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Saúde

Bebês podem compartilhar o mesmo talher? Saiba o que diz pediatra

Nesta semana, o assunto gerou debate após a mãe dos gêmeos de Colatina postar vídeo alimentando as crianças com a mesma colher

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Freepik
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Motivo de dúvidas quanto a segurança e impactos na saúde dos bebês, muitos pais se questionam se podem ou não utilizar o mesmo talher na hora de alimentar os filhos.

Se por um lado alguns consideram algo natural e inclusive prático ao permitir que compartilhem utensílios durante as refeições, antes, é preciso entender os aspectos positivos e riscos da prática.

Nesta semana, o tema gerou debate após Quêzia Romualdo, mãe que deu à luz sêxtuplos em Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, em 2023, postar um vídeo alimentando os gêmeos com a mesma colher.

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Para entender melhor esse cenário, a reportagem do Folha Vitória conversou com a médica pediatra Isadora Vencioneck Lima. 

"Não é o ideal, cada organismo tem sua microbiota, mesmo morando na mesma casa. No caso de não haver condições de cada um ter o seu, é recomendado lavar com água e sabão neutro antes de ofertar a comida para a outra criança", pondera.

Portanto, é verdade que quando bebês compartilham talheres, o risco de transmissão de germes e bactérias entre eles é maior. O sistema imunológico ainda em desenvolvimento pode deixar eles mais suscetíveis a infecções gastrointestinais e outras doenças. 

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Outro ponto importante é o fato de que bebês exploram o mundo por meio da boca, o que facilita essa transferência de micro-organismos presentes nos mais variados objetos. 

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"O maior problema se dá quando algum dos irmãos está com alguma doença — e o mais comum em bebês são doenças virais — que se propagam por gotículas, por exemplo: gripe, mão-pé-boca, estomatite, amigdalite, gastroenterite; etc", destacou a pediatra.

O que é ideal e o que é real

De modo geral, irmãos com idades bem próximas e gêmeos estão sempre juntinhos e compartilham uma série de objetos. E isso não tem problema. 

Na lista, estão os lençóis, escovinha de cabelo, um beber água no copo do outro e a  troca de chupetas, por exemplo. Segundo a especialista, o que deve-se tentar é que materiais pessoais, como escova de dente, peças íntimas e chupeta, cada um tenha o seu. 

"E se os pais perceberem que alguém está apresentando algum sintoma, tentar realizar o isolamento em casa, se possível for. E praticar, principalmente, os hábitos de higiene pessoal e dos materiais compartilhados com mais frequência".

Calma! Nada de aflição. Também não é preciso ficar esterilizando tudo o que os bebês põem na boca o tempo inteiro. A recomendação de lavar com sabão neutro líquido e água tratada corrente é suficiente para minimizar possíveis problemas.

Alternativas seguras

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Isadora recomenda evitar utensílios de plástico comuns. "O ideal é usar materiais BPA free, por exemplo: silicone ou bambu, pelo fato de evitar exposição a agentes tóxicos do plástico e acidentes com pratos de vidro. Pois é uma fase em que o bebê quer explorar tudo e muito".

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Se existe algum problema em usar uma colher de aço-inox, a resposta é não. Desde que esteja devidamente limpo. 

"Um cuidado que se deve ter é, por exemplo, se um bebê que está iniciando a introdução almentar ficar com o talher na mão, sozinho, pode machucar a gengiva, por ser um material duro. Mas com supervisão, não há problema".

Prevenindo doenças e contratempos com os bebês

Adotar medidas simples de higiene e cuidado, é fundamental para garantir um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento dos pequenos.

Estar em dia com as vacinas conforme o calendário nacional e manter a regularidade correta com as consultas de puericultura com o pediatra, são apenas algumas delas. Outros pontos também são importantes. 

"Verificar se a suplementação de vitaminas e minerais desse bebê está correta, além de evitar contato com pessoas doentes e ter atenção aos cuidados com a higiene", finaliza.

Foto: Reprodução/Instagram @maedesextuplosoficial
Gêmeos de Colatina: vídeo compartilhado nas redes sociais levantou debate

Mãe de sêxtuplos compartilhou vídeo dos bebês almoçando

Na última terça-feira (9), Quêzia Romualdo, mãe que deu à luz aos sêxtuplos de Colatina, em 2023, compartilhou em uma de suas redes sociais mais um dos inúmeros momentos de descobertas e do dia a dia dos bebês.  

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A publicação, que mostra os irmãos almoçando, já somava mais de 14 mil curtidas e mais de 600 comentários até a tarde desta quinta-feira (11), provocou polêmica entre os seguidores. Isso por que os gêmeos compartilharam a mesma colher na hora de comer.

"Compartilhar a mesma colher/prato para os 4 acho errado, além de ser melhor uma colher de silicone", escreveu uma seguidora. Quézia usava uma colher de aço inox para dar o almoço. 

Já outro comentário fazia referência também ao prato:

"Eu não daria no mesmo prato, não usaria mesma colher, não usaria uma colher de aço inox. Mas cada mãe sabe o que é melhor para seus filhos".

Teve ainda aqueles que apoiavam Quézia:

"Acho engraçado mãe de um só falando para separar colher por causa de vírus, bactérias. Gente, pelo amor de Deus, sabem a dificuldade que é para alimentar um. Imagina 2,3,4. Agora vírus, gripe é automático: um bebê fica doente em alguma horas o outro já fica..."
"Força, Quézia. Estou com um na IA e já é desafiador, imagina quatro".

Em meio a tantas opiniões e pontos de vista diferentes, a reportagem do Folha Vitória conversou com a mãe dos gêmeos. Ela falou sobre a rotina puxada e a importância de buscar praticidade, sem abrir mão da preocupação com a saúde dos filhos. 

"Eu cheguei a responder alguns comentários, mas as pessoas acabam mesmo é se bicando, brigando umas com as outras. Sei que pode ser errado, mas estou sozinha. Meu esposo me ajuda, mas tem que trabalhar. Além disso, os bebês não estão preparados ainda para ficar cada um com um prato, com um talher. Esse foi um jeito que encontrei para me ajudar"

Quézia disse ainda que já esperava os comentários que surgiram. Contou que os bebês fazem acompanhamento com uma nutricionista, que teria a alertado sobre as possíveis críticas. 

"(...) E ela mesma me disse: se prepara, algumas pessoas vão te criticar, outras vão elogiar, mas releva e continua fazendo do seu jeito, o que for mais prático para você", contou.

"Eles são irmãos, convivem no mesmo lugar, compartilham tudo: brinquedos, chupetas. No início tentávamos deixar tudo separado, mas com a correria do dia a dia não tem como. Muitas pessoas me criticaram, dizendo que é errado. Por um lado, pode ser, mas eles convivem juntos. Eles dividiram o mesmo útero, não é uma colher que vai fazer mal a eles".
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Desde o dia 1º de outubro de 2023, com a chegada dos bebês, a vida de Quézia, do marido Magdiel Costa, e da filha mais velha Heloísa, mudou bastante.

Segundo a dona de casa, os dias são cercados de amor, muito trabalho (são cerca de 40 fraldas trocadas todos os dias) e emoção. 

O fato ´e que não existe fórmula perfeita para ser mãe. Maternar vai além do aprender com os filhos e com a rotina. É sobre amor incondicional e dedicação. É ter consciência de que haverá momentos em que não se dá conta de tudo e isso não significa negligenciar. 

Afinal, como já dizia a autora americana Jill Churchil: "¨Não há como ser uma mãe perfeita, há um milhão de maneiras de ser uma boa mãe".

No último dia 12 de maio, Quézia comemorou seu primeiro Dia das Mães ao lado dos filhos: Lucca, Eloá, Henry e Maytê e a primogênita, Heloísa.

Foto: Acervo pessoal
Quézia com os gêmeos e a filha mais velha

Por conta da gravidez de risco de Quezia e do nascimento prematuro dos bebês, dois deles – Matteo e Théo – morreram após complicações.

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