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Saúde

Rita Lee: por que remissão de câncer de pulmão não significa cura?

Segundo especialistas, existem muitos casos em que os tumores voltam a surgir mesmo após serem eliminados. Por isso é difícil dizer quando uma pessoa está curada

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação | R7
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Morreu na noite desta terça-feira (8), aos 75 anos, a cantora Rita Lee, vítima de um câncer de pulmão. Ainda em 2021, ela foi diagnosticada com a doença, quando começou sentir sintomas, como crises respiratórias. Pouco mais de um ano depois, em abril de 2022, o tumor foi considerado eliminado e a cantora entrou em um estágio de remissão.

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Nessa etapa, o paciente precisa ficar em acompanhamento médico constante, passando por exames de imagem e laboratoriais, uma vez que a remissão pode ser completa, ou seja, quando não são mais encontrados sinais da doença em exames físicos e por imagem, ou parcial, momento em que as células malignas estão em quantidades muito pequenas, mas podem ser detectadas.

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Segundo especialistas, como existem muitos casos em que os tumores voltam a surgir mesmo após ser eliminado, é bastante difícil apontar quando uma pessoa está completamente curada da doença. A jornalista Glória Maria, por exemplo, morreu no início do ano por causa de uma metástase no cérebro após se tratar de um câncer de pulmão.

Câncer de pulmão: 5° tipo de tumor mais comum no Brasil

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o 5º mais comum no País.

O glossário temático Controle de Câncer, publicado em 2013 pelo Ministério da Saúde, traz a definição correta de câncer em remissão: "diminuição ou desaparecimento de sinais ou sintomas de um câncer, comumente após a realização do tratamento proposto".

"Apesar de estar relacionado à cura, esse termo pode ter muitos significados e provocar confusão. Para entender se a pessoa está curada trabalhamos com a probabilidade", disse o oncologista e especialista em câncer de pulmão, William Nassib William Júnior, diretor de Oncologia Clínica e Hematologia da Beneficência Portuguesa, ao Estadão.

Os médicos apontam a probabilidade de retorno da doença, de maneira geral, que varia de acordo com o estágio, de 1 a 4, com o tipo de câncer e também com os hábitos do paciente. 

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É importante ressaltar que tabagistas apresentam propensão maior para desenvolver tumor no pulmão. Além disso, pacientes que voltam a fumar depois do tratamento têm mais chances de desenvolver doença de novo.

"A chance de um tumor retornar vai diminuindo conforme o tempo passa", explica o oncologista. Porém, isso não quer dizer que a pessoa está curada. William afirma ainda que depois de cinco anos existe a probabilidade, só que pequena, do retorno do câncer de pulmão.

Por isso a importância da pessoa seguir com exames periódicos, de acordo com a indicação do médico que a acompanha.

Metástase: o que é e por que atingiu o cérebro de Glória Maria?

Segundo o neurocientista e professor Fabiano de Abreu Agrela, as metástases são células cancerígenas que se espalham por outros órgãos. O tipo de câncer que acometeu a jornalista Glória Maria é um dos que mais apresentam chances de se espalhar pelo corpo até atingir o cérebro.

"O câncer de pulmão é um dos cânceres com maior probabilidade de se espalhar para o cérebro. Aproximadamente 10% dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) têm metástases cerebrais no diagnóstico inicial e até 40% acabarão desenvolvendo tumores cerebrais durante a doença", disse.

Ainda de acordo com o neurocientista, o câncer de pulmão apresenta características diferentes do câncer cerebral.

"Diferente do câncer cerebral, que se origina no cérebro e consiste em células cancerígenas cerebrais, as metástases cerebrais do câncer de pulmão ocorrem quando as células cancerígenas se desprendem do tumor nos pulmões e entram na corrente sanguínea ou viajam pelo sistema linfático até o cérebro, onde se multiplicam", explicou. 

*Com informações do Estadão

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