Em entrevista ao JR, Bolsonaro diz que é o nome para "unir o Brasil"
Bolsonaro diz que vai devolver a credibilidade do país, nega que acabará com o 13º salário e que em dezembro estará com a saúde recuperada
Alexandre Garcia, do R7
Em entrevista exclusiva concedida nesta quinta-feira (4) ao jornalista Eduardo Ribeiro, do Jornal da Record, o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, recordou o atentado que sofreu no início de setembro, criticou o PT e afirmou ser o nome para "unir o povo brasileiro".
>> Exclusivo: assista à primeira entrevista de Jair Bolsonaro após a alta médica!
“Vocês podem ter certeza que não serei mais um capitão, mas sim um soldado do Brasil a serviço desse povo que merece e tem tudo para ser feliz”, afirmou Bolsonaro, que aparece na liderança da corrida presidencial em todas as pesquisas de intenção de voto.
Atentado
Na primeira entrevista após ter alta médica, Bolsonaro disse só ter tomado conhecimento da gravidade da facada dois dias após o atentado. “Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu costumo dizer que Juiz de Fora não foi onde eu levei uma facada. Foi onde eu nasci de novo”, lembra o presidenciável, que agradece aos médicos que o atenderam em Minas Gerais.
“Foram momentos difíceis, não esperava estar nesta situação, ainda mais que eu sou um homem de combate. Eu gosto de estar na rua, conversando com o povo, desembarcando em aeroportos, fazendo palestras. Eu gosto de ação”, lamenta ele, em seguida.
Bolsonaro ainda destaca que os médicos do hospital Albert Einstein, para onde foi transferido após o atentado, garantem que ele teve uma recuperação "fantástica" e que deve retomar as atividades normais já em dezembro.
Críticas ao PT
O candidato do PSL também disse se sentir "gratificado" por ser uma opção "contra tudo o que vem acontecendo no Brasil nos últimos anos".
"Não podemos deixar que um partido que mergulhou o pais na mais profunda crise ética, moral e econômica volte ao poder com as mesmas personalidades. E você pode ver, tudo é conduzido de dentro da cadeia pelo senhor Lula, que indica aí um fantoche seu chamado Haddad que por incompetência sequer conseguiu passar para o segundo turno na sua eleição em São Paulo", afirma Bolsonaro.
Em outro momento da entrevista, Bolsonaro garante que, se eleito, vai escolher um time de ministros sem utilizar das indicações políticas. "Qual partido assaltou a Petrobras? Qual partido esteve envolvido com empreiteiras? São partidos que tiveram seus ministérios negociados pelo governo."
Ainda em tom de crítica aos governos petistas, Bolsonaro afirma querer "resgatar a credibilidade do Brasil" ao redor do mundo. "O Brasil que sempre teve muita credibilidade aí fora pela alegria do seu povo, tudo o que é bom temos aqui e tudo isso foi jogado no lixo ao longo dos últimos 13 anos", reforça ele.
Sobre a possibilidade de avançar para o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), Bolsonaro avalia que "será o fim da nossa pátria" se o adversário chegar ao poder, mas garante que vai respeitar o resultado das eleições.
Fim do 13º salário
Ao comentar as críticas que tem recebido pela declaração de Coronel Mourão, candidato a vice-presidente em sua chapa, sobre o 13º salário, Bolsonaro esclareceu que nunca foi mencionado em acabar com a remuneração extra.
"Aproveitaram uma palavra errada dele para falar que nós queremos acabar como 13º salário", disse ele, que completa: "O PT usa pequenos detalhes para dizer que eles são somente que estão preocupados com os trabalhadores e não os demais."
Fakenews
Questionado sobre a divulgação de notícias falsas, Bolsonaro garantiu que alimenta suas redes sociais com verdades e disse combater mentiras espalhadas pelos adversários: "É duro você combater porque eles vão com seus militantes em todos os locais praticamente pregando isso aí."
Sobre a possibilidades da criação das fakenews por parte dos eleitores, ele lamenta não ter controle das postagens. "Quando um seguidor meu acaba extrapolando a culpa cai em cima de mim. Como se eu fosse um capitão e tivesse uma tropa a meu comando para cumprir exatamente aquilo que eu quero", avalia.
“Ele não”
Ao comentar a respeito do movimento “Ele não”, que levou milhões de pessoas às ruas contra a candidatura dele, Bolsonaro respondeu que o movimento foi encabeçado por “artistas que há muito vem mamando na lei Rouanet”.
Perguntado sobre o motivo de ele ter crescido nas pesquisas de intenção de voto após as manifestações, o candidato afirma que os eleitores observaram quem o estava atacando. “Será que eu sou tão mal assim? Eu quero o mal de todo mundo? Eu quero o mal de negros, mulheres, nordestinos, de quem recebe o Bolsa Família? Não é verdade”, garante.
Delação Palocci
Ao falar sobre a delação de Antonio Palocci, Bolsonaro parabeniza o ex-ministro dos governos petistas e diz que ele conhecia "todas as entranhas do poder". "Não tem como ele não fugir da verdade", afirma.
O presidenciável ainda observa que a colaboração de Palocci confirma que "a corrupção está colada no PT", mostra que a sigla "traiu os trabalhadores" porque tinha "um projeto de poder".