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Saúde

Médica faz endoscopia nela própria e vídeo viraliza; saiba como é feito o exame

O procedimento costuma ser realizado com sedação e permite ver o esôfago, o estômago e o início do intestino; entenda

Redação Folha Vitória

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audima
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Foto: Reprodução/Instagram
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A gastroenterologista Majidah Bukhari, de Dubai, viralizou nas redes sociais depois de compartilhar um vídeo realizando um exame de endoscopia em si mesma.

De acordo com Keith Siau, um gastroenterologista do Reino Unido que também comentou o vídeo, a intenção da médica era demonstrar aos seus alunos que a endoscopia pode ser conduzida sem a necessidade de sedação, de forma indolor e sem causar desconforto, sendo bem tolerada.

Veja o vídeo:

O médico endoscopista Giulio Rossini, que atua no Centro Especializado do Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esclareceu que a endoscopia envolve a inserção de uma câmera na ponta de um dispositivo controlado por um especialista, permitindo a análise do estômago e de uma parte do intestino.

Ao R7, ele enfatizou que, geralmente, dois tipos de exames endoscópicos são realizados: a endoscopia digestiva alta, que avalia o esôfago, estômago e a porção inicial do intestino delgado, e a endoscopia digestiva baixa, conhecida como colonoscopia, que examina o reto, intestino grosso e o fim do intestino delgado.

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Esses exames são indicados para fins preventivos, particularmente na detecção precoce de cânceres, ou quando sintomas específicos, como sangramentos, dores e queimação, estão presentes.

A endoscopia desempenha um papel fundamental no diagnóstico de condições como úlceras, refluxo e gastrite, conforme explicado pela médica especializada em endocrinologia, Lorena Balestra, ao R7.

Os especialistas argumentam que o uso de sedação é recomendado para proporcionar maior conforto ao paciente, mantendo-o imóvel durante o procedimento e reduzindo a ansiedade, eliminando os reflexos naturais do corpo que poderiam interferir na progressão do aparelho pela garganta. A ausência de sedação pode tornar o exame mais desafiador e resultar em falhas no diagnóstico.

"Em algumas situações, a endoscopia pode ser feita sem sedação, geralmente quando o paciente prefere ou não pode receber sedativos devido a condições médicas. Isso pode ser desconfortável, mas é viável", avalia Lorena.

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"É possível uma pessoa treinada fazer uma endoscopia em si mesma, como mostrado no vídeo, mas é raro. Geralmente, requer habilidades avançadas e treinamento específico, além de um bom entendimento da técnica e dos riscos envolvidos", completa a médica.

Rossini ressalta que realizar o exame dessa maneira acarreta diversos riscos, incluindo desconforto, a possibilidade de resultados incorretos e implicações emocionais ao se deparar com imagens que indiquem necessidade de intervenções mais extensas.

A endocrinologista também menciona que a visibilidade e a coordenação limitadas podem resultar em lesões na mucosa ou em órgãos.

De acordo com o R7, os médicos destacam que a recuperação pós-exame costuma ser rápida.

No entanto, quando a sedação é aplicada, é necessário que o paciente seja monitorado por um profissional de saúde, que irá verificar os sinais vitais até que o paciente esteja plenamente desperto e apto a ingerir líquidos ou alimentos sólidos.

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É fundamental que um acompanhante adulto esteja presente, pois o paciente pode experimentar sonolência e dificuldades na tomada de decisões durante esse período.

COMO FUNCIONA A ENDOSCOPIA?

Segundo o gastroenterologista Fauze Maluf Filho, da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), a endoscopia é um procedimento que permite a observação do esôfago, do estômago e do duodeno (início do intestino delgado). Isso é feito mediante a introdução de um tubo contendo uma câmera e uma fonte de luz acopladas.

Esse dispositivo também dispõe de um canal interno que pode ser usado, se necessário, para realizar uma biópsia de alguma área suspeita. Geralmente, o tubo possui um diâmetro de 9 milímetros e uma extensão de 1,3 metros.

O QUE O EXAME PREVINE?

Segundo Maluf, além de identificar inflamações, refluxos, gastrite e a presença de bactérias, a endoscopia pode prevenir o câncer em todo o sistema digestivo.

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"O exame verifica a existência de lesões precursoras do câncer, como o adenoma [tumor benigno que pode evoluir para maligno], ou mesmo o câncer na fase inicial. A lesão pode ser retirada durante o próprio exame", afirma.

É USADO SEDATIVO OU ANESTESIA?

O médico explica que é utilizado um sedativo. A principal diferença entre o sedativo e a anestesia geral é que, nesse segundo caso, devido a um maior nível de sedação, o paciente não respira por conta própria. 

Já o sedativo, por ser mais leve, não necessita de respiração por aparelho. Algumas pessoas podem ter alergia a algum tipo de sedativo, mas isso não é impedimento para fazer o exame, já que existem diversas opções de substâncias. 

Além disso, o paciente precisa ir acompanhado e evitar realizar tarefas que exigem atenção no dia do exame, como dirigir. Depois que a pessoa acorda, os efeitos não passam completamente. É normal ainda sentir sonolência e tontura.

E SE O PACIENTE ACORDAR NO MEIO DO EXAME?

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Isso é possível, segundo o gastroenterologista. Ele afirma que, se o sedativo não for dado na dose correta, a pessoa pode acordar durante o exame, mas isso não traz grandes complicações. O paciente vai sinalizar desconforto e a equipe administrará mais sedativo.

PESSOAS COM CLAUSTROFOBIA E ANGINOFOBIA (MEDO DE ASFIXIA) PODEM FAZER A ENDOSCOPIA?

Maluf esclarece que até mesmo pessoas que sofrem de claustrofobia, anginofobia, ansiedade ou síndrome do pânico podem realizar o exame. 

Nestas situações, é responsabilidade do médico proporcionar tranquilidade ao paciente. Além disso, a sedação é personalizada de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa.

PODE MACHUCAR A GARGANTA?

O dispositivo pode causar irritação na garganta, resultando em desconforto temporário que tende a melhorar em alguns dias. De acordo com Maluf, é extremamente raro ocorrerem lesões mais graves, como perfurações.

QUANDO FAZER A ENDOSCOPIA?

O médico afirma que o exame é indicado para pessoas que apresentam sintomas como má digestão, queimação, dificuldade para engolir, náusea, vômito, anemia e emagrecimento.

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Pessoas com mais de 40 anos devem fazer um exame de rastreamento, mesmo sem sintomas. A recomendação é que se repita o exame a cada 3 ou 4 anos, caso o sistema digestivo esteja em condições normais.

Pessoas que estão fazendo tratamentos ou possuam problemas crônicos, como refluxo, devem fazer o exame de acompanhamento, para observar a evolução do problema.

COMO SE PREPARAR PARA O EXAME? 

Maluf orienta que a pessoa deve fazer oito horas de jejum e que a última refeição antes do jejum deve ser leve. 

“As pessoas ficam com medo de sentir fome e acabam comendo muito antes de começar o jejum. Isso faz com que ainda tenham alimentos no estômago na hora do exame”, explica. 

Além disso, se na semana do exame a pessoa consumir algo que possa irritar o estômago, como bebidas alcoólicas e analgésicos, ela deve avisar o médico responsável.

*Com informações do Portal R7.

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