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Saúde

Doença do pombo pode matar? Veja sintomas e o que fazer

Capital do Espírito Santo, Vitória pode ter lei que torna crime e multa quem alimentar o animal que, majoritariamente, é espantado por gavião; entenda caso

Ana Paula Brito Vieira

Redação Folha Vitória
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Foto: wirestock/Freepik
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Os pombos são aves que vivem em ambientes urbanos, morando em estruturas como telhados, forros, caixas de ar condicionado, torres de igrejas e marquises.

Associados à paz, muitas pessoas alimentam essas aves com comida como restos de refeições, pão e pipocas. Segundo o Ministério da Saúde, esse ato prejudica a saúde dos animais e pode criar uma certa dependência alimentar.

Por isso, o município de Vitória pode ter uma nova lei para proibir a alimentação de pombos urbanos, que prevê até mesmo o pagamento de uma multa de R$ 200 por parte de quem descumprir, por mais de uma vez, a lei da Capital.

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No entanto, por que será que existe toda essa preocupação com essas aves? Eles são tão perigosos assim? Pois é, a população de pombos cresce muito rápido, transformando-se em um sério problema de saúde.

De acordo com informações de Angélica Weise, do portal Drauzio Varella, esses animais podem transmitir doenças aos seres humanos, principalmente através das suas fezes.

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Flávio de Queiroz Telles Filho, médico infectologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explicou à jornalista que “o contato com a pele e mucosas pode ocasionar doenças alérgicas, raramente reações anafiláticas (reações alérgicas repentinas) graves”.

QUAIS SÃO AS DOENÇAS DOS POMBOS?

Além da alergia, o Ministério da Saúde afirma que os pombos conseguem transmitir várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar sequelas.

• Salmonelose (intoxicação alimentar): doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;

• Criptococose (infecção pulmonar): doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos;

• Histoplasmose (infecção fúngica): doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);

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• Ornitose ou Psitacose (febre dos papagaios): doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;

• Meningite (inflamação das meninges): inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.

Ao portal Drauzio Varella, Flávio explica que “a principal doença transmitida por fezes de pombos é a criptococose, transmitida pela inalação de esporos do Cryptococcus neoformans, que se desenvolvem em fezes de pombos e de outras aves (psitacídeos ou periquitos e papagaios, andorinhas, etc)”.

POR QUE FEZES DE POMBOS PODEM MATAR?

Segundo informações de Angélica Weise, existe um motivo para o perigo. As fezes das aves contêm ureia e creatinina, nutrientes propícios para o Cryptococcus

Dessa forma, quando as fezes se desidratam no ambiente, podem conter uma quantidade significativa de esporos que podem ser inalados por seres humanos e animais, ao serem transportados pela corrente de ar.

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Flávio esclarece que a maioria das pessoas infectadas, que inalaram o fungo, não apresenta manifestações clínicas. No entanto, “pacientes imunodeprimidos por aids, HIV, transplantados de órgãos sólidos (rim, fígado, etc), usuários de corticosteroides e imunobiológicos podem ter mais risco de desenvolver criptococose”, explica.

Ainda de acordo com o infectologista, a forma mais comum da doença é a meningite ou meningoencefalite criptocócica, causada pelo Cryptococcus neoformans. Esta doença afeta 250 mil pacientes globalmente a cada ano, resultando em uma taxa de mortalidade de até 20%, dependendo do país.

Além disso, a criptococose pode causar graves sequelas, como alterações na visão ou audição, crises convulsivas, paralisias e até pneumonia.

O QUE FAZER EM CASO DE PEGAR DOENÇA?

Em situações de contato com as fezes das aves, seja por meio da pele, olhos ou boca, Flávio aconselha a “lavar bem o local, apenas com água”, porque também evita a exposição ao pó.

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No entanto, se surgir algum desconforto, é essencial procurar atendimento médico, pois os hospitais oferecem tratamentos específicos para algumas das doenças mencionadas ao longo da reportagem.

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Segundo Angélica, diversas organizações recomendam parar de alimentar pombos em áreas urbanas como uma medida para reduzir sua população e mitigar o risco de doenças associadas. Ação que pode virar lei na Capital do Espírito Santo.

VEJA MEDIDAS DE CONTROLE DOS POMBOS

• retirar ninhos e ovos;

• umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las;

• utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes;

• vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros;

• colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado;

• não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos;

• utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem;

• acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados;

• nunca alimentar os pombos.

De acordo com o Ministério da Saúde, é muito importante para nossa saúde controlar a população desses animais na comunidade.

Eles devem procurar locais mais adequados para viver, com alimentação correta e longe dos perigos das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto em seu ambiente natural pode viver até 15 anos.

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