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Saúde

Histerectomia abdominal: entenda cirurgia de Preta Gil durante retirada de tumor no intestino

Médica oncologista explica como o procedimento é feito e o motivo e em quais casos ele é indicado

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / Instagram
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Neste domingo (20), a cantora Preta Gil usou a redes sociais para atualizar os fãs sobre seu estado de saúde após a cirurgia para a retirada de um tumor no intestino no último dia (16). A artista explicou que além do procedimento, já previsto, foi necessária a realização de uma histerectomia abdominal

Segundo Virgínia Altoé Sessa, médica oncologista, trata-se da retirada do útero por meio de um corte no abdômen. 

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"Existe a forma de fazer histerectomia vaginal, sem cortar o abdômen. Mas em câncer a gente não faz isso. Em câncer você sempre faz retirando o órgão por inteiro, sem ficar passando ele por outras regiões. Quando a gente tira o útero pela vagina, você arrasta ele pelo canal vaginal. Então, se tiver alguma doença, você espalha células de câncer pelo caminho da retirada". 

A especialista explica que o que uma possível causa para a decisão de fazer a histerectomia em Preta Gil é prevenir a chance de alguma célula cancerígena ter ficado para trás. 

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"Provavelmente ela tinha um volume de doença alto ou era uma doença localizada numa região muito próxima do útero que pode ter acometido o útero e, por precaução, para evitar de que tenha ficado alguma doença para trás, os cirurgiões retiraram também o útero. Esse tipo de cirurgia é discutida com a paciente, uma vez que ela poderia, ainda, ter o desejo de gestar".

Casos em que a histerectomia abdominal total é indicada

De maneira geral, a cirurgia é indicada para casos de câncer uterino, além de, na maioria dos cânceres de ovário, em tumores onde existe um grande volume da doença e um risco de contaminação do útero.

Nesse último caso, o perigo torna-se maior devido a proximidade do tumor localizado nesta região, como, por exemplo, o câncer de reto que pode acometer o útero e precisar fazer a remoção do útero junto, "que é quando a gente chama de exenteração pélvica", diz Virgínia .

Em entrevista ao Folha Vitória, Virgínia ainda esclareceu algumas dúvidas sobre o procedimento. Acompanhe: 

*Como é feito o procedimento?

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R: "Quando é uma cirurgia grande, que eu acredito que tenha sido a cirurgia dela, que tira o intestino e tira o útero, aí é um corte que a gente chama de laparotomia (corte grande e na vertical). (...) Apenas a equipe que faz o acompanhamento saberia responder, uma vez que a melhor estratégia para a paciente leva em conta diversos fatores".

*Como é a recuperação e quanto tempo leva?

R: "A recuperação depende do tipo de cirurgia, em uma cirurgia aberta, a recuperação costuma ser mais demorada porque tem muitos cortes. A cirurgia por vídeo é mais rápida. Por robô costuma ser mais rápida ainda. Às vezes, a paciente tem alta com menos de uma semana do hospital numa cirurgia como essa, se for só a retirada do útero. 

Mas como no caso dela não foi só a retirada do útero, foi uma cirurgia maior, o tempo de recuperação, mesmo sendo por robô, é um pouquinho maior, mas também costuma ser rápido, em menos de uma semana o paciente já está em casa se não houver nenhuma intercorrência".

*Quais as consequências da cirurgia?

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R: "A retirada do útero impossibilita que a paciente gere um bebê e ela também não vai mais menstruar. Já com relação a retirada do intestino, em alguns casos é preciso a ostomia, de uma bolsinha pra conseguir fazer cocô".

O que é bolsa de colostomia usada por Preta Gil

A cantora passou a usar uma bolsa de colostomia desde a semana passada enquanto se recupera do procedimento. O médico gastroenterologista Gustavo Peixoto afirmou que  ela pode ser temporária ou até definitiva. 

"A definitiva é feita em caso de amputação da região do ânus, geralmente por conta de câncer. Retira-se a região do reto e a colostomia fica definitiva".

Atualmente, segundo Peixoto, com os recursos tecnológicos que existem para reconstruir o trânsito intestinal, a maioria das colostomias são temporárias. O tempo varia de 45 dias até 6 meses, dependendo da doença de base e da condição clínica do paciente.

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