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Saúde

Anticorpos contra covid-19 duram pelo menos sete meses, mostra estudo

A pesquisa norte-americana é considerada uma das maiores realizadas até agora por ter analisado cerca de 6 mil pessoas

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Uma das questões que mais tem suscitado interesse e investigação por parte da comunidade científica, desde o início da pandemia, é perceber se os organismos de doentes com covid-19 são capazes de ter uma resposta imune adequada e quanto tempo pode durar essa imunidade. Agora, um novo estudo norte-americano revelou que os anticorpos, que protegem o organismo de ser infectado com o novo coronavírus, podem ter uma duração de até sete meses.

Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acompanharam durante meses cerca de 6 mil pacientes infectados com o novo coronavírus e descobriram que os anticorpos contra o Sars-CoV-2 podem continuar presentes no sangue por um período de, no mínimo, cinco a sete meses.

Recentemente, foram confirmados casos de pessoas reinfectadas que, de acordo com o jornal espanhol El País, apresentaram sintomas mais graves quando ficaram doentes com covid-19 pela segunda vez - exemplos que suscitam duvidas à comunidade científica quando se fala em imunidade.

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Ao longo dos últimos meses foram divulgados diversos estudos que mostravam que os anticorpos - proteínas do sistema imunitário que evitam que o vírus infecte as células do organismo - contra o novo coronavírus iam diminuindo passados alguns meses após a infecção, principalmente em pessoas que apresentaram sintomas ligeiros.

As teorias são várias e as dúvidas ainda mais. Mas a questão mantém-se: as pessoas ficam protegidas após a primeira infeção?

O estudo norte-americano, divulgado na terça-feira (20) na publicação científica Immunity, e considerado um dos maiores realizados até agora, por ter analisado cerca de 6 mil pessoas, indica que sim: quem já esteve infectado com o novo coronavírus pode ter imunidade até, pelo menos, sete meses.

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"O nosso estudo mostra que é possível gerar uma imunidade duradoura contra esse vírus", explicou ao jornal espanhol Deepta Bhattacharya, pesquisador da Universidade do Arizona e coautor do trabalho.

"Nas infeções moderadas que analisamos, a resposta de anticorpos parece bastante convencional. Os níveis dessas proteínas sobem primeiro, depois caem e no fim acabam por estabilizar", continuou. E quanto às reinfecções, o investigador explica que pode acontecer mas que são casos "excepcionais".

Quando um vírus infecta o corpo, o sistema imunológico produz células plasmáticas de curta duração, que produzem anticorpos para combater imediatamente o agente patogênico. Esses anticorpos aparecem no sangue, normalmente, até 14 dias após a infecção e, segundo o autor do estudo, alguns deles "são muito sofisticados", podendo memorizar um patogênico para sempre e desenvolver armas moleculares para o destruir, incluindo diferentes tipos de anticorpos de elevada potência.

Estudo

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O estudo norte-americano resultou de uma campanha de testes que envolveu 30 mil pessoas. Os investigadores, no entanto, analisaram e acompanharam 5.882 dessas pessoas, estudando a produção de anticorpos neutralizantes em mais de mil.

A prevalência de infeções é baixa, contando apenas com cerca de 200 pessoas que transmitiram o vírus e produziram anticorpos neutralizantes, explicou Bhattacharya.

"Se os anticorpos fornecem proteção duradoura contra o novo coronavírus tem sido uma das perguntas mais difíceis de responder, essa investigação não só nos deu a capacidade de testar com precisão os anticorpos contra a covid-19, mas também o conhecimento de que a imunidade duradoura é uma realidade".

Ao analisar o sangue de voluntários que testaram positivo para o novo coronavírus, os cientistas descobriram que os anticorpos estavam presentes em níveis viáveis ​​por um período de, pelo menos, cinco a sete meses. Contudo, o máximo que a equipe conseguiu voltar atrás no tempo, para ver a duração dos anticorpos foi precisamente sete meses, uma vez que a epidemia chegou relativamente mais tarde ao Arizona.

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"Só conseguimos testar seis pessoas que foram infectadas há cerca de sete meses, mas temos muitas outras infectadas há três, quatro, cinco meses", disse o pesquisador. "Não temos uma bola de cristal para saber quanto tempo os anticorpos duram, mas com base no que sabemos sobre outros coronavírus, esperamos que a resposta imunológica seja mantida durante pelo menos sete meses, e provavelmente por muito mais tempo".

"Sabemos que as pessoas que foram infectadas com o primeiro coronavírus da Sars, que é o mais semelhante ao Sars-CoV-2, ainda conseguem estar imunes 17 anos após a infecção", acrescentou Bhattacharya. "Se o Sars-CoV-2 for parecido com o primeiro, esperamos que os anticorpos durem pelo menos dois anos, e seria improvável qualquer período muito mais curto [do que isso]."

FONTE: Agência Brasil

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