/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Política

Lula tenta evitar depoimento de envolvidos em suposta compra de MP

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Brasília - Em conversas com parlamentares na última semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o Congresso preservasse os empresários Mauro e Cristina Marcondes de convocações para que expliquem sobre a suposta compra de uma Medida Provisória editada no seu governo. Lula teria argumentado que isso abalaria muito a família do casal.

Os dois são donos da consultoria Marcondes & Mautoni investigada pela Operação Zelotes por suspeita de comprar decisão no Conselho de Recursos do Contribuinte (Carf) e de ter operado pela edição da MP 471 que prorrogou incentivos fiscais para montadoras de veículos com fábricas no Norte, Nordeste e Centro Oeste.

A LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente, recebeu R$ 2,4 milhões dessa consultoria. Segundo ele, o valor se refere a projeto contratado na área de esporte.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Interlocutores que disseram Lula teria argumentado que centenas de pessoas participaram da discussão em torno da Medida Provisória, incluindo os ministérios da Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além da Câmara e do Senado, o que inviabilizaria qualquer negociação em torno da norma.

"Ele estava muito preocupado com esse Mauro Marcondes e a Cristina", relatou um interlocutor do ex-presidente."Ele disse que fez a MP para incentivar a economia do Norte, Nordeste e Centro Oeste", relatou outro congressista sobre o encontro com Lula.

Em nota para a reportagem, o ex-presidente disse que "não interferiu nem pediu a ninguém que interferisse em qualquer encaminhamento no âmbito da CPI do Senado sobre irregularidades no Carf". A nota diz ainda que a "notícia", atribuída a fonte anônima, foi divulgada de forma irresponsável e leviana".

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

A CPI do Carf no Senado, que investiga esquema de compra de votos no órgão recursal da Receita Federal já aprovou requerimentos de convocação de Mauro e Cristina Marcondes em julho, mas ainda não marcou a data das audiências. Os requerimentos são dos senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI, e o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

Quando foram apresentados ainda não se sabia do suposto envolvimento da consultoria com a compra da MP. Por meio da assessoria de imprensa, Pimentel afirmou que "não há nenhum movimento" para evitar o depoimento do casal Marcondes.

Na terça-feira, 6, o presidente da CPI também apresentou requerimentos para convocar Lula; o filho do petista, o empresário Luís Claudio Lula da Silva e os ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra. Os requerimentos apresentados na CPI são de convocação, o que significa que se forem aprovados na sessão desta quinta-feira todos serão obrigados a comparecer, ao contrário do que ocorreria se fossem convites. Segundo Ataídes Oliveira, a ampliação do objeto da CPI nesse caso esta respaldada em decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

"Essa ampliação do objeto da CPI em função de fatos novos surgidos no curso da investigação é perfeitamente admissível e cabível, como se vê, por exemplo, do Inquérito nº 2.245, de que foi relator o Ministro Joaquim Barbosa, do MS 23.639, de que foi relator o Ministro Celso de Mello e do HC 71.039, de que foi relator o Ministro Paulo Brossard", argumentou.

O primeiro a defender que a CPI investigue o suposto esquema de compra da MP foi o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que chegou a interpelar o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, sobre o assunto na última reunião do colegiado. Segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso, APS teria atuado para viabilizar a MP. Uma agenda dele descreve o passo a passo das discussões dobre a norma e reunião com Gilberto Carvalho. O ex-ministro nega o encontro.

Na Câmara, o PPS também apresentou requerimentos para ouvir os envolvidos, incluindo o ex-presidente Lula. O PSDB pediu para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, investigue o caso que já é alvo de inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.