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Política

Janot diz que indulto de Temer é 'movimento do Governo contra a Lava Jato'

O decreto publicado no Diário Oficial, na sexta-feira, 22, reduz o tempo necessário de cumprimento de pena para obter o perdão

Redação Folha Vitória
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O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou, em seu Twitter, nesta quinta-feira, 28, que o indulto natalino do presidente Michel Temer é "mais um movimento do Governo contra a Lava Jato". Janot elogiou a reação de sua sucessora, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que enviou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, 27, pedindo a suspensão de artigos da norma.

"Em boa hora e no ponto, a procuradora-geral da República Raquel Dodge propôs ação de inconstitucionalidade contra o absurdo decreto baixado pelo presidente Temer, que indulta criminosos de todo o tipo, especialmente corruptos. Este é mais um movimento do Governo contra a Lava Jato", escreveu Janot.

O decreto publicado no Diário Oficial, na sexta-feira, 22, reduz o tempo necessário de cumprimento de pena para obter o perdão. O benefício de Natal, previsto na Constituição, concede supressão das penas, se atendidos determinados requisitos como cumprimento de parcela da punição.

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Antes, para os crimes cometidos sem grave ameaça ou violência, era preciso cumprir um quarto da pena no caso dos que não eram reincidentes. No decreto deste ano, o tempo caiu para um quinto da pena.

Na ofensiva contra artigos do decreto de indulto de Natal, Raquel Dodge alertou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo, sobre os reflexos da norma sobre a Lava Jato. Ela pediu à presidente da Corte "que conceda com a maior brevidade possível, em decisão monocrática e sem intimação dos interessados, medida cautelar para suspender a eficácia das normas impugnadas, em razão da urgência do caso".

A procuradora-geral viu "arbítrio" de Michel Temer no indulto de Natal. Raquel advertiu que "não é dado ao presidente da República extinguir penas indiscriminadamente, como se seu poder não tivesse limites".

Na manifestação ao Supremo, Raquel Dodge afirmou ainda que o decreto é "genérico e extremamente abrangente". Segundo a procuradora-geral, o decreto "extrapolou os limites da política criminal a que se destina para favorecer, claramente, a impunidade".

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