Adoçante: diabéticos devem continuar usando após recomendação da OMS?
Endocrinologista explica os prós e contras relacionados ao uso de adoçantes, açúcar e orienta o que deve ser feito antes de suspender ou modificar uma dieta habitual
Após a nova recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), relacionada ao uso de adoçantes, surgiram muitas dúvidas e questionamentos sobre o assunto. Afinal, deve-se ou não usar adoçantes? E pacientes com diabetes, o que devem fazer?
Pois bem, antes é preciso lembrar que, ainda de acordo com a Organização, usar esses produtos no lugar do açúcar em bebidas e alimentos com os únicos objetivos de emagrecimento ou evitar uma doença metabólica como o Diabetes Mellitus, por exemplo, pode sim ser um engano.
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"Os estudos apontados pela OMS apontam que o uso de adoçantes sem uma orientação precisa e usado para perda de peso, pode não ter o benefício esperado e pode trazer mais malefícios que benefícios", alerta a médica endocrinologista Camila Pitanga Salim.
Camila explicou também sobre o direcionamento desta nova diretriz: "Ela é voltada para governantes, visando medidas de saúde pública para incentivar a diminuição do consumo de alimentos industrializados, ultraprocessados ricos em aditivos artificiais e adoçantes".
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Além disso, a OMS mencionou que os adoçantes artificiais devem ser utilizados somente em quantidades muito pequenas e por quem já tem diabetes.
A endocrinologista complementa que o uso deve ser feito sob orientação e os pacientes não devem suspender suspender o uso por conta própria e antes de qualquer mudança, é fundamental conversar com o médico que o acompanha.
Adoçantes artificiais x adoçantes naturais
A especialista ressalta que assim como os demais produtos industrializados, os adoçantes em geral podem fazer mal a longo prazo. E isso, dependendo sempre da quantidade em que é ingerido.
"Não existem estudos suficientes para uma resposta precisa. Mas o ideal é consumir mais produtos naturais e menos produtos com aditivos artificiais", explica a médica do Hospital Meridional.
Nessa altura do campeonato, você deve estar se perguntando se existe, então, um tipo ideal a que se deve dar preferência. Camila é categórica ao afirmar que não.
"Não existe também uma recomendação precisa. Os adoçantes que não entraram na lista (da OMS), na verdade, não entraram na lista porque não tem estudo suficiente com eles. Por isso ficaram de fora. E não por que são inofensivos".
Um outro ponto importante é relacionado ao consumo de açúcar. Em excesso, é muito prejudicial à saúde e não deve ser adicionado no local do adoçante. A orientação da especialista é diminuir alimentos açucarados e dar preferência a alimentos naturalmente adocicados, como as frutas.
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"Na dúvida converse com seu médico ou nutricionista e se informe o que é mais adequado para você antes de suspender ou modificar sua dieta habitual", finaliza.
Conheça alguns tipos de adoçantes
1. Sucralose: 600 vezes mais doce que o açúcar comum. Não tem calorias, é produzido a partir do próprio açúcar e é muito usado para adoçar bebidas dietéticas.
2. Frutose: conhecido como açúcar das frutas.
Possui cerca de 20kcal em uma colher de chá e é encontrada em frutas e no mel, por exemplo. Pode ser consumido por diabéticos, porém com supervisão médica.
3. Sacarina: adoçante derivado do petróleo deve ter seu consumo limitado, mesmo não possuindo calorias. É desaconselhado para gestantes.
4. Eritritol: encontrado em vários alimentos de origem vegetal, além de bebidas derivadas de fermentação. Tem níveis baixos de calorias. Estudo associa uso do eritritol a episódios de ataques cardíacos e AVC.
5. Asseculfame K: não é indicado para pessoas portadoras de doenças renais. Tem poder de adoçar 125 vezes maior que o do açúcar. É um sal de potássio sintético.
7. Ciclamato de Sódio: de maneira geral, é um adoçante associado a outros tipos de adoçantes em pequenas quantidades. Caso seja usado sozinho, seu consumo diários deve ser limitado.
8. Stévia: não é calórico, possui certo amargor ao paladar. É extraído de uma planta chamada Stévia rebaudiana.
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