Para reduzir espera, Himaba terá 900 consultas por mês
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 300 consultas serão presenciais e as outras 600 por meio de teleconsulta
Os meses de fevereiro e março foram marcados por longos períodos de espera e tumulto na recepção do Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.
Em busca de atendimento para os filhos, mães dormiram nas filas para conseguir marcar uma consulta.
A partir de agora, segundo o secretário de Estado da Saúde, Miguel Duarte, durante coletiva na manhã desta quarta-feira (8), os agendamentos ambulatoriais passarão a ser feitos somente por telefone, exceto para a área de cardiologia.
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Um call center está sendo montado e deverá iniciar suas atividades na próxima semana. O atendimento será realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
"A partir da próxima semana nós vamos divulgar um número, oportunamente, não vai mais ser necessária a presença das pessoas para fazer agendamento no Himaba. Nós vamos disponibilizar esse número numa central em que toda a disponibilidade de agenda será feita por telefone", explicou o secretário.
O secretário disse ainda que, atualmente, existe uma concentração de vários fluxos em frente ao hospital. Pessoas que chegam para as consultas ambulatoriais já agendadas e aquelas que procuram agendamento, criando um volume grande de pessoas na recepção do hospital.
Para reduzir esse fluxo, ao todo, foram implantadas 10 linhas telefônicas e uma equipe foi treinada exclusivamente para realizar os agendamentos.
Quem encontrar dificuldade de fazer essa marcação por meio do call center, a pasta orienta a buscar as secretarias municipais de Saúde.
"A tendência com esse aumento de volume é que nós não tenhamos mais dificuldade na obtenção da consulta de neuropediatria, uma especialidade extremamente difícil", disse Miguel.
600 novas vagas para consultas neuropediátricas
Um outro ponto anunciado pelo secretário é a ampliação do número de vagas para essa especialidade. Atualmente o Himaba oferta 300 consultas por mês. Por meio da teleconsulta, 600 novas vagas foram criadas. Porém, não será todo o paciente que terá acesso às telemedicina.
"Preferencialmente temos alguns perfis. Primeiro aquele paciente que mora no interior do Estado e que não consegue se deslocar a Região Metropolitana e a Região Central. Ele é um que pode ter prioridade na teleconsulta. Segundo, os pacientes que já têm acesso ao seu tratamento e precisam de manutenção, que pode ser feita por teleconsulta", pontuou o secretário de Saúde.
Consultas de neuropediatria ampliadas também em Vitória
Além do anúncio de mais 600 consultas consultas mês para neuropediatria no Himaba, em Vitória, O Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória também terá a capacidade de consultas ampliada. Passará de 200 por mês para 600 no total, sendo 400 delas por teleconsulta.
A empresa vencedora, que ainda não divulgada, tem um prazo de 48 horas para entregar da documentação que comprovará a capacidade de cumprir as normativas estabelecidas no Termo de Referência.
O contrato terá duração de um ano, podendo ser prorrogado por até 60 meses, com investimento inicial de R$ 2.612.865,36. Concluindo o processo, a expectativa é que o atendimento inicie em 30 dias.
Manhã de espera na fila do Himaba
Na manhã desta quarta, moradores de vários municípios capixabas encontraram dificuldades para agendar consultas de neuropediatria no Himaba. Lucas Emanuel saiu de madrugada de Aracruz, interior do Estado, para conseguir uma consulta para o filho autista.
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"Eu tô nessa luta fazem quatro meses já. Eu cheguei aqui 6h20 e estou aqui com a ficha lá, muita gente aqui também veio da cidade de Aracruz e está na fila aguardando. Eles não dão resposta nenhuma e deixar a gente aí, a mercê", desabafou para a equipe de reportagem da TV Vitória.
Já Elisa Brusque percorreu mais de 250 quilômetros, de Nova Venécia, no Noroeste do Estado, até Vila Velha. Assim como Lucas, chegou ao Himaba depois das 6h e até às 10h30 ainda não havia sido chamada.
"É muito ruim levantar de madrugada para pegar o ônibus para vir aqui e ficar esperando. Tem vezes que eles vão atender já é três da tarde e a gente tem que sair depressa para não perder o ônibus", lamenta.
Após muita dificuldade, Sheila Schoroepfer conseguiu marcar uma consulta com um neuropediatra para a filha que tem uma síndrome rara. Em fevereiro, até tentou agendar com o especialista, porém sem sucesso.
"A vaga foi bem pouca e acabou muito rápido. Se você tem uma quantidade limitada de fichas para cada especialidade, principalmente o neuro que é a procura é maior, aí você pode não conseguir, por que se tivesse uma organização por especialidade você já ia saber se ia conseguir ou não", comentou.
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