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Política

Eleições 2024 têm recorde de violência política no Brasil, diz estudo

ES acompanha crescimento nacional desse fenômeno, que bateu recorde histórico com 558 ocorrências; redes sociais são apontadas como amplificadoras dos ataques

Leiri Santana

Redação Folha Vitória
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Foto: Montagem / Folha Vitória
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As eleições municipais de 2024 no Espírito Santo foram marcadas por 12 casos de violência política, que incluíram quatro assassinatos, dois atentados, cinco ameaças e uma agressão. 

Os números refletem um cenário nacional alarmante: segundo um levantamento das organizações Justiça Global e Terra de Direitos, o Brasil registrou 558 episódios de violência política este ano, o maior número da história.

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Em 2016, foram contabilizados 46 casos em todo o país; em 2020, o número subiu para 214, e agora, em 2024, chegou a 558 – um aumento de mais de 1.100% em oito anos.

O que é violência política?

Segundo Gláucia Almeida Marinho, diretora-executiva da Justiça Global, a violência política é caracterizada pelo uso intencional da força, seja física ou psicológica, com o objetivo de silenciar, ameaçar ou criminalizar candidatos e detentores de cargos eletivos.

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Violência política é qualquer ato físico ou verbal que busque retirar das pessoas o direito de exercer seu papel político. Isso afeta vereadores, prefeitos, deputados e outros candidatos, criando um ambiente hostil para o exercício democrático. Além disso, impede que eleitores votem livremente no candidato de sua escolha, causando uma ruptura democrática”, explica Gláucia.

Ela destaca que as eleições municipais são especialmente sensíveis, já que disputas territoriais tornam a violência mais frequente. “

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A Justiça Global e a Terra de Direitos monitoram esse fenômeno desde 2016, e vemos um aumento recorrente durante as eleições municipais. Em 2024, mais de 500 casos já foram registrados, envolvendo ameaças, atentados e até assassinatos
.”

O levantamento também aponta que as redes sociais têm desempenhado um papel central na amplificação da violência política. Gláucia descreve o ambiente digital como uma “terra sem lei”, onde ataques verbais, ameaças e desinformação circulam com facilidade.

“As redes sociais potencializam o alcance de ataques, criando um clima de insegurança para candidatos e eleitores. Isso aumenta a exposição de quem participa do processo eleitoral e torna o ambiente político ainda mais hostil”, alerta.

O historiador Filipe Savelli Pereira, da Ufes, reforça que, embora a violência política sempre tenha existido, sua visibilidade aumentou nos últimos anos. 

Hoje, vemos uma combinação de polarização política e maior divulgação dos casos, o que agrava o impacto. A internet é um dos principais canais onde esses ataques se disseminam.”

Impactos no Espírito Santo e a violência contra mulheres

No Espírito Santo, os 12 casos registrados neste ano reforçam a gravidade do problema. Especialistas apontam que, além das disputas territoriais, candidatas mulheres enfrentam desafios específicos.

"A violência política também atinge desproporcionalmente as mulheres, que sofrem não só com agressões físicas, mas também com ataques psicológicos e ameaças, que buscam minar sua presença na política. Isso aprofunda as desigualdades de gênero no ambiente eleitoral”, destaca Gláucia.
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Especialistas afirmam que enfrentar a violência política exige uma ação coordenada de toda a sociedade. Regulamentar as redes sociais para conter a disseminação de ataques e desinformação é um dos passos mais urgentes.

É necessário conscientizar as pessoas sobre a gravidade dessa violência, ela não só silencia candidatos e candidatas, mas também intimida os eleitores, o que  diretamente o processo democrático.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record

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