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Política

Gabrielli diz que conclusão do TCU sobre Pasadena 'é ficção'

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli chamou de 'ficção' a conclusão do Tribunal de Contas da União (TCU) de que a compra da Refinaria de Pasadena, nos EUA, causou prejuízo. Em depoimento à Polícia Federal, dia 9 de dezembro, em Brasília, Gabrielli afirmou que o TCU não levou em conta os preços de mercado da época, em 2006. "Que afirma que a Tomada de Contas realizada pelo TCU e que aponta que a compra da Refinaria causou prejuízo é uma ficção; que considera uma ficção pelo fato de que o TCU tomou em conta para considerar o prejuízo o valor definido após a decisão judicial e em comparação a uma planilha elaborada pela Consultoria Muse Stancil, sem levar em conta os preços de mercado da época."

O TCU apontou lesão de US$ 792 milhões à Petrobras no negócio de Pasadena. Gabrielli disse que já era presidente da estatal quando houve a aquisição da Refinaria.

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Segundo Gabrielli, a consultoria foi realizada a pedido da própria Petrobras. "Afirma que se os dados desta planilha fossem tomados para outros casos, a aquisição teria sido pela metade do menor valor de transação da época; que o declarante foi responsabilizado nesta Tomadas de Contas feita pelo TCU."

O ex-presidente da Petrobras disse que, além dele, toda a Diretoria Executiva da Petrobras foi responsabilizada. "Ninguém do Conselho de Administração, além do próprio declarante, foi responsabilizado por esta aquisição; à época da aquisição da Refinaria o Conselho de Administração da Petrobras era presidido pela atual Presidente da República Dilma Rousseff; em razão dos altos valores de compra das refinarias dos Estados Unidos na época da aquisição da Refinaria de Pasadena, a Petrobras buscou adquirir uma refinaria que não estivesse com investimentos já realizados para processar o petróleo pesado brasileiro, conhecido coma Marlim; à época da aquisição nenhuma das unidades técnicas da Petrobras encarregada de avaliar as condições da Refinaria desaconselhou a sua aquisição; alguns setores apontaram problemas quanto às condições físicas da Refinaria, de operação e meio ambiente."

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Ele defendeu a operação. "Que acredita que a aquisição da Refinaria foi um bom negócio na época para a Companhia." Recorreu às dificuldades da economia americana para explicar o rombo em Pasadena. "Deu prejuízo com a chegada da crise nos Estados Unidos'.

Segundo o ex-presidente da Petrobras "desde o ano de 2013 a Refinaria voltou a ser lucrativa para a Petrobras'.

"Somente agora com as denúncias é que tomou conhecimento que a compra desta Refinaria gerou vantagens indevidas a agentes políticos e funcionários da Petrobras; Que não recebeu qualquer pressão ou solicitação externa a fim de que a Petrobras realizasse a compra desta Refinaria."

José Sérgio Gabrielli falou das polêmicas cláusulas do contrato de Pasadena. "A compra se deu sem que a Diretoria e o Conselho de Administração tivessem o conhecimento de duas cláusulas do contrato; que a primeira delas é a cláusula put option, que determina que um dos sócios compre a parte do outro em caso de desavença que inviabilize a manutenção da sociedade; que a segunda cláusula, denominada cláusula Marlim, determinava uma rentabilidade mínima para os sócios estrangeiros, uma vez que o petróleo a ser processado era petróleo brasileiro; que afirma que estas duas cláusulas jamais foram utilizadas pela empresa parceira da Petrobras, a Astra Oil; que, ainda que fossem do conhecimento da Diretoria e do Conselho de Administração, o declarante acredita que estas duas cláusulas não teriam inviabilizado a compra da Refinaria, uma vez que esta compra estava adequada ao plano estratégico da Companhia; que no ano de 2007 se iniciou um litígio entre a Petrobras e a Astra Oil; que o motivo deste litígio foram as desavenças entre a Petrobras e a Astra Oil quanto a critérios de operacionalização da Refinaria; Que este litígio resultou no desfazimento da sociedade em junho de 2012, decorrente de uma decisão do Poder Judiciário dos Estados Unidos."

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Gabrielli afirmou ao delegado da PF Josélio Azevedo de Sousa que 'não passou qualquer orientação' ao então diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró 'no sentido de que a compra deveria ser feita de qualquer maneira pois era de interesse da Presidência da Companhia'.

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