Alerta aos pais: atenção aos sinais e mudanças de comportamento das crianças e adolescentes
Especialistas alertam para o crescimento dos casos de suicídio de garotas e garotas de 10 a 19 anos
Setembro é o mês de prevenção e alerta ao suicídio, um tema que até então é considerado um tabu na sociedade brasileira. E os profissionais da saúde informam sobre a importância de debater e criar meios para combater esse grave problema. Anualmente, no país são 11 mil casos de suicídio, sendo esta a quarta maior causa de morte entre brasileiros de 15 e 29 anos, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.
Entretanto há uma classe etária que também necessita de atenção quando o assunto é depressão, transtornos e principalmente, o suicídio. Crianças e adolescentes também sofrem com o problema, de acordo com os dados de uma pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil), com base em números do Ministério da Saúde, de 2000 a 2015, o registro de suicídios aumentou 65% entre garotos e garotas de 10 a 14 anos. No mesmo período, o crescimento foi de 45% na faixa etária de 15 a 19 anos.
E a ´psicóloga Roberta Vallory, especializada em crianças e adolescentes alerta aos pais para que estejam sempre atentos aos sinais, principalmente quando eles são sutis. "Muitas vezes se misturam com o próprio comportamento da criança e do adolescente. Eles ficam mais irritados, mais apáticos, deixam de fazer as coisas que eles gostam. Em determinadas situações é possível que se cortam, se automutilam, comecem a falar sobre a morte com interesse. É preciso estar atento também às mudanças de apetite, choro frequente, transtornos do sono, cansaço, ganho ou perda de peso.m Essas situações devem ser vistas e valorizadas", explicou a especialista.
A psicóloga também informa que um erro muito comum dos pais é achar que esses comportamentos são fases e que elas irão passar, quando na verdade, é preciso procurar ajuda de um médico especialista. Roberta ainda enfatiza que é bom estar atento aos sinais que podem apontar uma depressão e que os pais, antes de conversar com os filhos, consultem um psicologo parar tirar as dúvidas e depois conversar com a crianças e/ou adolescente.
"Os especialistas podem esclarecer melhor sobre como perguntar aos filhos a respeito de depressão ou suicídio. Quando não houver diálogo constantes e cumplicidade no dia a dia, a conversa será pouco eficaz", garantiu Roberta.
Papel das escolas
A especialista comenta que a escola também ´pode atuar em parceria com os pais e identificar os sinais. "Muitas vezes os colegas e professores passam mais tempo com as crianças e adolescentes que a própria família deles. As escolas devem abordar esse assunto e muitos outros, e prestar atenção no comportamento dos alunos. A proximidade com a família é essencial", completou a psicóloga.