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Saúde

Como pode? Jovem toma proteína em whey e morre; veja riscos e doenças

Adolescente de 16 anos morreu intoxicado três dias após consumir a bebida. Veja o que aconteceu e o que médicos receitam

Redação Folha Vitória

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audima
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Foto: ArthurHidden/Freepik

O médico legista Tom Osborne está propondo mudanças nas regulamentações de venda de shakes de proteína no Reino Unido. 

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Em um relatório apresentado à Food Standards Agency, órgão regulatório equivalente à Anvisa local, Osborne argumenta que esses produtos devem incluir um aviso de risco de morte nos rótulos, direcionado aos consumidores.

De acordo com o Metrópoles, a motivação por trás dessa recomendação está relacionada ao caso de Rohan Godhania, um adolescente britânico de 16 anos que faleceu em 2020, apenas três dias após consumir um suplemento de proteína. 

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Os pais de Rohan adquiriram o pó para preparar um shake proteico, acreditando que isso ajudaria no desenvolvimento muscular e na postura do jovem. 

Após a ingestão da bebida, Rohan sofreu complicações de saúde e foi hospitalizado, onde infelizmente sofreu danos cerebrais irreversíveis devido a intoxicação.

Foto: Divulgação

CAUSA DA MORTE

O suplemento de proteína causou uma elevação significativa nos níveis de amônia no corpo, resultando em uma intoxicação grave para o jovem. 

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Infelizmente, segundo o Metrópoles, o hospital não conduziu os exames necessários que poderiam ter identificado essa reação e possibilitado um tratamento oportuno.

Os órgãos de Rohan foram doados, e alguns meses depois, a pessoa que recebeu seu fígado começou a apresentar convulsões

Após realizar uma biópsia no órgão transplantado, foi descoberto que Rohan sofria de uma doença genética rara que afeta a capacidade de remover amônia do sangue.

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De acordo com o Metrópoles, essa condição de saúde é conhecida como deficiência de ornitina carbamoiltransferase (OTC) e requer uma combinação de exames genéticos e clínicos para um diagnóstico preciso.

A OTC afeta aproximadamente um em cada 50 mil recém-nascidos e tende a ser mais prevalente em homens. 

Conforme relatado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os sintomas principais dessa condição incluem alterações comportamentais, episódios de vômito e letargia.

ALERTA

Segundo o Metrópoles, após trabalhar no caso, Osborne vem advogando que os fabricantes de shakes de proteína escrevam no rótulo do produto um alerta sobre os riscos para pessoas que têm OTC. 

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“Apesar de ser uma condição rara, pode ter efeitos graves se alguém tomar a bebida e tiver um pico de proteínas”, afirma o especialista.

“Suplementos e bebidas com alto teor de proteína são facilmente acessíveis ao público em geral, mas os seus rótulos não informam adequadamente os consumidores sobre os perigos potenciais, como o desenvolvimento da OTC”, alerta o médico.

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“Na minha opinião, existe o risco de ocorrência de mortes futuras, a menos que sejam tomadas medidas”, disse o médico, em seu relatório à Food Standards Agency. O órgão tem até dia 2 de outubro para responder à solicitação.

REMÉDIO PARA TDAH

O novo medicamento para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) chamado atomoxetina foi aprovado para começar a ser comercializado no Brasil em 2023.

Porém, a pergunta que não quer calar é: qual a diferença entre ele e os medicamentos atuais usados para o tratamento do transtorno?

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O biomédico e mestre em Ciências Bruno Marques, do canal Neurociência Descomplica, explica como esse novo medicamento age no cérebro das pessoas com TDAH.

De acordo com o especialista, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um distúrbio de neurodesenvolvimento caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade de forma exacerbada.

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Os sintomas começam a se manifestar na fase da infância, podendo perdurar pela adolescência e até mesmo na fase adulta.

Marques comenta que existem três tipos diferentes de TDAH:

1. TDAH com sintomas predominantemente desatenciosos

2. TDAH com sintomas predominantemente hiperativos

3. TDAH com sintomas mistos

"Basicamente, quase todos os sintomas relatados pelas pessoas com TDAH estão relacionados com déficits na atividade de uma circuitaria específica do cérebro chamada de córtex pré-frontal", explica o biomédico.

Marques afirma que são justamente as diferentes conexões que o córtex pré-frontal realiza sobre o nosso cérebro que controla diversas funções, como a atenção, o foco e o controle da impulsividade para não deixar hiperativo.

"Se eu pedir a vocês que prestem atenção em um jogo de tênis, especificamente onde a bola está pingando, vocês provavelmente vão ter dificuldade em notar o que se passa no fundo. Isso acontece porque o nosso córtex pré-frontal, juntamente com outras partes do cérebro, tá se esforçando para prender nossa atenção nesse movimento", exemplifica.

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De acordo com Marques, essa região do córtex pré-frontal é "sintonizada" por diferentes neurotransmissores, dentre eles a noradrenalina (NA) e a dopamina (DA).

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