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Saúde

Câncer? Médico explica perigos de vitamina em excesso e para que serve C, D e K

Estudo revela que suplementos antioxidantes podem promover formação de vasos sanguíneos em tumores, mas os resultados ainda são preliminares; entenda

Redação Folha Vitória

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audima
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Foto: Freepik
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O recente estudo científico "Antioxidantes estimulam a angiogênese de tumores dependentes de BACH1" lançou uma nova perspectiva sobre o possível efeito do consumo excessivo de antioxidantes, como as vitaminas C e E, na progressão do câncer de pulmão

A pesquisa revelou que o aumento das doses desses antioxidantes pode levar a uma maior taxa de formação de vasos sanguíneos nos tumores, o que, por sua vez, pode potencializar o crescimento e a disseminação do câncer.

Publicado em agosto no The Journal of Clinical Investigation (JCI), o estudo foi realizado em camundongos e envolveu uma série de experimentos para analisar o papel da proteína BACH1 na angiogênese e no desenvolvimento de tumores pulmonares, especialmente em resposta à administração de antioxidantes.

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Os resultados apontaram um aumento significativo nos níveis de BACH1, o que intensificou a atividade dos genes responsáveis por estimular a formação de novos vasos sanguíneos nos tumores de pulmão.

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De acordo com Carlos Gil Ferreira, oncologista torácico e presidente do Instituto Oncoclínicas, o estudo é sólido e traz resultados intrigantes, porém, ainda são preliminares e requerem mais pesquisas.

"A repercussão é preocupante, visto que a angiogênese impulsiona o crescimento do câncer. Mas esses resultados não devem levar as pessoas com câncer de pulmão a evitar antioxidantes em sua dieta regular. O estudo se concentrou em doses elevadas desses antioxidantes, muito além do que a maioria das pessoas consome naturalmente por meio dos alimentos", afirma.

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Já um estudo anterior da mesma equipe havia sugerido que a proteína BACH1 está envolvida no aumento do crescimento tumoral após a suplementação com antioxidantes. As descobertas atuais indicam que a BACH1 se ativa quando as doses desses antioxidantes aumentam.

"Isso levanta a possibilidade de que tratamentos alternativos para o câncer possam ser desenvolvidos, envolvendo inibidores do crescimento de vasos sanguíneos. Embora esses inibidores já sejam usados na terapia do câncer, eles poderiam ser mais eficazes em pessoas com níveis elevados de BACH1 em seus tumores, um fator que poderia ser identificado por meio de triagem. Mais estudos confirmatórios são necessários", conclui Carlos Gil.

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Além do câncer de pulmão, elevados níveis de BACH1 também foram associados a tumores renais e de mama em bancos de dados genômicos, abrindo caminhos para possíveis abordagens terapêuticas inovadoras em pacientes com altos níveis dessa proteína.

CIGARRO ELETRÔNICO

Foto: Teksomolika/Freepik

À medida que a popularidade dos cigarros eletrônicos cresce, especialmente entre os jovens, os riscos à saúde associados a eles se tornam cada vez mais evidentes.

Conforme um estudo divulgado na edição de setembro da Revista Internacional de Andrologia, o uso de cigarros eletrônicos pode ter como resultado a redução na quantidade de espermatozoides.

Para essa análise, de acordo com o Terra, pesquisadores turcos expuseram roedores à fumaça de "vapes" e cigarros convencionais.

Na prática, os autores do estudo mensuraram a quantidade de esperma produzida pelos roedores e examinaram a aparência de seus testículos por meio de análises microscópicas.

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Eles investigaram os níveis de urina em busca da presença de uma substância chamada cotinina, que é um subproduto do metabolismo da nicotina.

Por meio dessas técnicas, o grupo avaliou as alterações na contagem de espermatozoides e no tamanho dos testículos.

Segundo o Terra, a conclusão foi que os roedores expostos à fumaça produzida pelo cigarro eletrônico tiveram uma contagem de espermatozoides mais baixa.

Para efeito de comparação, esse grupo produziu aproximadamente 95,1 milhões de espermatozoides por mililitro, enquanto o grupo controle produziu uma média de 98,5 milhões por mililitro.

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O estudo também aponta que, quando examinados sob o microscópio, cinco dos oito ratos expostos ao vapor do cigarro eletrônico apresentaram alterações estruturais nos testículos.

Os pesquisadores concluem: "O cigarro e o vape podem aumentar o estresse oxidativo, bem como causar alterações morfológicas no testículo. Para considerar o cigarro eletrônico como uma opção segura para combater o tabaquismo, são necessários estudos complementares com o fim de evidenciar seus efeitos sobre os seres humanos".

DISFUNÇÃO ERÉTIL

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Em 2021, um estudo publicado na revista científica American Journal of Preventive Medicine apontou que o cigarro eletrônico pode estar associado à disfunção erétil.

De acordo com a revista Abril, esse novo estudo revela que os afetados são homens de todas as idades, independentemente de seu histórico de doença vascular ou de outros fatores de risco.

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Pesquisadores da NYU Grossman School of Medicine e da Johns Hopkins University School of Medicine utilizaram uma base de dados contendo informações sobre os hábitos relacionados ao uso de tabaco e à saúde de mais de 45 mil adultos.

No entanto, eles se concentraram em 13.711 homens que relataram disfunção erétil. Além disso, avaliaram uma amostra mais restrita composta por 11.207 homens com idades entre 20 e 65 anos, sem diagnóstico prévio de doença cardiovascular.

Durante o estudo, os participantes foram divididos em grupos com base em sua relação com o cigarro eletrônico, ou seja, aqueles que nunca o utilizaram, os que o usaram e pararam, e aqueles que o usam atualmente.

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A partir das respostas aos questionários, foi constatado quem fuma cigarros eletrônicos diariamente tem um risco 2,4 vezes maior de desenvolver disfunção erétil em comparação com aqueles que nunca utilizam esses dispositivos.

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Embora seja frequentemente argumentado que esses produtos não expõem o usuário ao monóxido de carbono devido à ausência de combustão, é importante notar que a nicotina, presente nos cigarros eletrônicos, é responsável por desencadear processos inflamatórios no organismo e criar dependência.

A cardiologista Jaqueline Ribeiro Scholz, coordenadora do Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), afirma à Abril que “essa substância lesa o interior dos vasos sanguíneos, prejudicando a circulação. Isso aumenta a pressão arterial e, como consequência, o risco de doenças cardíacas”.

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