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Política

Lupi diz que Bolsonaro está sendo covarde ao não comparecer a debates

Estadão Conteudo

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O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse nesta quarta-feira, 10, que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, pode estar cometendo um erro "fatal" ao utilizar atestado médico para não comparecer aos debates do segundo turno das eleições presidenciais. Lupi disse que "o povo brasileiro não gosta de fujão" e que o presidenciável do PSL está usando uma "desculpa esfarrapada e feia".

"Ele está correndo dos debates e está sendo covarde. Não quer apresentar ao povo brasileiro o que ele pensa. Como haverá uma eleição com dois candidatos no segundo turno em que um deles não quer participar do debate eleitoral? Ele não quer que o povo conheça sua verdadeira identidade", disse. "Virou desculpa esfarrapada feia. Por que então ele pode dar entrevista para TV Record? É medo, é correr, é fujão. Eu acho que é um erro do médico dar um atestado novo porque isso pode ser fatal para sua eleição. O povo não gosta de fujão, não gosta de candidatos que não apresentem suas ideias", complementou.

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Lupi disse que o povo precisa "acordar para a realidade" porque a candidatura de Bolsonaro representa "o golpe". "Muita gente diz que se o Bolsonaro ganhar vem golpe. Não vem, ele é o golpe. É um capitão candidato a presidente e um general candidato a vice-presidente, para quê golpe? Então as pessoas têm de acordar pra essa realidade", explicou.

O presidente do PDT reafirmou que vai defender, na reunião da Executiva Nacional, que a sigla faça um "apoio crítico" à Fernando Haddad, sem que ninguém da direção de seu partido participe efetivamente da campanha petista ou tenha algum cargo no governo Haddad, caso ele seja o vencedor do pleito.

A decisão sobre o "apoio crítico" ao PT será sacramentada em reunião da Executiva Nacional da legenda, que acontece neste momento em Brasília. A opção pelo apoio crítico se deve à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro, ainda durante o primeiro turno.

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O caso foi encarado como uma rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros Estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficarem neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.

Além disso, Lupi defende que Ciro Gomes lance um movimento por uma nova candidatura, visando 2022, já após a definição do novo presidente em outubro. Porém, a opção de apoiar Haddad, ainda que de forma crítica, não é unanimidade no PDT.

"A posição mais saudável para o Ciro neste momento é dizer que vai tapar o nariz, escolher o seu candidato, mas não vai recomendar ninguém. Isso não é fugir à decisão, é assumir uma posição de liderança para o próximo pleito", defendeu o deputado federal Mario Heringer (PDT-MG), reeleito para mais um mandato na Câmara.

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Na avaliação de alguns pedetistas, Ciro não conseguiu chegar ao segundo turno justamente porque parte do eleitorado enxergou muita proximidade entre a campanha do PDT e o PT, de Lula. E se posicionar em favor do petista enfraquece ainda mais a postura de liderança de Ciro Gomes para a próxima eleição. "Temos que fazer uma oposição responsável a qualquer um dos dois e não dar apoio", defendeu Heringer.

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