Pacientes terão novos medicamentos imunológicos gratuitos para tratar a psoríase
As novas opções de tratamentos são alternativas para casos mais graves da doença ou para quando o paciente não responde bem aos medicamentos já ofertados
Mais quatro remédios para psoríase estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Essas tecnologias são alternativas para casos mais graves da doença. Além disso, podem ser usadas quando o paciente não responde bem ou possui contraindicação ao tratamento já ofertado pelo SUS.
“Os biológicos são uma nova geração de medicamentos para o tratamento da psoríase moderada a grave e são usados quando o paciente já não responde às medicações tradicionais”, explica a dermatologista Ana Flávia Moll.
Entre os medicamentos incluídos para tratamento da doença estão: adalimumabe, indicado para a primeira etapa do tratamento após falha da terapia padrão para psoríase; o secuquinumabe e o ustequinumabe, indicados na segunda etapa do tratamento após falha da primeira; e o etanercepte, indicado na primeira etapa de tratamento da psoríase após falha da terapia padrão em crianças.
Para casos de psoríase leve, o protocolo clínico já previa o tratamento com o uso de medicamentos de uso externo, como corticosteroides, calcipotriol e ácido salicílico. Já para a psoríase moderada a grave, o tratamento deve ser por período determinado, sendo a primeira opção a fototerapia ultravioleta B (UVB) de banda estreita ou psoraleno (fotossensibilizante e estimulante da produção de melanina), associado à fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Caso não haja resposta após 20 sessões, ou para os pacientes com intolerância, contraindicação ou indisponibilidade de acesso a esse tratamento, o passo seguinte é a introdução de medicamentos sistêmicos.
Estes medicamentos, somados aos tratamentos médicos e sessões de fototerapia, melhoram as lesões, mas não curam a doença. A melhor forma de tratamento e administração de remédios é feita com base em avaliação clínica, caso a caso, entre o médico e o paciente.
Mas você sabe o que é psoríase?
A dermatologista explica que a doença é inflamatória e acomete a pele e as articulações, sendo caracterizada por lesões eritematosas, descamativas, formando placas pelo corpo e, apesar de ser crônica, não é contagiosa e tem tratamento. É bastante frequente, atingindo cerca de 2% da população.
“A importância do diagnóstico correto e do acesso à informação são fundamentais para que o paciente aprenda a se cuidar e a gerenciar sua doença”, esclarece a médica.
Causas
As causas são desconhecidas e multifatoriais, mas sabe-se que existem gatilhos que podem agravar ou fazer surgir a doença como: estresse, tempo frio, hábito de fumar, infecções e uso de algumas medicações, costumando aparecer entre 20 e 30 anos.
O tipo de psoríase mais comum é chamada de vulgar ou em placas, em que as lesões são avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas na superfície. “Pode ter coceira e dor associada e as escamas podem se espalhar nas roupas do paciente”, explica a médica.
Os locais mais afetados pelo problema são couro cabelo, cotovelos e joelhos, e as costas, podendo também aparecer em outras regiões do corpo como nas unhas (ungueal), mãos e pés (palmo-plantar) e articulações (artropática ou artrite psoriásica).É raro ter na face. Existem também variantes graves da doença com lesões com pús (pustulosa) e as que se espalham por todo corpo (eritrodérmica).
“A psoríase pode ser confundida com alergias ou micose, por isso, é importante buscar um dermatologista em caso de lesões suspeitas, pois o tratamento depende do tipo e da extensão da doença e ainda existem medicações que podem agravar o quadro de psoríase, entre elas os AINHs, anti-inflamatórios não hormonais”, reforça Ana Flávia.