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Saúde

Síndrome da gordura dolorosa: o que é e como diferenciar da obesidade

Entre os fatores que podem ser gatilhos para a doença estão a menopausa, a gravidez e uso de anticoncepcional. Problema também pode estar ligado à genética

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Freepik - @master1305
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Você já ouviu falar em gordura dolorosa? O lipedema é uma doença vascular inflamatória, muito comum entre as mulheres. Estima-se que cerca de cinco milhões de brasileiras tenham o problema que provoca o acúmulo anormal de gordura em regiões específicas do corpo. Entre as áreas mais atingidas estão braços, joelhos e coxas.

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A grande questão é que muitas pessoas confundem a doença com sobrepeso e obesidade. É fato que mulheres acima do peso também sofrem com a doença, mas segundo especialistas é importante ficar atento aos sinais que diferenciam uma doença da outra.

Cirurgião vascular, o médico José Marcelo Corassa, explica o que diferencia o lipedema da obesidade.

"Metade das pacientes com lipedema têm sobrepeso ou obesidade. Tem três coisas que precisam ser observadas: a obesidade, quando a pessoa tem excesso de gordura no corpo de maneira geral, o lipedema, com muita gordura em regiões específicas, pontuais e o linfedema (ou elefantíase). São três doenças diferentes, que têm tratamentos diferentes", explicou.

Cirurgiã plástica e professora da Ufes, Patricia Lyra faz um alerta. “A doença acomete quase exclusivamente mulheres, desencadeada por momentos de desequilíbrio hormonal. Menopausa, gravidez e uso de anticoncepcional acabam sendo gatilhos para a doença. O surgimento tem a ver com o fator genético também”, explica.

Pernas mais grossas e corpo desproporcional

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A estudante de nutrição Thais Guisso descobriu que sofria com o lipedema em 2021. O alerta de que algo poderia estar errado com o próprio corpo veio por acaso, apesar de desde muito nova já observar que tinha as pernas mais grossas.

"Comecei a ter uma alimentação saudável, boas práticas, exercícios físicos e percebi que o meu corpo tinha uma desproporção muito grande. Aquela gordura não secava. Eu treinava, vivia em dieta e eu sempre me frustrava. Daí, eu pensava que alguma coisa estava errada, contou".

Foi uma colega que a alertou sobre a doença. Até então, contou que nunca havia ouvido falar. O diagnóstico veio logo em seguida.

As dores localizadas, típicas da doença, costumam incomodar a estudante quando ela abre um pouco a mão da alimentação controlada. Como as pernas pesam bastante, não consegue ficar muito tempo em pé. Segundo o cirurgião vascular, a dor é reflexo da inflamação.

Conheça os sinais da gordura dolorosa

- Peso nas pernas;

- Corpo desproporcional: parte inferior maior que a superior;

- Inchaço;

- Hematomas;

- Dificuldades para usar calças;

-  Dificuldades para subir e/ou descer escadas;

Tratamento inclui dieta balanceada

Uma dieta balanceada, bem equilibrada é fundamental para o controle da doença já que ela ajuda a desinflamar o organismo.

Alguns alimentos considerados inflamatórios costumam ser retirados da rotina alimentar da paciente no início do tratamento. "Três coisas a gente tira: glúten, açúcar e leite. Nós pedimos também para a paciente fazer um diário alimentar para identificar algumas coisas simples que, às vezes, descompensam todo o tratamento", pontuou Corassa.

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Além da dieta antiinflamatória, é necessária a prática regular de exercícios físicos, em alguns casos, o uso de meias de compressão elástica, medicamentos e até mesmo, cirurgias para remoção da gordura doente.

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