Paciente pode ser infectado pela Ômicron pela segunda vez?
Especialistas lembram que pesquisas sobre o assunto ainda estão sendo realizadas, mas a possibilidade pode ser real
A covid-19, suas variantes e consequências deixam muitas dúvidas, já que a doença é muito nova. Entre os questionamentos mais recentes est´á se uma pessoa que já foi infectada pela variante Ômicron pode ser reinfectada.
Os especialistas lembram que pesquisas sobre o assunto ainda estão sendo realizadas — já que a variante começou a se propagar no fim de novembro —, mas a possibilidade pode ser real.
A líder técnica da covid-19 na Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse nesta terça-feira (01) que a variante Ômicron, mais contagiosa, continua a se disseminar pelo mundo, tornando-se a cepa dominante em cada vez mais países, tirando espaço da Delta.
Segundo a autoridade, o mais importante diante disso é que as pessoas tenham a consciência de que o vírus continua a circular, por isso a necessidade de manter medidas para conter o problema.
Para a infectologista Ana Carolina D’Ettorres, a Ômicron é uma variante que está circulando há pouco tempo e que ainda não há dados suficientes para saber como ela funciona.
"Mas, segundo a tendência das demais variantes, é possível que após certo tempo da infecção, seja possível a reinfecção", disse ela.
O que concorda a médica Valéria Valim, que é pesquisadora sobre a covid-19 e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
"Temos visto que as reinfecções acontecem, até mesmo com a mesma variante. Sabemos que a duração da imunidade por infecção natural é pequena e que, mesmo com esquema de imunização completo, os anticorpos de proteção reduzem ao longo do tempo. Por isso, é tão importante tomar as doses de reforço. A população deve seguir as recomendações do Ministério da Saúde e tomar as doses de reforço das vacinas disponíveis", ressaltou a médica.
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A especialista acrescentou que ainda não se sabe todas as variantes as quais as vacinas podem combater. Por isso, as doses de reforço dos imunizantes representam um novo estímulo para que as células do organismo se defendam.
Mais comum se infectar novamente com outra cepa
Porém, o infectologista Lauro Ferreira Pinto, lembrou que, inicialmente, não é preciso se desesperar. Ele explica que as infecções estão acontecendo em grande número, mas isso não quer dizer que sejam com a mesma variante.
"A reinfecção pela Ômicron ou outra pode acontecer, mas as chances são pequenas. A possibilidade maior é que a pessoa seja infectada novamente dentro de quatro, cinco ou seis meses, mas, nesses casos, já será outra variante", disse o médico.
Uma análise da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido feita em conjunto com o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística da Universidade de Cambridge demonstrou que o risco de reinfecção por covid-19 pela Ômicron é seis vezes maior entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados. Os resultados do documento foram destacados em um relatório recente da OMS sobre o avanço da variante.
“Isso acontece porque a Ômicron tem uma capacidade aumentada de evadir a imunidade em comparação com as variantes anteriores, causando reinfecções naqueles que tiveram uma infecção anterior e naqueles que foram vacinados e ainda mais nos que não completaram o esquema vacinal”, descreveu o relatório.
Outros estudos, entre eles um publicado por cientistas da África do Sul, têm mostrado que a Ômicron pode escapar da imunidade adquirida por pessoas que já testaram positivo para covid-19.Caso a pessoa seja infectada, ela deve se manter isolada, e se houver necessidade de contato, use, preferencialmente, uma máscara do tipo PFF2/N95.