pode levar a uma concentração mínima em cerca de seis horas.

No entanto, quando se trata de implantes manipulados, a dinâmica da entrega e manutenção dos hormônios no sangue é diferente. O organismo identifica o implante como um corpo estranho e mobiliza células de defesa para destruí-lo. 

Para isso, forma-se uma nova vascularização ao redor do implante, permitindo a passagem de células de defesa e o contato do sangue com o dispositivo. A cada batimento cardíaco, uma pequena quantidade de hormônios é liberada na corrente sanguínea da paciente.

O que os especialistas dizem sobre o uso dos implantes?

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Dr. Alexandre Silva e Silva destaca que, embora os implantes hormonais apresentem alguns benefícios, existem restrições importantes a serem consideradas. A terapia de reposição hormonal é reconhecida por diminuir o risco cardiovascular e o desenvolvimento de osteoporose em mulheres que necessitam desse tratamento. No entanto, a terapia não é indicada para todas as mulheres. 

Pacientes que são sobreviventes de câncer de mama, por exemplo, devem evitar esse tipo de tratamento, uma vez que há risco elevado de reincidência da doença.

Além disso, o médico alerta que, até o momento, não existem estudos científicos robustos que comprovem a segurança e a eficácia do uso desses implantes. O uso inadequado, em superdosagens ou na busca por resultados estéticos rápidos, pode acarretar efeitos colaterais adversos e prejudiciais à saúde das usuárias.

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Dr. Alexandre ressalta que o atual momento é de reflexão e de necessidade de condução de estudos científicos que possam responder de forma clara às perguntas sobre a segurança e eficácia desses tratamentos. 

Ele enfatiza a importância de se praticar uma medicina baseada em evidências, algo que deve ser prioridade para a comunidade médica.

A reação da sociedade e as implicações da proibição

Foto: Reprodução/Freepik

A proibição dos "chips da beleza" pela Anvisa gerou reações diversas na sociedade. Muitas mulheres que estavam em busca de soluções rápidas para questões estéticas ou de saúde hormonal expressaram preocupação e frustração com a decisão. A proibição não apenas afeta as que já utilizavam os implantes, mas também aquelas que planejavam adotá-los como uma solução.

Por outro lado, especialistas da área da saúde elogiaram a decisão da Anvisa, considerando-a uma medida necessária para proteger a saúde da população. 

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A falta de regulamentação e controle sobre a manipulação desses implantes gera riscos que não podem ser ignorados. A proibição visa garantir que tratamentos de saúde sejam realizados com base em evidências científicas e dentro dos padrões de qualidade e segurança exigidos pela legislação.

A decisão da Anvisa de proibir a venda e o uso dos implantes hormonais conhecidos como "chip da beleza" levanta questões importantes sobre a segurança e eficácia dos tratamentos hormonais. 

Embora esses dispositivos possam oferecer benefícios em alguns casos, é fundamental que as mulheres estejam cientes dos riscos associados e das contraindicações.

Dr. Alexandre Silva e Silva, especialista em ginecologia e obstetrícia, alerta que não são todas as mulheres que podem fazer terapia de reposição hormonal, e que é essencial que cada caso seja analisado individualmente. 

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A busca por soluções estéticas e hormonais deve ser feita com cautela, levando em consideração os possíveis efeitos colaterais e a importância de consultar profissionais capacitados.

Com a proibição dos implantes hormonais, espera-se que haja uma maior conscientização sobre a necessidade de tratamentos seguros e baseados em evidências. O futuro da terapia de reposição hormonal pode ser promissor, desde que sejam realizados mais estudos e pesquisas para comprovar a eficácia e segurança de novas abordagens. 

Assim, a medicina avançará em direção a práticas mais seguras e eficazes, promovendo a saúde e o bem-estar das mulheres de forma responsável e fundamentada.

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