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Política

Palocci entrega 18 tipos de 'provas' para corroborar delação

Palocci está preso desde setembro de 2016, alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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O ex-ministro Antonio Palocci entregou à Justiça 18 tipos diferentes de documentos - entre contratos fictícios, notas fiscais, e-mails e anotações - para corroborar sua delação premiada. Em petição ao desembargador João Pedro Gebran Neto, o ex-ministro volta a reforçar que sua colaboração premiada, homologada pelo magistrado, tem sido efetiva e que, por isso, deve receber os benefícios de um delator pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) - Corte de apelações da Operação Lava Jato.

Palocci está preso desde setembro de 2016, alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro condenou o ex-ministro em uma primeira ação a 12 anos e 2 meses de reclusão. Palocci pede à Corte de apelações para que sejam aplicados a ele os benefícios de uma colaboração premiada em julgamento de apelação contra a sentença de primeira instância. Entre elas, a redução da pena em dois terços. A defesa também recorre pela liberdade de Palocci.

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O advogado Tracy Reinaldet, defensor do ex-ministro, ressalta que "no atual momento, diante do novo quadro processual envolvendo o acusado, resta evidenciado que o risco de reiteração criminosa se encontra absolutamente afastado". "Não obstante, além de ser ampla e sem fronteiras, a cooperação de Antonio Palocci Filho, em especial no que tange os processos e procedimentos sob a jurisdição do TRF-4, já tem se revelado efetiva e útil", sustenta.

A defesa de Palocci apresentou à Justiça "em primeiro lugar, dois contratos fictícios firmados pela empresa Projeto, cada qual com uma pessoa jurídica diferente, os quais foram utilizados para operacionalizar o pagamento de valores ilícitos a Antônio Palocci Filho", assim como "as notas fiscais inerentes a cada um dos contratos acima mencionados, as quais demonstram a entrada dos valores ilícitos na esfera patrimonial do colaborador".

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Outros exemplos de documentos são e-mails trocados entre funcionários de Palocci e funcionários das empresas com as quais a Projeto manteve supostos contratos ilícitos e comprovantes de doações eleitorais oficiais, realizadas por agentes privados, "as quais foram feitas tão somente como contrapartida à atos de ofício praticados em benefício de tais pessoas físicas e jurídicas". Também foram apresentados celulares, HDs, pen drives, extratos telefônicos e documentos manuscritos.

Depoimentos

A defesa ainda afirma que o ex-ministro prestou 141 horas de depoimentos para colaborar com a operação. Nos autos de ação na Lava Jato em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por supostos R$ 12,5 milhões da Odebrecht, um dos termos do acordo foi tornado público por Moro. O anexo narra um suposto loteamento de cargos na Petrobras em troca do abastecimento de campanhas políticas.

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O ex-ministro reafirmou que Lula "tinha conhecimento, desde 2007", de supostos esquemas de corrupção na Petrobras. Palocci revelou que 90% das Medidas Provisórias nos governos do PT estavam relacionadas ao pagamento de propinas e ainda disse que as campanhas que elegeram a presidente cassada Dilma Rousseff, em 2010 e em 2014, custaram R$ 1,4 bilhão, valor bem acima do declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As defesas de Lula e Dilma negam irregularidades.

Os demais anexos da delação de Palocci permanecem sob sigilo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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