PT faz coisas indefensáveis, mas não é tão autoritário quanto Bolsonaro, diz Ciro
O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, voltou a criticar duramente o PT do presidenciável Fernando Haddad, e o concorrente Jair Bolsonaro (PSL). Após considerar as recentes declarações do ex-ministro José Dirceu e do PT como autoritárias, Ciro ressalvou que as posições petistas não são tão antidemocráticas como as de Bolsonaro.
"O PT tem praticado coisas indefensáveis, mas não é tão autoritário quanto o Bolsonaro", afirmou a jornalistas, em ato de campanha em Suzano, na região metropolitana de São Paulo. "Não se pode dizer uma coisa dessas, absolutamente. Seria injusto com a história de Haddad, principalmente."
Ciro ressaltou que, com estas posições, o PT não é "de esquerda há muito tempo". Ao direcionar a artilharia contra Bolsonaro, Ciro avaliou que "evidentemente ele está fugindo dos debates". "Claro que não posso comparar o que aconteceu comigo com o atentado dele, mas eu saí do hospital, com sonda ainda, e fui ao debate do SBT, em respeito ao eleitor", disse, em referência ao debate da TV Record deste domingo, 30.
Ciro criticou mais uma vez o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB), a quem voltou a chamar de "jumento de carga". Para o ex-ministro, no entanto, Mourão tem a virtude do "despudor em falar o que pensa".
"Depois de falar tudo o que ele disse sobre as mulheres, se alguém quer votar neste tipo de impostura, eu sou democrata, o que ele não é. Eu tenho de aceitar", afirmou.
Ciro disse, ainda, que o foco desta semana que antecede o primeiro turno é o da educação e da economia, motes da sua campanha. "A mensagem que eu quero passar nesta última semana é a do emprego para os pais e educação de qualidade para os filhos", afirmou em Suzano. A cidade é o berço político de Marcelo Candido, candidato do PDT ao governo paulista.
Em discurso no coreto da Praça da Matriz, Ciro ressaltou a necessidade de se votar em candidatos do partido em todos os cargos. "Na dúvida, marca 12 de cima a baixo", afirmou.
O pedetista usou ainda de ironia para se referir a Jair Bolsonaro. Ao dizer temer que a eleição dele signifique um retrocesso institucional, Ciro brincou. "Deus me livre, ele não!", afirmou, puxando risadas dos apoiadores.