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Saúde

Welv: China descobre novo vírus que pode matar; veja sintomas e prevenção

Transmitida por carrapatos, esse vírus atinge diretamente o cérebro e pode causar danos irreversíveis senão tratado da maneira correta

Leiri Santana

Redação Folha Vitória
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Foto: Jerry Kirkhart/Wikimedia/Agência Brasil
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Um novo vírus descoberto na China, chamado vírus de áreas úmidas (WELV), atrai a atenção mundial. Transmitido por carrapatos, o WELV foi identificado pela primeira vez em 2019, em um homem de 61 anos na região interior da Mongólia.

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 Após ser picado por um carrapato, o homem apresentou febre, dores de cabeça e falência de múltiplos órgãos. Desde então, pesquisadores estão investigando os mecanismos e os perigos desse vírus, principalmente seus efeitos no sistema nervoso central (SNC).

COMO O WELV ATUA NO SISTEMA NERVOSO?

De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, neurocientista e membro da The Royal Society of Medicine, o WELV possui um forte potencial neurotrópico, o que significa que pode invadir o cérebro diretamente. 

O vírus pode destruir neurônios, levando à morte por apoptose, o chamado 'suicídio celular', além de causar inflamação cerebral grave. Esse processo afeta principalmente os neurônios e as células gliais, essenciais para o funcionamento e proteção do SNC. 

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"A micróglia, por exemplo, pode ser hiperativada, resultando em uma inflamação tóxica que agrava os danos ao tecido neural", explica o especialista.
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Outro impacto significativo envolve a excitotoxicidade, onde o WELV estimula a liberação excessiva de glutamato, um neurotransmissor que, em altos níveis, pode ser fatal para as células nervosas. 

"Isso pode explicar sintomas severos como convulsões e até coma em alguns pacientes infectados", destaca o Dr. Fabiano.

SINTOMAS DA WELV

Até agora, 20 casos de infecção pelo WELV foram registrados na China. Todos os pacientes apresentaram sintomas como:

• Febre;

• Dor de cabeça;

• Tontura;

• Mal-estar;

• Dores musculares.

Em alguns casos, complicações neurológicas, como coma, também foram observadas. Felizmente, todos os pacientes tratados até o momento se recuperaram, com tempo de internação variando entre 4 e 15 dias.

Porém, estudos laboratoriais com ratos indicaram que o WELV pode ser letal, causando infecções graves em diversos órgãos, incluindo o cérebro. Isso sugere que, em certas circunstâncias, o vírus pode ser mortal.

"Embora os humanos tenham se recuperado, em experimentos com animais vimos que o WELV pode ser fatal, especialmente quando atinge áreas cerebrais responsáveis por funções vitais, como o tronco encefálico", alerta o Dr. Fabiano.

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A WELV MATA?

Ainda não está completamente claro qual é o nível de letalidade do WELV, mas a gravidade das infecções observadas em animais indica que o vírus pode representar um risco considerável, especialmente para grupos vulneráveis. A transmissão se dá exclusivamente por carrapatos, o que limita o contágio direto entre humanos. Contudo, isso não elimina a possibilidade de surtos localizados em regiões propensas.

 "Sabemos que a transmissão ocorre por picadas de carrapatos infectados, o que reduz o risco de disseminação rápida. No entanto, precisamos monitorar com atenção a propagação dos vetores", afirma o neurocientista.

CASOS NO BRASIL

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Com o aumento da globalização e o fluxo constante de pessoas e mercadorias entre continentes, existe o risco de o WELV se espalhar para outras regiões, incluindo o Brasil. 

O país possui áreas com condições ambientais adequadas para os carrapatos que poderiam hospedar o vírus, como o Pantanal e a Amazônia. Embora não haja registros do vírus no Brasil até o momento, essas áreas úmidas e as espécies de carrapatos presentes no país poderiam se tornar vetores, caso o WELV chegasse  por meio de animais ou pessoas vindas de regiões afetadas.

POR QUE O CABELO CAI? AS RESPOSTAS PARA 10 PERGUNTAS SOBRE QUEDA DE FIOS

Foto: Reprodução/Freepik

*Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

Nosso cabelo está constantemente crescendo e caindo. Para ter ideia, é comum perdermos entre 50 e 100 fios por dia.

No entanto, problemas de saúde, falta de nutrientes e até o estresse podem afetar diretamente a saúde dos fios e provocar uma queda maior, ocasionando falhas no couro cabeludo e até a temida calvície, que atinge tanto homens como mulheres.

Em alguns casos, pode ser algo passageiro e, em outros, é necessário acompanhamento médico.

A Agência Einstein separou as principais dúvidas sobre o assunto e explica desde os motivos mais corriqueiros aos mais preocupantes. Confira a seguir o que pode estar por trás da queda, quando se preocupar e quais os tratamentos disponíveis.

1. Por que o cabelo cai todos os dias?

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O ciclo de vida de cada fio tem três fases. A maioria deles normalmente se encontra na anágena, a etapa de crescimento que ocorre com a proliferação das células no folículo piloso. Isso pode levar de dois a oito anos e é o que determina o comprimento total do cabelo.

Depois desse período, há uma interrupção da atividade e um repouso de algumas semanas – é a fase catágena. Por fim, na telógena, o fio se desprende do folículo antes que o ciclo se reinicie.

Portanto, sempre há cabelos crescendo e outros caindo naturalmente. No entanto, quando alguma condição provoca a queda em grandes quantidades, o quadro é chamado de alopecia e precisa ser investigado.

2. Quando se preocupar?

Como os fios estão constantemente crescendo e se desprendendo, é normal perder de 50 a 100 fios por dia.

“Quando aparecem muitos fios no travesseiro de manhã ou sai um tufo muito grande ao puxar ou passar a mão, ou se a pessoa observa que perdeu volume ou que o cabelo está mais fino, ralo, o couro cabeludo está mais aparente ou observa áreas sem cabelo, são sinais de preocupação que temos que investigar”, explica a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Além disso, vale ficar atento e procurar um médico diante de sintomas no couro cabeludo, como lesões, coceira, descamação ou dor.

3. Toda queda é igual?

Não, muito pelo contrário. As alopecias mais comuns são as chamadas não cicatriciais – aquelas em que o cabelo volta a crescer. E dentro desse grupo há vários tipos e causas.

Uma das mais conhecidas é o eflúvio telógeno, quando há uma queda abrupta, associada a um aumento da perda diária de cabelo.

“Ele ocorre três ou quatro meses após um fator desencadeante, porque há uma transição repentina dos fios da fase anágena para a telógena”, diz a dermatologista. Pode ser agudo, devido a uma causa passageira, ou crônico – quando o cabelo cresce, mas volta a cair, impactando tanto o volume quanto o comprimento.

Já a alopecia androgenética, a popular calvície, é determinada geneticamente e afeta homens e mulheres. Ela pode começar na adolescência ou na vida adulta e, enquanto nos homens aparece mais na coroa e nas entradas, nas mulheres costuma acometer a região central do topo da cabeça.

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Há também a alopecia areata, que está associada a uma condição autoimune e leva à perda de pelos e cabelo de forma irregular, deixando grandes áreas calvas. É uma doença crônica de evolução imprevisível, com períodos de melhora e piora.

Já as alopecias cicatriciais ocorrem quando um processo inflamatório do couro cabeludo leva à morte do folículo piloso e forma cicatrizes. Há vários tipos, mas em todos os casos a perda pode ser irreversível. O tratamento é mais difícil e deve-se fazer acompanhamento o mais cedo possível.

4. O estresse pode causar queda de cabelo?

Sim. O desgaste do organismo diante de situações como perdas, lutos, mudanças de trabalho ou algum momento marcante na vida pode levar à perda temporária de cabelo.

É o eflúvio telógeno agudo, quando os fios passam rapidamente para a fase final da vida e caem, o que vai ser observado cerca de três a quatro meses após o evento de estresse. Mas depois crescem novamente.

5. Quais doenças ou condições podem fazer o cabelo cair?

Quadros infecciosos, como Covid-19, dengue ou sífilis, drenam recursos do organismo e afetam a saúde dos cabelos.

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Além disso, deficiência de nutrientes — como anemia ou baixos níveis de vitamina D — e alterações na glândula tireoide, que regula o metabolismo, podem estar por trás da queda.

Outras situações que levam à perda são cirurgias (especialmente a bariátrica, que envolve tanto o estresse cirúrgico quanto a questão nutricional), o uso exagerado de alguns medicamentos, os chamados “chips da beleza” e mudanças hormonais, como no período pós-parto.

A fase pós-menopausa e o envelhecimento também levam a mudanças nos fios, tornando os cabelos mais finos e com crescimento mais lento.

6. É possível reverter a perda?

Depende do tipo de alopecia. Nas chamadas não cicatriciais é possível, sim, com diagnóstico precoce e tratamentos adequados; já as cicatriciais podem ser irrecuperáveis.

Médicos vêm observando um aumento dos casos da alopecia frontal fibrosante, caracterizada por uma retração progressiva da linha frontal do cabelo, criando uma aparência de testa mais alta, podendo estar associada à perda de sobrancelha.

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“Essa doença precisa ser tratada o mais precocemente possível, pois não tem cura, mas nós conseguimos retardar a sua progressão”, relata Barbara Miguel. Embora ainda não se saiba a razão, fatores genéticos, alterações imunológicas, hormonais e externas podem estar por trás do fenômeno.

7. Toda queda precisa de tratamento?

Depende da causa. Quando é algo transitório, como um fator estressante ou um quadro infeccioso, o cabelo vai voltar ao normal em poucos meses.

“Já nos casos crônicos, precisamos investigar os gatilhos, incluindo anemia, alterações na tireoide, doenças como sífilis e até se há algum quadro autoimune”, explica a dermatologista. “É preciso avaliar caso a caso.”

Na alopecia androgenética o tratamento é para a vida toda. “A pessoa vai fazer acompanhamento e, dependendo do tempo de diagnóstico e da evolução, pode conseguir boa cobertura capilar.”

8. Quais os tratamentos indicados?

O tratamento depende do tipo de alopecia. Primeiramente, é preciso descartar fatores desencadeantes para saber se é um quadro autolimitado, ou seja, que se resolve sozinho.

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Alguns casos crônicos e a alopecia androgenética são tratados com medicamento tópico ou oral. Também podem ser indicados outros remédios e terapias, como mesoterapia, laser, transplante capilar, entre outros.

9. Procedimentos capilares podem provocar a queda?

Colorações e uso de ferramentas que geram calor, como a chapinha, não causam queda, mas podem provocar o chamado corte químico – a quebra brusca dos fios pelo calor ou pela química.

“Em pacientes que fazem procedimentos como descolorir ou alisar, por exemplo, a chance de quebrar o cabelo é muito grande”, alerta a dermatologista.

10. A forma de pentear e o corte influenciam?

Penteados muito apertados podem causar alopecia de tração. “De tanto tracionar o cabelo pode até se tornar irreversível”, observa a médica do Einstein.

Por isso, ela sugere variar os penteados e não usar coques ou algo muito apertado de maneira rotineira. Já a falta de corte não influencia o crescimento, que é determinado geneticamente e depende do período da fase anágena. Ele apenas melhora o aspecto geral do fio.


















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Um novo vírus descoberto na China, denominado vírus de áreas úmidas (WELV), tem despertado atenção global. Transmitido por carrapatos, o WELV foi identificado pela primeira vez em um homem de 61 anos, na região da Mongólia Interior, em 2019. Ele apresentou febre, dores de cabeça e múltiplas falhas orgânicas após uma picada de carrapato. Desde então, a comunidade científica tem buscado entender os mecanismos e os perigos que esse vírus representa, especialmente para o sistema nervoso central (SNC).

Como o WELV Afeta o Sistema Nervoso Central?

Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-doutor em Neurociências e membro da The Royal Society of Medicine, o WELV tem um potencial neurotrópico significativo, ou seja, pode invadir e afetar o cérebro de forma direta. “O vírus pode danificar os neurônios, levando à sua morte através de processos como apoptose, "suicídio celular", além de causar inflamação cerebral severa”, explica ele. O impacto principal ocorre em neurônios e células gliais, importantes para a manutenção e proteção do SNC. “A micróglia, por exemplo, pode ser hiperativada, gerando uma inflamação tóxica que agrava os danos neurais”, comenta o especialista.

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Outro efeito devastador envolve a excitotoxicidade. O WELV pode aumentar a liberação de glutamato, um neurotransmissor excitatório, em níveis tão altos que acabam matando as células nervosas. “Isso pode explicar os sintomas graves como convulsões e coma em alguns pacientes infectados”, esclarece o Dr. Fabiano.

Sintomas e Casos Documentados

Até o momento, 20 pessoas foram identificadas com a infecção pelo WELV na China. Todos os pacientes apresentaram febre, dores de cabeça, tontura, mal-estar, dores musculares e nas costas. Em alguns casos, houve complicações neurológicas, como coma. Felizmente, todos os pacientes hospitalizados se recuperaram, com alta hospitalar entre 4 e 15 dias.

Contudo, testes laboratoriais em ratos mostraram que o WELV pode causar infecções letais, atingindo diversos órgãos, incluindo o cérebro, o que reforça o potencial de letalidade do vírus em certos contextos. “Apesar da recuperação dos humanos até agora, em modelos animais observamos que o WELV pode ser fatal, principalmente quando afeta regiões do cérebro responsáveis pela regulação de funções vitais, como o tronco encefálico”, alerta o Dr. Fabiano.

Letalidade e Riscos Globais

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A letalidade do WELV ainda não está totalmente clara, mas a gravidade das infecções em ratos sugere que o vírus pode ser perigoso, principalmente para populações vulneráveis. O fato de o vírus ser transmitido por carrapatos limita a transmissão direta entre humanos, mas não exclui a possibilidade de surtos localizados em áreas de risco. “O que sabemos até agora é que a transmissão ocorre por meio de picadas de carrapatos infectados. Isso reduz o risco de propagação rápida, mas, ao mesmo tempo, precisamos estar atentos à disseminação dos vetores”, afirma o neurocientista.

Riscos de Chegada ao Brasil

Com a globalização e o intenso fluxo de mercadorias e pessoas entre continentes, há sempre um risco potencial de o WELV alcançar outras regiões, como o Brasil. O país tem características ambientais que poderiam abrigar os carrapatos hospedeiros do vírus, como o Pantanal e a Amazônia. “Embora ainda não haja registros do vírus no Brasil, as áreas úmidas e as espécies de carrapatos presentes no país poderiam atuar como vetores, se o WELV chegasse aqui por meio de animais infectados ou mesmo de pessoas que visitaram regiões afetadas”, comenta o Dr. Fabiano. Segundo ele, é importante que haja uma vigilância constante para monitorar possíveis novos vetores no país.

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