Especialista desvenda passos simples para adotar hábitos saudáveis sem sofrimento
Saber reprogramar o cérebro é o segredo, segundo especialista
No período de transição para o verão, é comum que as pessoas procurem mudar seus hábitos para começar bem a estação. Ter uma dieta balanceada e iniciar uma atividade física são mudanças comuns durante esse período, quando as pessoas procuram estar saudáveis e ter uma rotina mais prática. Porém, conquistar esses novos hábitos envolve transformar comportamentos que já se tornaram parte do dia a dia.
O problema é que nem sempre essas modificações são planejadas e, por isso, acabam não sendo incorporadas na rotina após o verão. Quem nunca sofreu com o famoso “efeito sanfona”? A neurociência explica que você não é o único a cair nesse erro.
Como usar os mecanismos do nosso cérebro a nosso favor
Quando uma pessoa inicia uma atividade nova, o cérebro gasta energia para escolher ativamente como ela deve se comportar nessa situação. Com repetição e insistência, a ação se torna parte do cotidiano e as tarefas diárias são realizadas no piloto-automático, sem pensar. Nesse momento, adquire-se o hábito.
Desirée Cassado, Psicóloga Analista Comportamental explica que “trata-se de um recurso do cérebro para transformar ações repetidas em hábitos, para poder focar o tempo e a energia em atividades criativas. É uma característica psico comportamental e, por isso, pode ser mudada – embora possa ser um processo demorado”.
Em nutrição, por exemplo, a Coach em bem-estar, Lara Natacci ressalta que dietas da moda podem fazer com que uma perda de peso a longo prazo seja comprometida. “Substituir a alimentação habitual por uma dieta de moda, restritiva, pode causar perda de massa magra, ou seja, músculo e líquidos. Na maioria dos casos essa situação não é sustentável pois, quando perdemos músculos o nosso gasto calórico tende a diminuir, dificultando a manutenção do peso perdido e favorecendo o efeito sanfona. Com o tempo, esse processo pode mudar a composição corporal, ocasionando acúmulo de gordura e flacidez”, pontua a especialista.
Autoconhecimento é chave para a mudança de hábito
A criação de um novo comportamento é uma transformação menos desafiadora quando a pessoa faz um exercício de autoconhecimento e, a partir disso, se prepara para a mudança. “Quando há um planejamento e nos preparamos para não sermos pegos de surpresa ao nos depararmos com as situações que podemos enfrentar, fica mais fácil”, aconselha a psicóloga, Desirée Cassado.
Ela explica que todo hábito é repetido por conta de três elementos fundamentais: o gatilho, a ação repetida e a recompensa. Por isso, quando o objetivo é mudar aquele hábito que está te incomodando e não faz bem para a sua saúde, o indicado é analisar o que provoca aquele comportamento e quais as recompensas oferecidas por ele. Assim, é possível mudar as origens dessa ação e os fatores que fazem com que ela se perpetue, para passar a ter um comportamento diferente conscientemente.