Eleições 2022

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Política

VÍDEO | Eleições 2022: reveja a sabatina com o candidato Carlos Manato

Carlos Manato (PL) concedeu entrevista nesta quarta-feira (26)

Redação Folha Vitória
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O ex-deputado e candidato ao governo do Espírito Santo, Carlos Manato (PL), participou, nesta quarta-feira (26) de uma sabatina, transmitida de forma simultânea no Jornal da TV Vitória e no Folha Vitória, a partir das 19h30. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio. Acompanhe os principais pontos em tempo real:

Juliana Lyra: O seu adversário tem dito que o senhor, por ser muito radical, não teria condições de dialogar com o governo federal caso Lula seja eleito. Diz que o senhor quer dividir o Espírito Santo em direita e esquerda. Caso o senhor vença, acha que é capaz de unificar o Estado, governar também para os esquerdistas, e manter uma boa relação com o presidente da República em caso de vitória do petista?

Carlos Manato: "Boa noite a todos. Não sou radical, sempre fui a favor do diálogo. Conversei com toda a sociedade civil organizada e agora, na hora que a luz está apagando, ele apresenta um monte de bondade. (...) Não acredito que o Lula vai ganhar. Quem vai ganhar é Bolsonaro. Se por acaso acontecer desastre, a Constituição está aí para ser cumprida. Vou atuar dentro das quatro linhas dela".

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Fabiana Tostes: Seu adversário tem chamado o senhor de vingativo e, para isso, usado um vídeo em que o senhor diz que não se pode colocar uma quadra de esporte numa comunidade, e ter só 4 votos, que isso seria ingratidão. Nesta eleição, a maioria dos prefeitos está apoiando Renato Casagrande. Se eleito, como será sua relação com esses prefeitos? Será conturbada por eles não estarem te apoiando?

Carlos Manato: "Eu sou muito humilde. Foi em Alegre e aconteceu um fato lá. Depois que fiz essa fala, tive humildade e pedir desculpas. Como presente, eles queriam liberação de R$ 3 milhões para assentamento, quem liberou foi Manato. O povo não pode pagar pelo que o governante faz. Se o prefeito está lá, na posição dele, e cometendo alguns equívocos, dizendo que vou parar obra... Vocês sabem quantas obras o centroavante tem paradas? 270 obras. Quando ele recebeu o governo de Paulo Hartung, ele paralisou quase todas as obras. Ele não pode olhar no espelho e falar Manato. A direita conservadora faz diferente. Olha o que o Bolsonaro está fazendo a nível do Brasil... Governador, eleva o nível do debate. (...) Minha relação com os prefeitos será tranquila. Fico triste quando um prefeito fala inverdades, quando vai para a TV e redes sociais e fala "se Manato ganhar, a obra vai parar". Isso não é ético".

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O senhor já confirmou que foi da Scuderia Le Cocq, um grupo de extermínio que matou centenas de pessoas no Estado. Disse que fazia apenas filantropia. O senhor quer aproveitar o espaço e explicar qual era exatamente sua atuação na Le Cocq? Por que entrou? E por que seria diferente dos demais integrantes?

Carlos Manato: "É bom você perguntar isso. Não sei se conhece o Desembargador Federal Herkenhoff. Ele diz que acabou com a Scuderia e que eu participava da filantropia. A juíza do TRE mandou o centroavante parar de falar sobre isso. Eu não pratiquei nada, não participei de nada. A propaganda dele era enganosa, fake news. Ele não para de fazer isso. A justiça tardou, mas deu a liminar dizendo que Manato é do bem. (...) Era uma vez por mês a reunião na Scuderia. Quando era na parte de consulta, eu fazia. Dois, três anos. Fui a umas dez reuniões. Quando apareceram algumas coisas, perguntei ao meu cunhado e ele disse para procurar outro lugar para fazer filantropia, que eu faço até hoje".

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Luana Damasceno: Candidato, a pesquisa futura mostrou que a segurança pública está entre as três maiores preocupações do capixaba. Quando questionados sobre o que deveria ser feito para conter a violência, a maioria respondeu que deveria investir em educação, o que demonstra um anseio da população não somente por ações de repressão ao crime, mas também por políticas públicas para evitá-lo. Quais ações o senhor propõe para reduzir a criminalidade por meio da prevenção, e da educação já no seu primeiro ano de governo?

Carlos Manato: "Você sabe por que essa violência no Espírito Santo? O governador entrou na Justiça e proibiu de subir no morro do RJ. As facções se armaram muito. Esse armamento de lá, está no Espírito Santo. As milícias de lá vieram para cá. O governador é conivente. Vamos fazer diferente. Na educação, teremos escola de tempo integral, escola cívico-militar, vamos colocar mais dois profissionais. Professor, não acreditem nele. Quando você dá aula, 10h é para planejamento. Nós deixaremos fazer esse planejamento em casa, preparar aula dentro da sua casa. Investir na Segurança Pública é investir no salário do policial, na inteligência da polícia".

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Juliana Lyra: O senhor tem afirmado que, para melhorar a educação, vai instituir o trabalho remoto para professores da rede estadual. Ou seja, o professor faria o planejamento das aulas de casa, além de trabalhar na escola. Por que o senhor entende que isso melhora os indicadores educacionais e valoriza o professor?

Carlos Manato: "Hoje ele fica 10h dentro da escola fazendo planejamento. Estamos na era do 5G. O professor Aridelmo, que faz isso na Fucape, que tem experiência com isso, sugeriu. O professor vai produzir muito mais. Temos internet, computador, programas, tudo para o professor. Daríamos computador para o professor. O controle é automático, ele precisa entregar a produção. É só enviar, tudo online".

Fabiana Tostes: O senhor anunciou Aridelmo Teixeira como seu futuro secretário da Fazenda. Quando ele foi secretário da Fazenda em Vitória foi o responsável pela reforma da previdência que passou a descontar uma alíquota de 14% para todos os aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo. O que gerou muitos protestos em 2021. O senhor achou uma boa medida? Tendo Aridelmo num eventual governo, há a possibilidade de aplicar o mesmo desconto previdenciário aos aposentados do Estado?

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Carlos Manato: "Eu tenho conversado muito com o Aridelmo. Hoje trouxemos Paulo Guedes aqui para conversar com empresários e alunos. Não aceito qualquer tipo de desconto que não seja debatido amplamente com colaboradores e funcionários. Precisamos de amplo debatido. Não há possibilidade de desconto, não vou aceitar. Vamos arrumar outra alternativa para não penalizar. Quem fez a proposta foi Pazolini, o problema é dele com a prefeitura. Se você olhar o que acontece com os funcionários do Estado, dói o coração. Eles não são valorizados".

Patrícia Scalzer: O senhor quer acrescentar no orçamento do Estado para o ano que vem R$ 250 milhões na Saúde para comprar cirurgias eletivas nos hospitais particulares. O senhor entende que a estrutura de saúde estadual não é capaz de dar conta da demanda? De um jeito ou de outro, o senhor vai acabar com filas para cirurgias, consultas e exames no Estado em qual ano da sua gestão?

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Carlos Manato: "Eu sou uma pessoa de palavra, cumpro o que falo. Já pensando desde o primeiro mês, fui na Assembleia, conversei com Erick Musso e conseguimos tirar orçamento para isso. Com dinheiro, você compra nos filantrópicos, nos privados. Nós vamos comprar. Quero, em um primeiro ano, dar uma queda brusca. Se eu conseguir, em um ou dois anos vamos zerar tudo isso. Vou zerar. Tanto que vou colocar R$ 250 milhões só para cirurgias e exames. Há vagas suficientes para isso. Tem que ter dinheiro, eles querem vender, mas querem que você pague por isso".

Luana Damasceno: Representantes e ativistas das pautas LGBTQIA+ acusam falta de apoio e políticas públicas para essa parcela da população. O senhor tem, em seu plano de governo, alguma proposta que atenda aos anseios da população LGBTQIA+ no Espírito Santo? Mais oportunidades no mercado de trabalho ou políticas de combate à LGBTfobia, por exemplo?

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Carlos Manato: "Eu sou uma pessoa muito tranquila, de diálogo. O meu direito termina onde começa o do outro. Dialogo com todos, todos têm suas pautas. Vamos conversar com todos. O que eles tiverem de pauta, vamos discutir e tomar providências. Teremos os Direitos Humanos, parte da Secretaria das Mulheres, vamos discutir sobre Festa da Penha, Carnaval, Festa do Congo, Marcha para Jesus e pautas LGBTs. (...) Eu vou ser tão democrático que vou preferir que eles tragam pautas para debatermos. Eu respeito eles, tenho um monte de amigos, não tenho problema com eles. O que eles trouxerem... Os gays da direita me adoram, me abraçam, me beijam, me tratam com maior respeito e carinho (...) Eles sofrem discriminação lá fora, não é dentro do governo. Quando eu abrir concurso, todos vão participar. Não vai ter isso comigo. É meritocracia, vai entrar independente de opção sexual. A sombra não tem cor e nem sexo. Respeito o direito dos outros. Está tranquilo, fiquem tranquilos. Nosso governo vai ser tranquilo, independente de sexo, nada vai influenciar. Só a competência".

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Patrícia Scalzer: No ano que vem termina o contrato de concessão da Rodovia do Sol e da Terceira Ponte. O que o senhor pretende fazer? Renovar com a Rodosol? Abrir outra concorrência para a iniciativa privada? Ou acredita que o Estado tem capacidade para assumir a gestão da ponte e da rodovia oferecendo os serviços atuais como manutenção e guincho sem pagar pedágio?

Carlos Manato: "Tem uma contradição grande nisso aí. A concessionária diz que Estado deve R$ 1 bilhão. Estado diz que já pagou muito dinheiro. Precisaremos criar uma comissão com vários órgãos para ver qual é a verdade sobre aquilo ali. A verdade tem que vim a luz, com clareza e transparência. Se eu for ter que negociar, primeiro: moto não vai pagar pedágio. Vou fazer igual nosso presidente. Vamos discutir abertamente, com transparência. Acabou contrato? Se não dever nada, vamos tentar, discutir e ver sobre uma taxa de manutenção da concessão, para o Estado não ter ônus. A gente tira o pedágio de Guarapari, e uma taxa de manutenção só na ponte de Vitória, sem R$ 1 de lucro para o governo. A verdade ainda não chegou (...) a moto não vai pagar. É muito utilizada para trabalho, fast food, entregas. Confusão danada... Presidente fez isso no Sul do país, isso destravou o trânsito".

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Fabiana Tostes: Durante o episódio da queima dos ônibus, o senhor e o senador eleito Magno Malta entraram em contato com o Ministério da Justiça sondando a possibilidade de uma intervenção federal no Estado. Pergunto: se eleito, como vai tratar a segurança pública? E nisso eu faço mais duas perguntas: o senhor já teria o nome de um eventual secretário? E o senhor pretende chamar o governo federal para intervir se voltarem a queimar ônibus?

Carlos Manato: "Só tenho o nome de Aridelmo. Intervenção federal fere a connstitução. Pediu-se para colocar à disposição do governador se ele quisesse ajuda do governo federal. Você tira a autonomia, ainda mais no período eleitoral. Eu já pedi ao Braga, ele falou: 'Estamos em período eleitoral. Ganhando, vou abrir canal com você para mandar policiais para combater o crime organizado. Exército é sensacional para fazer bloqueio'. Se você vai para um morro, por exemplo, Exército faz bloqueio embaixo e policial sobre. Exército é preparado para fazer o cerco. Falei que quero ajuda para colocar em prática e desarmar milícias, que governador ajudou a armar".

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Luana Damasceno: O senhor já deu uma prévia, até mesmo citando alguns nomes que podem compor o seu secretariado. Caso o senhor seja eleito, todos são homens. Gostaria que o senhor dissesse qual será a participação das mulheres em seu governo. Elas ocuparão cargos importantes no seu governo? Quais?

Carlos Manato: "Meritocracia. Vou repetir mil vezes se precisar. Se Aridelmo trouxer mulheres por meritocracia, governo pode ser todo de mulher. (...) Aridelmo vai fazer um filtro nas áreas da Fazenda, Planejamento e bancos. Na Agricultura, Saúde, outras áreas, eu vou. Dentro da meritocracia. Tem 3 mil cargos no EStado que qualquer um com formação e capacidade, tem capacidade de trabalhar com Manato na direita conservadora".

Juliana Lyra: Os últimos encontros entre o senhor e o Casagrande foram marcados por ataques mútuos e pela ausência de propostas efetivas para os capixabas. O senhor não acha que o eleitor fica prejudicado, mais desanimado, a ponto de desistir de votar, por exemplo?

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Carlos Manato: "Quem começou, eu ou ele? Ele reclamava que não teve debate, que estava lá para propostas, ficava vermelho e engasgava. O Manato fez o primeiro cheio de amor para dar. Ele pegou e fez fake news, falando que sou do crime organizado, que a uma mulher brigou com o marido e a culpa é minha. Toda vez respondo a todas as perguntas. Vou responder tudo sobre o tema que você quiser. Eles que baixaram o nível".

Patrícia Scalzer: O senhor faz críticas as obras estaduais que não foram concluídas. Na sua propaganda partidária, inclusive, o senhor disse: "Não existe pensar em algo novo antes de entregar o que está parado". O que o senhor quer dizer com isso? Nenhuma nova obra no seu governo será iniciada até que todas as obras paradas sejam concluídas? É um compromisso?

Carlos Manato: "O meu compromisso é criar subsecretaria de obras paradas. Nunca fizeram isso. Tem 270 obras paradas. Quando você para, é um prejuízo grande. A primeira obra será o Cais das Artes, que vamos tentar fazer um PPP. E vamos pegar todas as obras que o governo deu início e acompanhar. Vamos atacar em duas frentes: obras paradas e obras que começaram de forma irresponsável".

Considerações finais - Carlos Manato:

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"Vou falar para você: não acredite em fake news. O que o governador está fazendo... Centroavante, você fez um gol contra. Contra a sociedade. Seu governo é altamente corrupto. Olha a data de hoje. O Tribunal de Contas diz que foi direcionado a licitação do Detran. Não fale que vou parar obras, nem entrei ainda. Olha a minha história de vida. Fica falando que não tenho diálogo, que sou nervoso. Sou visionário e inteligente, preparado. Vamos acabar as obras, todos vão entrar por meritocracia, vamos enxugar dinheiro. Analisem os dois projetos. No dia 30, é 22 Bolsonaro e 22 Manato. O resto é fake news".

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Cobertura das Eleições 2022

A sabatina é mais uma contribuição da Rede Vitória para que o eleitor possa exercer plenamente a sua escolha nas eleições 2022 munido de muitas informações sobre os candidatos. Na última quinta-feira (20), promoveu debate entre os dois candidatos, o primeiro deste segundo turno no Espírito Santo.

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Além disso, divulga três pesquisas de intenção de votos para o Governo do Estado feitas pelo Instituto Real Time Big Data. Já foram divulgadas pesquisas nos dias 13 e 20 de outubro.

A última será divulgada na próxima quinta-feira (27), a partir do meio-dia, no programa Balanço Geral e no Folha Vitória, com repercussão no Jornal da TV Vitória. 

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