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Saúde

Considerada hipercalórica, comida de mãe leva a injusta fama de ser pouco nutritiva e saudável

O mais comum é que as refeições em família se transformem em desculpas para consumir mais do que o necessário

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
Refeições em família são ótimas oportunidades para compartilhar hábitos alimentares saudáveis.
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O que você lembra quando pensa na sua mãe? Provavelmente, vem na memória uma receita que só sabe fazer. Segundo estudiosos, isso ocorre porque os laços criados com os alimentos ultrapassam a necessidade fisiológica e estão diretamente relacionados a nossa construção social. Embora isso reforce a importância de seguir uma alimentação equilibrada desde os primeiros anos de vida, o mais comum é que as refeições em família se transformem em desculpas para consumir mais do que o necessário, quando na verdade, são ótimas oportunidades para compartilhar hábitos alimentares saudáveis.

Para a maioria das pessoas, as refeições em família são uma demonstração de afeto. Mas isso não significa que devem ser motivo para o consumo exagerado de receitas com grande valor calórico. "O contexto em que essas refeições estão inseridas é muito positivo, deve-se sempre estimular o convívio social. Por isso mesmo que é tão importante observar o equilíbrio entre indulgência e saciedade por trás dessas refeições", explica o nutricionista do Vigilantes do Peso, Matheus Motta.

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Além de prejudicial à saúde, esse consumo exacerbado pode atrapalhar tanto o objetivo de perda de peso, quanto a manutenção do mesmo, já que possibilita o efeito sanfona. "Atualmente, é perceptível que as pessoas utilizam essas situações muito mais como momentos de indulgência, onde o consumo de alimentos altamente calóricos é muito acima do necessário. Na verdade, elas deveriam aproveitar esses momentos para compartilhar e estimular bons hábitos alimentares, criando novas memórias afetivas e fugindo do ganho de peso", complementa.

Mudanças podem ser muito positivas, se feitas de forma sútil

Muitas vezes, para a maioria dos brasileiros, os hábitos saudáveis não são uma realidade durante os momentos em família. Todavia, isso não é motivo para deixar as coisas como estão. Se o objetivo é plantar essa semente, saiba que é possível e que mudar o menu da casa não precisa ser restritivo, tampouco traumático. O especialista Matheus Motta dá algumas dicas:

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Crianças - apesar de parecer difícil, ajustar a dieta das crianças pode ser simples. "Seja um bom modelo. Os pequenos costumam observar os adultos em tudo o que fazem, inclusive o que comem. Se você passa a consumir frutas e legumes, o seu filho irá se acostumar e até copiá-lo", reflete. Além disso, eles também levam mais tempo para comer. É importante compreender e lhes dar tempo suficiente, sempre estimulando que explorem e conheçam os alimentos que estão consumindo, além de aprimorar o manuseio dos talheres.

Adolescentes – Quando se segue uma alimentação equilibrada desde a infância, é muito mais fácil mantê-la na adolescência. Mas, se esse não é o caso, é necessário ter paciência e promover pequenas mudanças. Para Matheus  Motta, "envolver os adolescentes no preparo dos alimentos pode ser uma estratégia. Busque incluí-los na lista de compras e na ida ao supermercado. Saber o que estão comprando e como preparar aquele alimento pode deixá-los mais receptivos para experimentar novos sabores e mudar conceitos já estabelecidos em relação a uma verdura ou fruta, por exemplo".

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Adultos – Um dos hábitos preocupantes que costuma ser estabelecido na infância e perdura até a vida adulta é a premiação com a comida. "As pessoas costumam dizer para os outros e para si: 'se você fizer algo, te dou um chocolate', ou 'eu mereço comer isso porque tive um dia difícil'. Essa armadilha costuma atrapalhar a mudança de hábitos", explica. "Evite fazer esse condicionamento, pense racionalmente e se dê o direito de comer o que quer sem a culpa que a indulgência trás. Assim, é possível fazer escolhas mais conscientes".

As pequenas mudanças na forma como se relaciona com a comida são o pontapé inicial para conquistar uma alimentação equilibrada, livre de restrições. Mais do que proporcionar a perda de peso, essa mudança de hábitos assegura a estabilidade na meta tão almejada, combatendo diretamente o efeito sanfona. "É isso que difere a reeducação alimentar das dietas. Quando se faz dieta, além de restringir demais o que se pode comer, não há de fato uma mudança de mindset (mentalidade), por isso as pessoas não internalizam os novos hábitos e voltam a engordar", completa Matheus.

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