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Política

Teto de gastos era de concreto; arcabouço, de palha, diz Temer

Estadão Conteudo

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O ex-presidente Michel Temer fez, nesta sexta-feira, 15, uma crítica à regra fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Lide Brazil Conference, em Lisboa, capital portuguesa. Temer comparou o teto de gastos de sua gestão a uma estrutura de concreto. E o arcabouço elaborado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a uma estrutura de palha.

"Interessante a ideia do teto, que na verdade é uma coisa para diminuir a dívida pública, o objetivo do teto é diminuir a dívida pública e, portanto, não pagar juros excessivos em relação à dívida pública. Ele ainda existe. O tal do arcabouço, o que é o arcabouço hoje? Nada mais do que um teto reajustado", disse Michel Temer.

"Se no nosso teto era apenas aplicar a inflação para o Orçamento seguinte, hoje é inflação mais 0,5% na verdade, 0,6% mais 2,5% da receita líquida. Eu considero que nosso teto era um teto de concreto. Esse é um teto, quem sabe, de palha. Não se sabe se vai dar certo, porque houve uma modificação. Mas é um teto ainda, a ideia do teto", declarou o ex-presidente.

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Popular no mercado financeiro, o teto de gastos adotado por Temer em seu governo teve a oposição de forças políticas de esquerda, como o PT. O partido de Lula também considera que o emedebista e ex-presidente da República aplicou um golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff para chegar ao poder. Petistas costumam rejeitar comparações entre o teto de gastos e o arcabouço fiscal.

Temer também mencionou em seu discurso a relação com o Legislativo. Os partidos de esquerda têm poucos representantes no Congresso, o que dificulta a articulação política de Lula e o faz ter períodos turbulentos na relação com deputados e senadores.

"No meu governo, trabalhamos em conjunto com o Congresso Nacional. Há um outro equívoco no País, achando que o presidente da República pode tudo fazer, ou que o governador pode tudo fazer. Nós sabemos que quem governa o País é o Executivo mais o Legislativo. Se você não tiver o apoio do Legislativo, não consegue governar", declarou Michel Temer.

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