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Política

Para Renan, MP age por vingança e 'faz política'

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - Um dia após o presidente Michel Temer enviar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, carta com críticas a vazamentos de delações, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou o Ministério Público Federal de fazer política. Na véspera, Janot havia apresentado denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra o peemedebista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"O Ministério Público infelizmente passou a fazer política. Quando você faz política, você perde a condição de ser o fiscal da lei. Essas denúncias são apressadas, feitas nas coxas, e demonstram o caráter de vingança do Ministério Público, porque o Senado recusou três nomes que hoje compõem a força-tarefa", afirmou Renan.

De acordo com a acusação formal da Procuradoria-Geral da República, o presidente do Senado recebeu R$ 800 mil em propina por meio de duas doações oficiais da empreiteira Serveng Civilsan, destinadas à sua campanha ao Senado em 2010. O senador negou qualquer irregularidade. Foi a primeira denúncia contra Renan na Lava Jato.

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"Essa denúncia de ontem (segunda-feira, 12) é risível, ridícula, não há nem sequer acusador. Eles não têm o que me contestar com prova, nem na minha vida pública nem privada. Estou sob devassa há nove anos. Não tenho o que temer", disse Renan.

Anulação

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, não descartou nesta terça-feira, 13, a possibilidade de anulação de delações divulgadas sem o aval da Justiça, como vem ocorrendo desde o último dia 9 com acordos da Odebrecht que citam a cúpula do PMDB e o presidente Michel Temer. "Tem que ser examinado. O próprio relator tem que analisar. (Mas) É possível", disse Gilmar.

Para o ministro do STF, "vazamentos são crimes e trazem consequências". "Às vezes, uma consideração de índole pessoal, sem nenhuma imputação, a acusação já se transforma na interpretação de vocês e no mundo político, uma questão de grandes consequências. Não terá consequências penais, não terá relevância do ponto de vista jurídico, mas vai ter consequência", afirmou.

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Segundo ele, os ministros do Supremo vão "ter que discutir com seriedade a questão dos vazamentos" de delações premiadas. "Isto é muito sério. O vazamento seletivo. O vazamento antes de chegar à autoridade, que no caso é o ministro Teori (Zavascki), que é o relator. São muitos os problemas que precisam ser discutidos. O STF tem que tomar posição sobre isso", afirmou o ministro.

Após Temer pedir celeridade nas investigações em andamento, Gilmar ponderou que a velocidade não é o preponderante no momento. "O que é importante é, de fato, esclarecer esses episódios, os vazamentos, e resolver esse tipo de questão."

Temer afirmou nesta terça que não permitirá que o Brasil fique "paralisado" e que o governo quer que as delações avancem e que o teor venha a público.

"A acusação é um longo processo, onde há defesa, isso, aquilo, não é? Então nós não podemos deixar que isto paralise o País. E nós não permitiremos que isto aconteça", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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