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Saúde

Técnica de oclusão ressuscitativa por balão salva paciente com hemorragia grave

O Reboa tem sido usado de forma eficaz para interromper o sangramento em pessoas com trauma grave em regiões como tórax e abdômen

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
Treinamento em boneco testando o Reboa. Imagem ilustrativa
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Dados da Organização Pan-Americana da Saúde e do Ministério da Saúde (OPAS/OMS) apontam que 5,8 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de trauma em todo o mundo. São 32% a mais que o total das mortes por malária, Aids e tuberculose, correspondendo a 10% de todas as causas de morte e incapacitações permanentes. Isoladas, as lesões por traumas e suas consequências somam 9% das mortes no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Uma boa notícia para a redução desses índices vem do uso do Reboa, técnica de oclusão ressuscitativa por balão endovascular da aorta em pacientes com quadro de hemorragia grave por conta de lesões em regiões do corpo como tórax, abdômen e pelve. O assunto será destaque no congresso Tecnovasc – Tecnologia Aplicada à Vascular, que acontecerá nos dias 5 e 6 de julho, em Vitória, reunindo médicos do Brasil e do mundo.

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Segundo os especialistas, o balão é opção de manobra temporária para manter o paciente politraumatizado vivo até que ele venha a ser operado e tratado definitivamente da lesão em um centro cirúrgico. “A técnica preconiza a colocação rápida por punção de um cateter flexível com um balão na sua extremidade, através da artéria femoral até a aorta. O balão então é insuflado, impedindo o fluxo de sangue e interrompendo assim o sangramento”, explica o cirurgião Vascular e de trauma Francisco João Sahagoff. 

Os dois vão apontar as condutas e os resultados que podem ser empregados nas diversas situações pré ou intra-hospitalares do trauma civil ou militar, aplicando o Reboa como Técnica de Manejo Endovascular na Emergência (EVTM).

Sahagoff ressalta que o conceito recentemente estabelecido de ressuscitação endovascular e híbrido no manejo do trauma (EVTM) requer uma plataforma multidisciplinar na qual cirurgiões gerais e cirurgiões vasculares trabalham juntos no paciente instável, desde a sua chegada ao pronto-socorro até a obtenção do controle efetivo da hemorragia.

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“O cirurgião vascular é o médico mais capacitado para operar os mais diferentes segmentos do corpo humano (pescoço, tórax, abdômen, pelve, membros superiores e membros inferiores), além de ter intimidade com a cirurgia aberta e a cirurgia endovascular, com os acessos vasculares, com a colocação de endoprótese, com a embolização de sangramentos viscerais e pélvicos em pacientes traumatizados, assim como na instalação do Reboa”, afirma o especialista. 

O Reboa no mundo

O país de maior experiência com Reboa no mundo é o Japão, que se utiliza da técnica em larga escala. Nas instituições militares, o Reboa já tem sido amplamente realizado pelo exército russo, e pelo exército, marinha e, principalmente, a força aérea norte-americana.

Na Inglaterra, tem sido usado nas ambulâncias de resgate de Londres, inclusive sendo responsável pela interrupção de sangramento e ressuscitação de uma jovem ciclista atropelada em via pública, o que rendeu ao médico chefe do programa local o título de Sir (concedido pela rainha Elizabeth II).

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