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Saúde

Desenvolvimento das crianças pode ser afetado com 39 minutos a menos de sono

Segundo pediatra, é preciso fazer alguns ajustes na vida das crianças que têm amplo acesso às telas, além de criar uma rotina de sono adequada. Saiba como

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Freepik
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É bem provável que você ainda não saiba, mas 39 minutos a menos de sono durante à noite pode provocar queda no desenvolvimento físico e mental das crianças. Trata-se do resultado de um estudo recente publicado em uma plataforma chamada JAMA Network Open. O grupo de pesquisadores analisou a situação de 100 crianças de 8 a 12 anos da Nova Zelândia.

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E isso pode ser desencadeado pelo uso inadequado de eletrônicos, que também provoca a desregulação emocional dos pequenos. Mas então, o que fazer? Como limitar o acesso às telas e evitar deficiências no crescimento saudável das crianças?

Para a pediatra Karoliny Veronese, é fundamental criar uma rotina de sono adequada, além, é claro, de buscar maneiras de não utilizar telas para distrair os mais novos – e até mesmo para fazê-los dormir.

"Em uma época pós pandemia é ainda mais difícil controlar o acesso, uma vez que no auge das restrições para sair de casa, as únicas opções de distração para as crianças eram exatamente os eletrônicos. Agora, essa realidade já mudou. Os pais precisam estar atentos e limitar. Até mesmo a saúde dos olhos fica comprometida", afirma a pediatra.

Com relação ao tempo de exposição, Karoliny, reforça a necessidade de colocar limites.  

"Inclusive a recomendação da SBP é a de que menores de 2 anos de idade não tenham acesso nenhum às telas. A partir dos 2 anos até os 5, no máximo 1 hora. De 6 a 12 anos, entre 1 e 2 horas. Já os adolescentes, o tempo máximo de exposição deve ser de três horas", reforça.

Entre as consequências de uma noite de sono adequada, Karoliny destaca três:

1. Crianças que não dormem bem, podem ter atraso no crescimento;

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2. Dificuldade para consolidar todas as informações e estímulos vividos ao longo do dia, já que isso acontece durante o sono;

3. Baixo rendimento escolar: a criança que não dorme a quantidade necessária pa se reabastecer e descansar, também não terá um bom rendimento na escola.

O nosso organismo entende que é dia ou noite por meio dos estímulos luminosos. Quando já é noite e as crianças (adultos, também!) permanecem expostos à essas fontes de luz, provocam um tipo de confusão no cérebro. 

"Esse estimulo luminoso impede a secreção do hormônio melatonina", pontua a médica. É ele o responsável por regular o chamado ciclo circadiano, um tipo de relógio biológico, que dita o ritmo em que o nosso organismo realiza suas funções ao longo de um dia inteiro. 

Portanto, se há luz, o hormônio não é secretado e o sono acaba ficando comprometido. Karoliny é categórica ao afirmar que não se deve oferecer telas às crianças após o entardecer. Uma boa dica é interagir mais com as crianças e trabalhar em atividades diferentes. 

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"Não permita após o entardecer. Certamente vai atrapalhar a qualidade do sono das crianças. E nada de brincadeiras estimulantes. Busque atividades mais leves, como leitura, por exemplo", destaca.

Reduzir o acesso às telas: missão impossível?  

Nada de se "descabelar" achando que uma verdadeira guerra será instalada em casa quando essas restrições começarem. De fato, será um pequena batalha, mas o mais importante é que os pais entendam a importância de não fraquejarem nesse contexto.

" Penso que o que falta na verdade é a família se dedicar a mais tempo de qualidade com os filhos. O próprio adulto precisa se afastar do celular que utiliza. Não adianta nada a criança estar brincando sozinha e os pais conectados". 

Então, fica reflexão: 'será que não sou eu que preciso sair um pouco do celular também, e ler um livro para o meu filho dormir, brincar de boneca, de carrinho ou macinha antes do sono chegar'?

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Karoliny ressalta que essa atenção acaba implicando na mudanças de hábitos como um todo. E mais uma vez: não ceder é muito importante.

"Poder usar as telas, pode, porém, todos precisamos entender que tudo deve acontecer com limite. Vivemos em uma época cada vez mais tecnológica. Não estamos falando sobre restringir completamente, mas sim controlar e evitar que o acesso seja tão nocivo para a saude", finaliza.

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