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Política

Gilmar Mendes diz que é preciso evitar decisões populistas

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta segunda-feira, 9, durante evento sobre reforma política no Instituto de Direito Público em São Paulo, que a Corte deve "evitar decisões panfletárias, populistas".

Ao ser indagado sobre a polêmica que envolve o afastamento e outras medidas cautelares contra parlamentares - caso do senador Aécio Neves (PSDB/MG), a quem os ministros impuseram condições restritivas, como recolhimento domiciliar noturno e o alijaram das funções no Congresso -, Gilmar declarou: "Acho que o Supremo terá que refletir sobre todas essas questões, terá que fazer uma análise bastante aprofundada do texto constitucional. O que nós devemos evitar são decisões panfletárias, são decisões populistas que não encontram respaldo no texto constitucional."

Gilmar anotou que "esse é o grande risco para o sistema, porque a cada momento vamos produzindo uma decisão que provoca insegurança jurídica e provoca dúvidas sobre a capacidade do tribunal de aplicar bem a Constituição".

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O ministro deu um exemplo: "O tribunal decidiu proibir a vaquejada, o Congresso veio e restabeleceu a vaquejada. A Primeira Turma (de ministros), esses dias, liberou o aborto. São duas decisões contraditórias. Permite o aborto e proíbe a vaquejada. Esse tipo de decisão, obviamente, não é compreendida pela população."

E acrescentou: "Isso tem a ver só com o Supremo, produzindo incoerências internas, certamente mal compreendidas. Como você permite a morte de crianças ou de fetos e diz não, mas o boi não pode ser maltratado? É produzir uma incongruência hermenêutica difícil de se sustentar."

O ministro disse não acreditar em ruptura com o Legislativo no caso Aécio. "Não acredito, veja no caso da vaquejada o Supremo declarou que era inconstitucional a lei do Ceará e o Congresso veio e aprovou uma emenda constitucional dizendo desde que houvesse tratamento adequado é constitucional. Isso se chama diálogo institucional. Vamos aguardar um pouco os desdobramentos para que saibamos bem em que contexto estamos falando."

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Sobre os tomates atirados por manifestantes do lado de fora do evento do IDP, o ministro disse que não viu. "Não percebi, eu não vi."

Ele disse, no entanto, que o protesto é "normal". "Absolutamente normal. Acho que as pessoas, muitas vezes, têm aí suas incompreensões. Acho que tem má compreensão sobre o afazer do próprio Supremo, as questões que nós decidimos que são polêmicas."

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