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Política

Temer receberá presidente da Bolívia, que acusou impeachment de golpe

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, realizará visita oficial ao Brasil na segunda-feira, dia 30, ocasião em que será recebido pelo presidente Michel Temer. Esta será a primeira passagem dele por Brasília no governo Temer.

Apoiador de governos petistas, Morales foi um dos presidentes sul-americanos que acusaram o Congresso Nacional de promover um "golpe" e rechaçou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que levou Temer ao poder. Evo Morales apontou em redes sociais um "golpe congressista e judicial" no Brasil e logo retirou seu embaixador do Brasil, após a destituição de Dilma, num gesto de protesto. O Brasil fez o mesmo, mas não houve rompimento de relações diplomáticas. A vinda do boliviano pode indicar uma flexibilização da resistência ao peemedebista por parte de governos de linha bolivariana - outros são Venezuela, Cuba, Nicarágua e Equador.

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Temer deve receber Morales no Palácio do Planalto. Os preparativos estavam sendo realizados por assessores nesta sexta-feira, 27. Depois, o boliviano participará de um coquetel seguido de almoço com ministros e deputados no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o objetivo da visita é aumentar a cooperação e a coordenação bilateral em temas como a "luta contra o crime transnacional, energia, defesa, desenvolvimento fronteiriço, integração da infraestrutura física, temas migratórios e consulares, comércio e investimentos".

Segundo dados oficiais do governo, o Brasil é o maior parceiro comercial da Bolívia e principal destino de exportações do país andino, respondendo por 19%, à frente dos Estados Unidos, que têm 14%. O intercâmbio comercial entre os países foi de US$ 2,8 bilhões no ano passado.

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A visita foi precedida de reunião entre o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Fernando Huanacuni, e o chanceler Aloysio Nunes Ferreira. Uma das principais pautas deve ser a cooperação na área de inteligência e segurança. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) planeja enviar um adido para La Paz. Também há cooperação na área de saúde, com foco na região de fronteira.

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