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Política

França cola em Alckmin; Doria, em Bolsonaro

Estadão Conteudo

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Após garantir vaga no segundo turno em uma virada de última hora na eleição de São Paulo, o governador e candidato à reeleição, Márcio França (PSB), iniciou no domingo, 7, dois movimentos para tentar atrair o apoio de tucanos do grupo de Geraldo Alckmin e do terceiro colocado Paulo Skaf (MDB) na disputa contra João Doria (PSDB). Já o ex-prefeito reforçou o discurso antipetista e declarou apoio a Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial.

No domingo à noite, França fez questão de visitar Alckmin, de quem foi vice entre 2011 e abril deste ano, após o resultado da eleição presidencial confirmar o tucano fora do segundo turno, com um quarto lugar e apenas 4,7% dos votos válidos. França aproveitou o gesto para cutucar Doria, que foi acusado de trair o presidente nacional do PSDB por alguns aliados do ex-governador.

"Vim cumprimentar Alckmin. Lealdade é algo que eu prezo muito na vida. Sei que devo muito à oportunidade que ele me deu", afirmou o pessebista, que passou para o segundo turno em São Paulo com 21,8% dos votos válidos, ante 21,4% de Skaf - uma diferença de apenas 89 mil votos. Doria registrou 32%.

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França afirmou ainda ter certeza de que tanto Alckmin quanto a ex-primeira dama Lu Alckmin votaram nele no primeiro turno e repetirão o voto no segundo.

Os comentários de França foram feitos enquanto Doria declarava, no salão de um hotel alugado por sua campanha para acompanhar a apuração, apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno contra o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

"Aqui nós não precisamos mais avaliar, pensar, discutir ou ficar passeando na Muralha da China. A partir de amanhã (segunda-feira), nós vamos apoiar Jair Bolsonaro à Presidência da República...Sou anti-PT", disse Doria, enquanto a militância gritava "fora, PT".

O governador e candidato do PSB também disse que já iniciou conversas com Skaf e comentou que seria uma "honra" receber apoio do emedebista no segundo turno contra Doria. O presidente licenciado da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) ligou no domingo à noite para parabenizar França pela conquista da segunda vaga. Questionado, ele afirmou que não telefonou para Doria, mas não explicou o motivo.

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"Quem estava na nossa frente é gente com uma estrutura partidária mais forte", disse Skaf, ao citar que Doria tinha apoio da Prefeitura de São Paulo e uma campanha com mil candidatos a deputado estadual e federal, e França tinha a máquina do governo enquanto ele, apenas 100 candidatos

Futuro apoio

Skaf evitou indicar se dará apoio a algum dos vencedores do primeiro turno e não quis comentar se o fato de ele ter declarado apoio a Bolsonaro na reta final influenciou no seu resultado.

Durante toda a apuração, que começou com Skaf na frente por uma margem apertada, o clima foi de apreensão no comitê da campanha do candidato do MDB, que perde pela terceira vez a disputa pelo governo do Estado - também disputou em 2010 e 2014, quando perdeu para Alckmin.

O mapa eleitoral mostra que França venceu nos municípios do litoral sul, seu reduto eleitoral, e em algumas cidades do interior. Na capital, o apoio veio dos bairros da periferia, que historicamente votam no PT.

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Já Skaf saiu vitorioso em alguns municípios espalhados pelo interior, enquanto Doria dominou a votação na maior parte do Estado, incluindo capital e região metropolitana.

O candidato do PSDB, que atacou tanto França quanto Skaf no primeiro turno, deixou claro no domingo que vai continuar com a estratégia de vincular o atual governador ao PT, pelo fato de ele ter sido aliado dos petistas no governo Lula, e já antecipou voto a Bolsonaro no segundo turno, mesmo sem uma definição oficial do PSDB, que ainda deve se reunir para fechar questão sobre a eleição presidencial.

Ovacionado por apoiadores em um salão abarrotado no clube Homs, na avenida Paulista, Doria disse que fará uma campanha dura contra seu oponente, Márcio França, do PSB. "Não espere de mim um comportamento distante. Não ficarei em cima do muro. Serei o mesmo João Doria que enfrentou o PT em 2016. O partido do Márcio França, que é de esquerda, vai perder aqui em São Paulo. Para mim, ele sempre será Márcio Cuba".

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Segundo Doria, sua campanha sairá vencedora. "Ganhei na capital, região metropolitana e interior", disse. "Não escolho adversários. Quem escolhe é o povo. Entro para vencer. Ainda mais que ele é do partido socialista e apoiou governo Lula. Não estou envolvido na Lava Jato e combato a corrupção", completou o tucano.

Sobre a alta rejeição, a maior entre os candidatos ao governo, Doria disse que não vai mudar estratégia e o índice de rejeição tem caído, segundo as pesquisas. "Serei o mesmo João Doria do primeiro e no segundo turno", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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