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ENTREVISTA

"As vacinas salvaram ao longo dos últimos 50 anos, uma vida a cada 6 minutos", diz infectologista

Na entrevista especial deste domingo (15), Lauro Ferreira, médico, infectologista fala sobre a importância da vacinas para manter graves doenças afastadas, além de

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Arte: Folha Vitória
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Elas são uma das mais importantes ferramentas de combate à doenças infecciosas. As vacinas agem no organismo estimulando o sistema imunológico, combatendo vírus e bactérias, sem causar a doença. 

De modo geral, isso acontece por meio da administração de antígenos, que podem ser vírus inativados, bactérias enfraquecidas ou fragmentos de patógenos.

Segundo especialistas das mais diversas áreas de saúde, é por meio da vacinação em massa que se torna possível reduzir consideravelmente a incidência de doenças como a varíola, a poliomielite e o sarampo, por exemplo. 

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De fato, a varíola, por exemplo, foi erradicada em todo o mundo graças a um esforço coordenado de vacinação. A poliomielite está próxima de ser erradicada, e as campanhas de vacinação continuam a reduzir os surtos de sarampo em várias partes do mundo.

Na entrevista especial deste domingo (15), a reportagem do Folha Vitória conversou com Lauro Ferreira Pinto, médico infectologista e Doutor em Doenças Infecciosas pela Ufes. Ele fala sobre a importância da vacinação, explica como funciona, os principais desafios, mitos, verdades, além das principais causas e consequências da recusa de vacinas.

1. O que são vacinas?

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Lauro Ferreira - Vacinas são produtos imunobiológicos que tem a função de defender o nosso organismo contra doenças. Eles estimulam resposta contra alguma doença, seja essa doença causada por vírus, por bactéria, por qualquer tipo de agente agressor.

As vacinas sã uma conquista da humanidade. As primeiras vacinas foram de certa forma as vacinas de varíola. Tem mais de dois séculos que se descobriu que esfregar na pele de uma pessoa crostas de varíola, seja a própria varíola humana ou seja a varíola bovina, estimulava o organismo a se defender da varíola.

Naquela época havia algum risco nisso, mas isso salvou milhares de vidas no mundo inteiro, mas as primeiras vacinas de varíola, dessa forma, esfregando crosta, às vezes da própria varíola, numa pessoa sadia, trazia algum risco, pequeno, mas trazia, mas assim começou a vacinação.

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Hoje a estimativa da Organização Mundial de Saúde, ´e que as vacinas salvaram ao longo dos últimos 50 anos, 154 milhões de vidas, o que dá uma vida a cada 6 minutos. A vacina de poliomielite, por exemplo, estima-se que 20 milhões de crianças e adolescentes andam em todo o mundo, por causa das vacinas. 

2. Podem ser de que tipo?

Elas (as vacinas) são dividias em dois grandes grupos: as vacinas vivas (que têm um organismo vivo), geralmente são vacinas virais, por exemplo, vacina de febre-amarela, vacina de dengue, vacina de rubéola, vacina de sarampo, vacina de catapora, vacina de rotavírus. 

Essas são vacinas que têm um vírus atenuado, enfraquecido, que estimula o organismo a se defender.

Existem as vacinas não vivas, chamadas de inativadas que geralmente têm um produto, um antígeno, uma proteína ou alguma coisa do agente agressor, do vírus ou da bactéria que nos ameaça e estimula dessa forma uma resposta imune.

3. Como as vacinas funcionam?

As vacinas funcionam estimulando uma resposta imune ao agente agressor. Geralmente esta resposta é por anticorpos, a gente chama de imunidade humoral, e muitas vezes é também por células que reagem ao agente agressor que a gente chama de imunidade celular.

Então, tem vacinas que estimulam mais a imunidade humoral e vacinas que estimulam mais a imunidade celular.

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Mas de maneira geral, a ideia das vacinas é imitarem de alguma forma o agente agressor, seja sobre a forma de um vírus atenuado, tendo alguma proteína, algo daquele agente que nos ameaça para fazer que a gente responda e essa memória fica no nosso corpo de tal sorte que quando esse agente agressor chega ao nosso organismo, seja sob a forma de vírus, bactéria, enfim, a gente já tenha um memória para se defender.

4. Qual a importância do Programa Nacional de Imunizações?

A importância do Programa Nacional de Imunização é enorme por que o programa fez com que chegasse em todo o Brasil, desde o Rio Grande do sul até os confins da Amazônia, vacinas, principalmente para crianças. Para proteger crianças. 

É só você pensar, antigamente a quantidade de enfermarias que tinha hospitais pediátricos e hoje você tem pouquíssimos. 

As vacinas salvaram milhões e milhões e milhões de crianças der adoecer, diminuiu mortalidade infantil e as vacinas pra adultos e idosos estão engatinhando. Por isso que você ainda vê muita gente morrendo de doenças infecciosas sem necessidade.

5. Quais os principais desafios da vacinação atualmente?

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Os principais desafios da vacinação, claro que existem muitas doenças que demandam vacinas, vou te dar um exemplo, a Aids, né? 

Existe pesquisa de vacina contra a demência, contra doenças que ameaçam a humanidade, contra doenças sexualmente transmissíveis, existe procura de vacina contra herpes simples que é uma doença chata e incômoda que afeta um monte de pessoas e não tem vacina.

Mas eu acho que o principal desafio hoje é que várias doenças desapareceram e as pessoas esquecem de procurar as vacinas. A gente fala que as vacinas são vítimas do seu próprio sucesso. então muita gente descuida da vacina por que não vê as doenças surgindo de novo. 

6. Por que algumas pessoas vacinadas ainda ficam doentes?

As vacinas não são 100% eficazes. Tem umas que são muito eficazes, tem outras que são menos. Um exemplo é a vacina de gripe, ela tem uma eficácia de 60%, por aí. A ideia da vacina da gripe é evitar que a pessoa vá se hospitalizar, tenha uma doença mais grave e corra risco de vida, né?

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Então, falta muitas vezes desenvolver vacinas mais eficazes contra algumas doenças. Então, vacina de uma maneira geral, e também como o tempo, às vezes precisa de um reforço. Tem várias vacinas que exigem reforços de tempo em tempo e isso acaba que as pessoas esqueçam de se vacinar ee muitas vezes esquecem o reforço e pegam aquela doença.

7. Quais as principais causas e consequências da recusa de vacinas?

A consequência da recusa vacinal é o risco que aquela doernça traz. A exitação vacinal é uma das maiores ameaças a saúde pública hoje, não há dúvida disso. Curioso é que quando a covid matava muito as pessoas corriam atrás da vacina.

É por isso que o vírus diminuiu um pouco a sua gravidade, também tem muita gente vacina, as pessoas perderam o medo. 

Na verdade, as pessoas mais idosas e imunodeprimidas têm que ter medo de doenças que possam causar risco de vida como a própria covid.


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