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Saúde

Demência frontotemporal de Bruce Willis pode surgir a partir dos 45 anos; entenda

A doença é degenerativa e além de não ter cura, segundo neurocientista ouvido pela reportagem, não há tratamento que desacelere a progressão do problema

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
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Foto: brucewillisbw
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Nesta quinta-feira (16), a família do ator Bruce Willis anunciou que ele foi diagnosticado com demência frontotemporal. Conhecido pelos filmes de ação, decidiu se afastar da carreira ainda no ano passado, ao descobrir que sofria de uma doença chamada afasia, um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação de um indivíduo.

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O texto assinado pelas filhas, a esposa Emma Heming Willis e a ex-esposa Demi Moore relata que a condição de Willis progrediu desde a primavera do ano passado e que agora existe um diagnóstico mais preciso. 

"Embora isso seja doloroso, é um alívio para nós ter um diagnóstico claro", traz ainda um dos trechos do comunicado. 

Entenda a doença

Mas o que é a demência frontotemporal? Quem ela acomete? Existem fatores de risco? Segundo o médico Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Pós-doutor e PhD em neurociências, a DFT é um grupo de distúrbios que ocorrem quando as células nervosas nos lobos frontal e temporal do cérebro são perdidas. 

"Isso faz com que os lóbulos encolham. É um tipo comum de demência e pode afetar comportamento, personalidade, linguagem e movimento".
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O neurocientista explica que a doença é causada por aglomerados de proteínas anormais que se formam dentro das células cerebrais. "Pensa-se que estes danificam as células e as impedem de funcionar corretamente. As proteínas se acumulam principalmente nos lobos frontal e temporal do cérebro, na frente e nas laterais".

Com relação à afasia, o especialista explica que ela "é um tipo de demência frontotemporal, um conjunto de distúrbios relacionados que resulta da degeneração dos lobos frontal ou temporal do cérebro, que incluem tecido cerebral envolvido na fala e na linguagem".

Não há cura para a demência frontotemporal

Fabiano diz ainda que, atualmente, não existe cura para a doença. Além disso, a progressão dela não pode ser retardada. Inclusive, drogas usadas para tratar outros tipos de demência não são recomendadas para pessoas com demência frontotemporal. 

A demência frontotemporal é diagnosticada principalmente entre as idades de 45 e 65 anos (embora possa afetar pessoas mais jovens ou mais velhas). Isso é muito mais jovem do que os tipos mais comuns de demência, como a doença de Alzheimer, que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos, destaca.

Ainda de acordo com o neurocientista, não existe um entendimento sobre como esse tipo de demência se desenvolve. Porém, fatores comportamentais assim como os genéticos sempre estão relacionados com doenças neurodegenerativas.

Como é feito o tratamento?

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Apesar de não existir cura para a doença, existem tratamentos que podem ajudar a controlar alguns dos sintomas, até mesmo por vários anos. Veja:

1. Medicamentos: para controlar alguns dos problemas comportamentais;

2. Terapias – como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia para problemas de movimento, tarefas cotidianas e comunicação;

3. Atividades de demência: como cafés de memória, que são sessões para pessoas com problemas de memória e seus cuidadores para obter apoio e aconselhamento;

4. Grupos de apoio – que podem oferecer dicas sobre como lidar com os sintomas de especialistas em demência e pessoas que vivem com demência frontotemporal e suas famílias.

LEIA TAMBÉM: Bruce Willis é diagnosticado com afasia e família anuncia afastamento da carreira

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