Espírito Santo é o segundo estado com maior número de casos de sífilis adquirida do Brasil
Segundo dados de 2016 divulgados pela Sesa, 3.494 casos de sífilis adquirida foram registrados no estado, o que indica um aumento de 138% em relação a 2012.
No ano de 2015, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou um gráfico indicando a taxa de incidência de sífilis adquirida por estado. No ranking, o Espírito Santo possuí a segunda maior taxa em relação ao cenário nacional, com mais de 85 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Segundo dados de 2016, divulgados pela Sesa, 3.494 casos de sífilis adquirida foram registrados no estado, o que indica um aumento de 138% em relação a 2012. Já os casos em gestantes aumentou 63% em relação a 2013, tendo 1.183 casos registrados em 2016.
Para Bettina Moulin Coelho Lima, médica ginecologista e integrante da coordenação do Programa Estadual de DST/AIDS, um dos principais motivos que levaram o Espírito Santo ao segundo lugar deste ranking é a rapidez e o aumento da execução de testes. “O número de testagem tem aumentado. O estado está disponibilizando teste rápido de sífilis, por meio de exame de sangue que gera o resultado em 20 a 30 minutos. Então, quanto mais testes, mais diagnósticos. Além disso, há momentos de troca de parceiros. Muitas vezes por estar com um parceiro que julga não ter nada, a doença pode ser contraída sem saber”, justifica.
O que é a sífilis?
A sífilis é uma Infecção Sexual Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e tem cura. A transmissão pode ocorrer por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para criança durante a gestação. Quanto às suas manifestações, estas são diversas e possui diferentes estágios (sífilis latente, primária, secundária e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.
Sífilis latente – fase assintomática: Não aparecem sinais ou sintomas. A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Sífilis primária (úlcera): Ferida, geralmente única, que some mesmo sem tratamento e pode aparecer em qualquer região onde a bactéria pode penetrar (pênis, vulva, colo uterino, ânus, boca, dedos). Pode aparecer entre 10 a 90 dias após o contágio.
Sífilis secundária: Pode acontecer alguns meses após o aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Normalmente é caracterizada pelo surgimento de manchas pelo corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, que podem ser facilmente confundidas com uma reação alérgica. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.
Sífilis terciária: Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, que podem acometer principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo até levar à morte.
Tratamento
O tratamento é feito com penicilina benzatina, popularmente conhecida como benzetacil. A quantidade de doses e duração do tratamento variam de acordo com cada fase da doença.
A médica ginecologista ainda faz um alerta especial às mulheres que pretendem engravidar ou que estão grávidas: “a sífilis ainda tem um agravante, quando não tratada numa gestante, a infecção pode passar para o bebê - o que chamamos de sífilis congênita. O que pode ocasionar um aborto ou um óbito fetal (natimorto). Por isso, é muito importante que a mãe trate para que o bebê não seja prejudicado, já que a transmissão é muito fácil", avisa.
Prevenção
A melhor maneira de se prevenir e evitar que a sífilis faça parte da vida do indivíduo em algum momento é utilizando a camisinha. Os exames também podem ser grandes aliados na tentativa de evitar a contaminação do parceiro.
Lembrando que a sífilis não tem gênero, ou seja, é importante que tanto homens quanto mulheres façam testes e, caso estejam infectados, busquem ajuda e o tratamento correto.
“A pessoa precisa pensar que ela pode ter sífilis sem saber. Então, ela deve procurar fazer mais testes. Para quem quer engravidar, é fundamental que procure um posto de saúde para fazer os exames antes da gravidez acontecer. Caso a mulher engravide antes dos exames, ela deve agendar o pré-natal o mais breve possível, não só as mulheres, mas seus parceiros também. Os homens costumam ser mais resistentes quando trata-se de saúde, mas é importante que eles também tenham esse cuidado", lembra a integrante da coordenação do Programa Estadual de DST/AIDS.
Bettina ainda reitera a importância da proteção na hora do ato sexual: "O uso de preservativos na hora das relações sexuais é indispensável - a proteção deve ser mantida do começo ao fim do ato".