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Política

Após punição com aposentadoria, juiz do ES é investigado por atuar como empresário

Marcos Horário Miranda estaria atuando ativamente na exploração de rochas ornamentais na cidade de Macaúbas, na Bahia

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/ TJES
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Depois de ser condenado à aposentadoria, o juiz Marcos Horácio Miranda, da 9ª Vara Cível de Vitória, será investigado por supostamente atuar como empresário do setor de rochas ornamentais.

Segundo o código de ética da magistratura, juízes não devem exercer atividade empresarial, exceto na condição de acionista ou cotista e desde que não exerça o controle ou gerência.

Em sessão realizada nessa quinta-feira (17), os desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) votaram pela abertura de mais um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o magistrado. 

As investigações da Corregedoria do Tribunal apontaram que o magistrado estaria atuando ativamente na exploração de rochas ornamentais na cidade de Macaúbas, na Bahia.

“Mesmo ele não figurando no contrato social como administrador, os atos por ele praticados a princípio se amoldam como aqueles típicos de quem ostenta a condição de gestor e, via de consequência, tomador de decisões quanto ao rumo da sociedade empresarial, além de praticar atos comerciais em nome próprio”, apontou o corregedor Ney Batista. 

Foto: divugalção
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O corregedor afirmou que, apesar das atividades serem exercidas em outro Estado, "todos os contratos que tiveram a participação do juiz, seja na condição de pessoa física, ou como sócio da empresa Prime Mineração Stones LTDA, estabeleceram como cláusula de eleição de foro a cidade de Vitória". 

Ou seja, eventuais ações sobre disputas envolvendo a mineradora são ajuizadas em Vitória, município onde o juiz atua. Todos os desembargadores acompanharam o voto do corregedor, e foram favoráveis a investigação. 

NOMEAÇÃO DE PERITOS 

Em agosto deste ano, Marcos Horácio Miranda foi condenado à aposentadoria por conta da nomeação indevida de familiares de sua esposa e de sua assessoria como peritos. Sócios do magistrado também teriam sido contemplados. 

As nomeações teriam ocorrido na 9ª Vara Cível de Vitória, da qual é titular, e na 10ª Vara, entre 2017 e 2019. 

DEFESA 

Durante a sessão, a defesa pediu o arquivamento da investigação. O advogado do magistrado, Raphael Câmara, justificou que os desembargadores já tinham considerado a acusação de "desempenho de atividades comerciais" no PAD que levou à condenação por aposentadoria. 

"Um juiz está sendo apenado duas vezes pelo mesmo fato, embora com contornos diferentes", defendeu. 

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"Ele não está sendo julgado pelos mesmos fatos. No PAD em que foi relator Carlos Simões, ele foi aposentado em decorrência de nomeação de peritos de forma indevida e em Vitória. Enquanto o julgamento que ora será feito trata-se de gestão de empresa de mineração em outro estado da federação", argumentou Ney Batista. 

O OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com a defesa do magistrado, mas o advogado Raphael Câmara, não retornou ao contato. 




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