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Política

Braskem não cooperou 100%, dizem EUA

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - Apesar da assinatura de um acordo judicial bilionário, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa a Braskem de não ter cooperado totalmente na investigação de pagamento de propinas a autoridades brasileiras.

Segundo a acusação, a empresa não só deixou de confessar espontaneamente as irregularidades, mas também só decidiu cooperar sem ressalvas após os investigadores terem conseguido evidências de desvios por conta própria.

Por causa disso, a petroquímica conseguiu apenas 15% de desconto na multa mínima que poderia ser aplicada à empresa. Para efeito de comparação, a Odebrecht - que controla pouco mais de 50% do capital votante da Braskem mas assinou acordo em separado - teve desconto de 25% por ter cooperado totalmente com os americanos.

O acordo entre Braskem e o Departamento de Justiça lista ao menos nove autoridades brasileiras que participaram de negociações de subornos com a empresa ao longo do período, mas não cita o nome dos acusados. Segundo as confissões de funcionários da Braskem, houve pagamento de propina em ao menos sete casos que envolviam interesses da empresa.

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Um deles ocorreu em 2006, quando decisões judiciais questionando o uso de créditos fiscais preocupou diretores da petroquímica. Eles procuraram um ministro do então governo Luiz Inácio Lula da Silva para pedir apoio para nova legislação que solucionaria o problema. O preço da ajuda foi escrito pelo ministro em um pedaço de papel repassado por cima da mesa a um dos executivos da Braskem: R$ 50 milhões.

O dinheiro foi pago em contribuição oficial para a campanha eleitoral de uma segunda autoridade, mas o funcionário da Braskem afirmou que sabia que ele não seria usado para esse fim. "O empregado entendeu que o dinheiro seria distribuído após as eleições para o benefício pessoal de vários políticos", diz o relatório.

Offshores

A Braskem também admitiu ter usado contas offshore como maneira de realizar pagamentos secretos. A própria companhia abriu uma subsidiária nas Ilhas Cayman com a qual fazia operações fantasmas de venda ou prestação de serviços para camuflar a finalidade das transferências de recursos.

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Esse esquema foi útil, por exemplo, em 2005, quando a empresa assinou contrato milionário com a Petrobras para construir um "significante projeto petroquímico". Com medo de a estatal não honrar o combinado, executivos pediram assistência a um alto diretor da Petrobras e um congressista.

Ambos prometeram ajudar a Braskem, mas em troca de propina. Depois das negociações, ficou acertado o preço de R$ 4,3 milhões pelo trabalho. O dinheiro foi transferido por meio de offshores para contas no exterior cujas beneficiárias eram as autoridades brasileiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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