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Saúde

Nova receita de chá reduz risco de diabetes e melhora saúde; veja qual é bom

Pesquisadores associaram o consumo diário da bebida ao controle dos níveis de açúcar no sangue; entenda como funciona e mecanismo de ação do "remédio" natural

Redação Folha Vitória

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audima
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Foto: Freepik
Chá pós-fermentado é muito comum na China.
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O consumo diário de chá escuro pode oferecer vários benefícios no controle dos níveis de glicose no sangue e reduzir o risco de desenvolver pré-diabetes e diabetes tipo 2 em adultos, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Adelaide, na Austrália, e pela Universidade do Sudeste, na China, divulgada durante a Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, nesta segunda-feira, 2 de outubro.

De acordo com o R7, o estudo constatou que indivíduos que incluíam o chá escuro em sua rotina diária tinham um risco 53% menor de desenvolver pré-diabetes e um risco 47% menor de adquirir diabetes tipo 2, em comparação com aqueles que não o consumiam, mesmo após a consideração de fatores de risco estabelecidos para o diabetes, como idade, gênero, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, entre outros.

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O chá escuro, também conhecido como chá pós-fermentado, é amplamente apreciado na China. Esse tipo de bebida passa por um processo de fermentação microbiana após a colheita das folhas.

Durante a fermentação, as bactérias e microrganismos presentes nas folhas de chá continuam a agir, modificando seus compostos químicos. Isso resulta em um chá com um sabor mais complexo e rico, caracterizado por notas terrosas, amadeiradas e profundas.

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Vale ressaltar que o chá escuro é diferente do chá preto, que é muito popular no Reino Unido. Enquanto o chá escuro é submetido à fermentação microbiana, o chá preto é completamente oxidado, sem sofrer fermentação após a colheita.

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Segundo o R7, os cientistas atribuem os benefícios à saúde do chá escuro especificamente ao processo de fermentação microbiana. 

Esse processo pode resultar em compostos bioativos únicos, como alcaloides, aminoácidos livres, polifenóis, polissacarídeos e seus derivados, que conferem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios significativos.

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Além disso, eles melhoram a sensibilidade à insulina, a função das células beta no pâncreas e alteram a composição das bactérias intestinais.

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O estudo envolveu mais de 1.900 adultos residentes em oito províncias distintas na China, com um total de 436 participantes diagnosticados com diabetes, 352 com pré-diabetes e 1.135 apresentando níveis normais de glicose no sangue.

De acordo com o R7, os critérios de seleção para a pesquisa abrangeram tanto pessoas que não eram consumidoras habituais de chá quanto aquelas que se restringiam a um único tipo de chá.

Os participantes foram questionados sobre a frequência de consumo (ou seja, se nunca, ocasionalmente, frequentemente ou diariamente) e o tipo de chá que preferiam (incluindo chá verde, chá preto, chá escuro ou outras variedades).

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Os pesquisadores analisaram como o consumo de chá, incluindo a frequência e o tipo da bebida, estava relacionado a três aspectos importantes associados ao controle do açúcar no sangue e ao diabetes.

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Primeiro, eles examinaram como o consumo de chá afetava a excreção de glicose na urina, o que é um indicador relevante do controle do açúcar no sangue.

Em segundo lugar, eles avaliaram como o consumo de chá estava ligado à resistência à insulina, que é uma característica associada ao diabetes.

Por último, eles investigaram como o consumo de chá estava relacionado ao status glicêmico, que inclui histórico de diabetes, uso de medicamentos antidiabéticos e resultados anormais em um teste de tolerância à glicose oral. Isso permitiu aos pesquisadores avaliar o impacto do chá na saúde metabólica e no risco de diabetes.

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Pacientes com diabetes frequentemente apresentam rins com maior capacidade de reabsorção de glicose, o que significa que seus rins recuperam mais glicose da urina, evitando sua eliminação. Isso, por sua vez, resulta em níveis elevados de açúcar no sangue.

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Após considerar fatores como idade, gênero, histórico médico e estilo de vida, a análise demonstrou que o consumo diário de chá estava associado a um aumento na excreção de glicose na urina.

"Esses achados sugerem que as ações dos compostos bioativos no chá escuro podem modular direta ou indiretamente a excreção de glicose nos rins, um efeito que, em certa medida, imita o dos inibidores de cotransportadores de sódio-glicose-2 (SGLT2), uma nova classe de medicamentos antidiabéticos que não apenas são eficazes na prevenção e no tratamento do diabetes tipo 2, mas também têm efeitos substanciais na proteção do coração e dos rins", comentou o professor Tongzhi Wu, da Universidade de Adelaide, um dos autores do trabalho.

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Para outro pesquisador e autor do estudo, Zilin Sun, da Universidade do Sudeste, o consumo diário do chá escuro "pode ser um passo simples que as pessoas podem facilmente adotar para melhorar sua dieta e saúde".

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"Nossos achados sugerem que beber chá escuro todos os dias tem o potencial de reduzir o risco e a progressão do diabetes tipo 2 por meio de um melhor controle do açúcar no sangue", afirmou.

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