Jovem morre após tirar o siso; entenda os riscos e veja os cuidados

A morte da jovem Isadora Belon Albanese por complicações em uma cirurgia para tirar o dente de siso, em São Paulo, acendeu um alerta para os riscos do procedimento.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade de Saúde no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Os pais da jovem contaram em entrevista ao Estadão que Isadora passou por duas cirurgias de extração, uma em 10 de março e a segunda em 19 de abril desse ano. Após o segundo procedimento, ela começou a sentir fortes dores, que a impediam de comer, dormir e até mesmo respirar normalmente.

A menina foi internada, mas passou por uma cirurgia com um bucomaxilofacial somente na manhã seguinte, 23 de abril. Durante o procedimento, a jovem teve uma parada cardíaca e não resistiu.

LEIA TAMBÉM: Linfoma não Hodgkin: entenda o tipo de câncer de Jorge Aragão

O cirurgião bucomaxilofacial Marcelo Galindo explicou ao Folha Vitória que mortes após o procedimento são raras. Segundo o especialista, a paciente de São Paulo faleceu possivelmente após uma infecção contraída depois da cirurgia. 

"Os maiores riscos para a extração do siso são a lesão de estruturas nobres adjacentes como o nervo alveolar inferior, hemorragia e assim como, em todas as cirurgias, a infecção", detalhou o especialista. 

Quando a extração do siso é necessária? 

O médico explica que os sisos que não aparecem completamente na cavidade bucal podem causar infecções graves. 

“Além disso, sisos que permanecem inclusos ou impactados podem lesar o dente anterior a ele e até levar ao aparecimento de cistos ou tumores”, disse.

LEIA TAMBÉM: Conheça os riscos do uso inadequado da escova de dentes para saúde bucal

Vale ressaltar que nem todos os sisos precisam ser extraídos. Para ser mantidos na boca, as três seguintes condições precisam ser atendidas: 

— Quando há espaço para irromperem completamente na cavidade bucal, expondo toda a sua coroa e estando bem posicionados; 
— No momento que o dente da arcada oposta também teve espaço e erupcionou, fazendo contato entre eles;
— Você consegue higienizar completamente o siso e passar fio dental inclusive na parte de trás dele.

Veja os cuidados antes de tirar o siso 

O especialista explica que, além do paciente ser saudável e não apresentar comorbidades, a cavidade bucal deve estar ausente de infecções ativas. 

“Deve-se olhar não apenas na área correspondente ao dente que será extraído, mas também em toda região”, esclarece. 

LEIA TAMBÉM: Enzimas para perda de gordura: veja como funciona

Além disso, históricos de infecções prévias na área a ser operada devem sempre ser consideradas, pois isso pode demonstrar riscos maiores de complicações até mesmo em pacientes saudáveis. 

Conheça os cuidados no pós-operatório

Alguns cuidados são fundamentais para serem tomados durante o pós-operatório, que garantem uma recuperação plena e saudável. Dentre alguns passos a serem tomados estão: 

— Atenção especial para a higiene oral, tendo em vista que a infecção pode ser instalada caso o indivíduo operado não mantenha sua boca e feridas limpas; 
— Utilização de antibióticos para combater infecções; 
— Alimentação adequada, evitar alimentos muito resistentes, ter uma dieta líquida e fria após alguns dias; 
— Repouso e colocar gelo após a cirurgia.

LEIA TAMBÉM: Panos de prato podem conter bactérias achadas no vaso sanitário

Quais os sinais de infecção após cirurgia para tirar o siso?

O cirurgião também ressalta que, sinais e sintomas podem indicar uma possível infecção após a extração dos sisos, como, por exemplo: o inchaço progressivo, principalmente após as primeiras 72h da cirurgia. Entre outros alertas citados estão: 

— Febre; 
— Mal estar; 
— Dificuldade ao abrir a boca;
— Dificuldade para engolir alimentos líquidos e sólidos;
— Dificuldade para respirar. 

Em qualquer sinal de alerta, o paciente deve procurar uma consulta de emergência para uma avaliação do quadro clínico.