Cacau alucinógeno puro: entenda o que é "nova droga" que viralizou e efeitos

Nos últimos dias, usuários das redes sociais têm discutido a respeito das propriedades nutricionais de um cacau teoricamente alucinógeno, utilizado em festas holísticas. 

Tudo começou quando um jovem compartilhou no Instagram como foi a sua experiência em uma celebração com "cacau puro". 

No vídeo, Pedro Belini mostra todas as etapas da festa "sem álcool, com comidas veganas e com cacau cerimonial". Chamado de Seiva, o evento foi idealizado por Cadu Cassaú e outras pessoas, no Rio de Janeiro. 

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Durante o vídeo, o jovem afirma que o cacau teria efeitos diferenciados. 

"Eu lembro que o cacau me deixou mais sensível às pessoas, à música e ao toque. Sentia meu corpo vibrar e êxtase", disse. 

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VÍDEO

Nos comentários, alguns internautas se divertiram com o relato do professor de yoga, estranhando a novidade. 

"Se tiverem a oportunidade de ir, se lembrem de recusar", comentou uma seguidora. 

"Já fui em festas de criança mais divertidas", comentou outro jovem. 

Apesar das duras críticas sobre apropriação de tradições, alguns seguidores do rapaz saíram em defesa. 

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"Que tristeza os comentários. Deixem o povo se divertir! Experiência maravilhosa", destacou uma jovem. 

TRADIÇÃO É ANTIGA

Mas, afinal, o que é o Cacau Cerimonial? 

O uso do chamado cacau puro, na verdade, data de uma cerimônia tradicional da cultura de antigos povos das Américas Central e do Sul, sendo utilizado por diferentes culturas e rituais. 

De acordo com informações do Mega Curioso, a ayahuasca seria a mais famosa tradição xamânica sul-americana envolvendo o consumo de plantas alucinógenas. Nesta cultura, os alucinógenos ajudariam os membros a atingir outros níveis de percepção da realidade. 

No entanto, povos ainda mais antigos teriam descoberto que o cacau possui efeitos parecidos. Por meio da bebida de cacau, seria possível aumentar o nível de produtividade, criatividade, além de levantar o humor e reduzir sentimentos depressivos. 

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Ainda segundo o site, a explicação química se dá pela teobromina, substância química parecida com a cafeína, presente também no sistema nervoso central. Ao contrário da cafeína, porém, que estimula o indivíduo, a teobromina possui efeito calmante, relaxando e aumentando a vasodilatação.

Além disso, a cultura olmeca, conhecida por ser a primeira civilização complexa da Mesoamérica, localizada no golfo do México, já preparava o cacau há 3 mil anos. Além deles, maias e astecas também faziam uso da bebida. 

Além das tradições milenares, terapias alternativas atuais também utilizam a fruta por acreditarem em um efeito denominado chacra cardíaco, segundo a terapeuta Marília Martins. 

“A pessoa se torna mais criativa, mais compassiva, mais amorosa. Nesse sentido, o cacau é um potencializador”, contou em entrevista ao site Mega Curioso. 

Ainda de acordo com a terapeuta, durante o tratamento, cada participante deve ingerir cerca de 45 gramas de cacau, misturado com outras ervas e especiarias. Na sequência, a especialista os convida a focar nos efeitos sob o corpo.

CACAU É ALUCINÓGENO?

Apesar da crença popular no meio xamânico, o neurocientista James Giordano explicou que o "cacau é neuro ativo, não fortemente psicoativo", ou seja, a fruta possui propriedades orgânicas, porém não pode ser considerada como um psicodélico, além de não causar alucinações. 

Em entrevista para a publicação, o especialista ainda afirmou que, por contrapartida, o cacau pode produzir reações químicas no cérebro, associados ao bem-estar, como relaxar os músculos, liberar serotonina e sensações positivas em geral. 

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Segundo ele, devido a estas propriedades, a fruta é uma boa recomendação para o consumo após ou durante uma experiência psicodélica.

Para a especialista Nicki Adams, porém, no artigo "Cacao, the Love Drug", pessoas podem ter a sensação de alucinações após o consumo da fruta pura devido a uma percepção causada por elas mesmas. 

"Combine cacau com um cenário intencional, e qualquer um pode ter uma experiência poderosa de expansão da mente". 

Assim, se trata muito mais do ambiente e motivações intencionais de cada indivíduo ao consumir o cacau. 

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OI? VEJA ALUCINAÇÃO

No final do ano passado, outra trend alucinógena viralizou nas redes sociais entre jovens, principalmente nos Estados Unidos. Devido aos efeitos psicodélicos adquiridos ao lamber o anfíbio, a espécie de sapo Bufo alvarius começou alvo de usuários. 

"Bem, isso é aterrorizante para os sapos", disse o Serviço Nacional de Parques (SNP) dos Estados Unidos da América. O órgão nacional realizou uma publicação no Facebook alertando os turistas a não lamberem o animal, encontrado na região do deserto de Sonora.

Segundo as autoridades, a espécie tem glândulas parótidas proeminentes logo atrás dos olhos que secretam uma toxina potente. No entanto, tal toxina pode deixar uma pessoa doente caso segure o sapo com a mão ou coloque o veneno dele na boca.

"Como alertamos para a maioria das coisas que aparecem no Parque Nacional, seja uma lesma de banana, um cogumelo estranho ou um grande sapo com olhos brilhantes no meio da noite, por favor, não lamber. Obrigada, Toot", alertou o SNP.

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