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Saúde

Perda auditiva pode gerar transtornos físicos e psíquicos

Identificação precoce do problema impede que os transtornos acometam o paciente

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
Fonoaudióloga alerta que pais estejam atentos ao comportamento dos filhos que podem ser sinais de perda auditiva. 
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Muitas pessoas não se dão conta da importância do cuidado com os ouvidos para garantir uma boa audição, pelo menos até a velhice, quando o distúrbio costuma aparecer por causa da degeneração natural do corpo. Evitar ambientes barulhentos e tomar cuidado com a música alta nos fones de ouvido são medidas preventivas importantes. 

Mas e se já houver suspeitas de dificuldades para ouvir? Neste caso, quanto mais rápido procurar ajuda médica, melhor. Por meio de um exame simples, a audiometria, o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo podem verificar se já existe perda de audição em um ou nos dois ouvidos. Além disso, são capazes de detectar o grau e o tipo de lesão.

"O diagnóstico precoce e o tratamento imediato, geralmente com o uso de aparelho auditivo, interrompe o processo de perda de audição. Além disso, quando o déficit auditivo ainda é pequeno, é mais fácil a adaptação às próteses auditivas e o indivíduo pode levar uma vida inteiramente normal", esclarece a fonoaudióloga Isabela Papera. 

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Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem hoje cerca de 28 milhões de brasileiros com deficiência auditiva, o que representa um total de 14% da população. Mesmo com um índice tão alto, muitas pessoas demoram anos e anos para procurar uma orientação.

"Testar a sua audição periodicamente é a maneira mais segura de preservá-la pelo maior tempo possível. Por isso, o ideal é não esperar um desconforto na audição para fazer uma audiometria, principalmente, se já tiver um histórico de surdez na família. Além de dificuldades para ouvir, o déficit auditivo não tratado pode causa isolamento e até depressão", alerta a fonoaudióloga.

Audição, fala e alfabetização

A detecção precoce do déficit auditivo é ainda mais fundamental na infância. Mesmo fazendo o teste da orelhinha assim que nascem, as crianças podem, depois, sofrer danos auditivos ocasionados por determinadas doenças, como otites frequentes ou mal curadas, rubéola, sarampo e meningite. É o que se chama de "surdez neurossensorial". Nestes casos, ocorre lesão nas células nervosas e sensoriais que levam o estímulo do som da cóclea até o cérebro.

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Isabela Papera alerta que, na infância, é fundamental que as mães levem seus filhos para fazer o teste de audiometria sempre que houver sinais de atraso na fala ou quando eles entram na escola, na fase de alfabetização, para que não haja prejuízo no aprendizado em razão de uma eventual dificuldade de ouvir e de acompanhar o que o professor está ensinando.

"A audição está diretamente ligada à fala. Se a criança não formula as primeiras frases até os dois anos de idade, esse atraso pode ter origem em problemas auditivos. O mesmo ocorre durante a alfabetização, já que o aprendizado nessa fase se baseia muito na oralidade, ou seja, em como falamos os sons. Por isso a importância de uma avaliação audiológica", explica a especialista. 

Aparelhos auditivos

Engana-se quem pensa que apenas indivíduos de idade avançada necessitam de aparelho auditivo. Hoje em dia, muitos adultos já precisam usar próteses nos ouvidos. "A perda auditiva sem tratamento ocasiona também um declínio cognitivo. O uso de aparelho impede o processo de isolamento e de solidão a que muitos são levados por não ouvir bem e se afastar de parentes e amigos", conclui a fonoaudióloga.

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