CORONAVÍRUS

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Saúde

Medicamentos a base de hidroxicloroquina estão em falta em farmácias do Espírito Santo

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES), a venda dos produtos sem receita médica, nos últimos dias, tem acontecido em várias farmácias

Lívia Machado Meneghel

Redação Folha Vitória
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Foto: divulgação PMV
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A procura por hidroxicloroquina e cloroquina após estudos preliminares apontarem a possível eficácia das medicações contra o Covid-19, cresceu e muito nos últimos dias. E no Espírito Santo, não foi diferente. Os estoques das farmácias tradicionais e de manipulação estão sendo esvaziados.

O anúncio do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, na última quinta-feira (19), sobre a liberação dos medicamentos no país, também contribuiu para a corrida pelas substâncias.

Entretanto, não há recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso dos medicamentos. E o órgão alerta: a automedicação, tanto da hidroxicloroquina, quanto da cloroquina, pode representar um grave risco à saúde. São medicamentos registrados para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. 

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"Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses remédios para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus; e a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde",
diz o comunicado.

Farmácias

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES), Dr. Luiz Carlos Cavalcanti,  a venda dos produtos sem receita médica, nos últimos dias, têm acontecido em várias farmácias. A prática contrária à legislação poderá resultar em multa pela vigilância sanitária, advertência pelo CRF-ES e até mesmo suspensão profissional.

Cavalcanti também alerta a população para os riscos que o uso dessas medicações, sem prescrição médica, pode apresentar à saúde. "Pode haver efeitos colaterais graves, como problemas visuais e até perda de visão. A fabricação de células para a medula também é comprometida, o que poderia resultar em uma anemia grave", explica.

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Caso os estudos sejam comprovados, o farmacêutico enfatiza que as medicações só serão úteis para pacientes diagnosticados com o coronavírus. Por isso, orienta que os capixabas não estoquem o produto; assim, não faltará para quem realmente precisa. 

"Esses remédios só vão servir para as pessoas que estão doentes, se servirem! Não serão úteis para a prevenção da doença. Se a gente começar a estocar sem necessidade, vai faltar para as pessoas com doenças autoimunes", afirmou.

Consultórios médicos

Nos consultórios médicas, a prescrição de uso do Reuquinol - um dos medicamentos com base na hidroxicloroquina e cloroquina - como tratamento não comprovado contra o Novo Coronavírus, também tem sido uma realidade.

Para que os pacientes que dependem do uso regular não fiquem desassistidos e a prescrição descabida não ocorra, o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) está preparando um documento junto ao Conselho Regional de Farmácias (CRF-ES) para esclarecer tanto a sociedade, médicos e farmacêuticos.

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O presidente do CRM-ES, Celso Murad, afirmou que o profissional que prescrever a medicação como meio de tratamento, de forma exagerada, será investigado e medidas serão tomadas pelo órgão. 

"Esse remédio não é um preventivo ao Coronavírus. Existem indícios de alguns casos, mas ainda não foram feitos estudos em estágios avançados para garantir a eficácia desse produto. Alguns benefícios podem ocorrer sob determinadas condições, associados a outros medicamentos. Mas o uso indiscriminado pode até prejudicar a sensibilidade desse vírus a essa droga, posteriormente, quando for usado para o tratamento contra o COVID-19", apontou o Dr. Celso Murad, presidente do CRM-ES.

Estudos

Cientistas chineses publicaram um estudo em 18 de março, na revista científica Nature, apontando que as drogas hidroxicloroquina e remdesivir se mostraram capazes de inibir a infecção do SARS-CoV-2 (nome do novo coronavírus) em simulação in vitro.

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Na França, um outro estudo foi realizado pelo Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha, publicado no periódico científico International Journal of Antimicrobial Agents. A pesquisa indica que a hidroxicloroquina teve desempenho positivo. Em alguns casos, foi usado também um antibiótico chamado azitromicina, que combate infecções pulmonares causadas por bactérias.


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